segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Estação inagurada na USP permitirá estudos remotos do Atacama
Por Redação do IDG Now!*
Publicada em 09 de agosto de 2006 às 10h43
São Paulo - Estação de Observações Remotas permitirá que pesquisadores operem remotamente telescópio no deserto para estudos astronômicos.
Inagurada nesta terça-feira (08/08), a Estação de Observações Remotas permitirá que pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) estudem o universo por meio do límpido céu do deserto do Atacama, no norte do Chile.
Os equipamentos instalados na USP estão em ligação direta com a sala de controle do telescópio Soar (Southern Astrophysical Research Telescope), equipamento inaugurado em abril de 2004. Todos os principais comandos necessários para a grande maioria dos experimentos científicos poderão ser acionados de forma remota e em tempo real.
"Isso vai mudar a forma de fazer pesquisa nesse departamento", disse João Steiner, professor do IAG e diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. "Estamos diante de uma revolução porque será possível, entre outras coisas, que os estudantes de astronomia façam pesquisa a partir do telescópio. É muito difícil eles conseguirem se deslocar com freqüência para o Chile", explica o pesquisador.
Segundo Beatriz Barbuy, vice-diretora do IAG, a construção da estação remota demorou dois anos para ser concluída. Agora com tudo pronto, conforme explica a cientista, o ganho científico será grande. "O modo observacional remoto é mais eficiente, de custo mais baixo e permite envolver mais observadores do que tem ocorrido até o momento."
Nos testes feitos durante a inauguração, pelos astrônomos Alexandre Bortoletto, em São Paulo, e Alexandre de Oliveira, no Chile, tudo funcionou de acordo com o previsto. Apesar disso, como se trata de uma experiência pioneira no Brasil, a cada dia novos aprimoramentos poderão ser feitos.
"Isso não existia no Brasil e é algo pouco trivial inclusive no mundo", explica Steiner. "A vantagem do Soar é que ele foi pensado, desde o começo, para permitir essas observações remotas."
O telescópio situado em solo chileno é fruto de um projeto multinacional. O Brasil, que investiu US$ 12 milhões por meio do CNPq e mais US$ 2 milhões pela FAPESP na construção do Soar, tem direito a usar o equipamento durante 33% do tempo, em um ano. "Temos 110 dias de observação. Dá para fazer bastante coisa durante esse período", admite Steiner.
A enorme construção branca está localizada a 2,7 mil metros de altitude. O telescópio, que traz embutido um espelho principal de 4,2 metros de diâmetro, ou 1,6 mil vezes mais potente que o maior telescópio em solo brasileiro, está instalado no alto do Cerro Pachón, a 80 quilômetros da cidade litorânea de La Serena.
*com informações da Agência Fapesp.
FONTES: http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2006/08/09/idgnoticia.2006-08-09.8737484392/
http://www.lna.br/soar/fotos_hist.html
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