A TRAIÇÃO DE HEIDEGGER
Glória Kreinz
Divulgação Científica
Andei revendo um texto que escrevi logo depois da morte de Jacques Derrida, em outubro de 2004 e senti saudades.
Dizia que “de repente o acontecimento de sua morte afirmou a sua presença viva em nosso cotidiano acadêmico, reafirmando a diferença que havia na circulação do sentido de suas ações/declarações, enquanto Derrida estava existindo e atuando entre nós.”
Dizia ainda que “sua morte era uma morte anunciada, pois estava com câncer e que não falava de sua doença e não discutia diagnósticos médicos.”
Ele mostrava sua força enquanto intelectual ao intensificar seus estudos, suas pesquisas e, sobretudo suas viagens e declarações sobre temas que afetam a sociedade atual. Transformou o acontecimento de sua morte, em testamento de vida.
Me lembro que fiquei impressionada com um dos temas que tratou em sua passagem pelo Brasil. Dizia que Martin Heidegger não merecia o perdão por ter traído Edmund Husserl como judeu e colocando sua vida em risco diante dos nazistas. Traidores não merecem o perdão.
Podem ser brilhantes e respeitados como pensadores. Mas como seres humanos devem ser denunciados. E isto ele fazia antes de morrer. Denunciava Heidegger. Péssimo caráter, péssimo ser humano.
Tenho o vídeo e vou digitalizá-lo e colocá-lo na Internet. È dever da divulgação científica denunciar sempre. Sinto saudades de Jacques Derrida. Sinto saudades desses tempos.
http://pavanbrasil.blogspot.com/
http://stoa.usp.br/gkdivulga/weblog/
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