Irana Mariano
Caro leitor
Iniciamos o texto desse mês citando trechos de dois textos da professora Glória Kreinz escritos aqui no Boletim da Cátedra UNESCO, sobre as novas propostas que a Internet nos trás:
“A tentativa de colocar limites não é nova e gostamos de lembrar nossos pesquisadores e alunos, por isso transitamos da Wikipédia aos Blogs, tentando divulgar ciência e tecnologia de forma adequada a esse século informatizado. Sem nunca esquecer responsabilidades.” (Agosto 2009)
“São tentativas [para fazer avançar a divulgação científica] de atualizar a linguagem com o século XXI para melhor enfrentar a sociedade em que atuamos como divulgadores científicos. Novas propostas são bem vindas, desde sugestões de vídeos, blogs, arte, sempre pensando em fazer avançar a divulgação científica.” (Fevereiro 2009)
Atualmente a Internet é uma das formas mais rápidas e baratas para a popularização de C&T (Ciência e Tecnologia) e é utilizada com excelência por diversos grupos, em especial, no Brasil, ligados às grandes universidades.
Assim, esse mês algo diferente lhe será recomendado. Um vídeo que apesar de ser pequeno, nos chamou atenção pela capacidade de em tão pouco tempo levantar (ainda que superficialmente) questões sobre a ciência e a arte, que demonstra muito bem como fazer divulgação científica por meios audiovisuais. Nossa dica é um vídeo que se encontra no YouTube e tem apenas pouco mais de sete minutos, tempo suficiente para demonstrar aos pouco interessados no assunto o quão grandioso e interessante a ciência pode ser.
“CIÊNCIA E ARTE” foi produzido pela equipe da Casa da Ciência/UFRJ, sendo parte do projeto “Ciência por aí”.
A Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ é um centro de popularização da ciência que lida com diversas linguagens para atingir ao público, em outras palavras, fazem divulgação científica. Como bons divulgadores científicos, utilizam a Internet e a linguagem audiovisual para expandir horizontes, sendo que nos chamou atenção o projeto “Ciência por aí”.
O projeto “Ciência por aí” é constituído pelo Laboratório de Pesquisas em Comunicação e Educação e pela TV Ciência por aí; e, dentre outras atividades, realizaram oficinas, vídeos-debate e encontros. Se definem da seguinte forma: “Ciência por ai é um projeto baseado na linguagem audiovisual, que se propõe a trabalhar questões relacionadas à comunicação, à educação e à divulgação científica”.
“CIÊNCIA E ARTE” tem como objetivo discutir a relação entre arte e ciência. Para isso, trás para o debate especialistas em ciência e/ou arte e de pessoas comuns que expressam o que acham sobre o assunto.
Para quem trabalha ou estuda com ciência e/ou arte, fica claro que a relação entre ambos existe e que não é algo raro, mas para os expectadores, essa relação nem sempre é tão óbvia. Isso se deve também, talvez, ao fato que fica explicito no vídeo, de alguns ainda acharem que a ciência é feita por seres estranhos e a arte é possível para o entendimento de todos. È curioso ver que os pedestres conseguem, segundo suas visões, definir rapidamente o que é ser artista, mas quando se trata de definir cientista, além de se tornar algo muito difícil para definirem, a idéia de alguém louco volta à tona.
O vídeo trás bons conceitos de especialistas que relatam: os valores associados às palavras ciência e arte; a ciência e a arte como coisas que dependem da imaginação humana; a visão de mundo como algo que não deve ser compartimentado; a arte como forma de reentender as coisas, em contraposição ao modelo científico (que às vezes é cego); a triste forma de utilizar a arte somente como uso instrumental da educação para ensinar ciência; a função do teatro e a relação com a ciência; a especialização das disciplinas e a necessidade de encontrar uma linguagem comum que é possibilitada pela arte; o artista refletindo a sociedade através da ciência e levando essa reflexão a população; a fusão da ciência e da arte como mudança. Finalizo o texto com a fala de Carlos Palma (ator/produtor do Núcleo Arte Ciência no Palco), presente no vídeo: “Se levarmos em conta que o teatro ele só se configura quando trazemos para o palco dramas morais, dramas existenciais, conflitos do homem com a sociedade e consigo mesmo; se é essa a função do teatro, a ciência tem que estar presente.”
Até o próximo mês.
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