Ah, a opressão que é ausente e volumosa
Em que fitas o céu, inda que sem ver estrelas
E que te envolve, antítese da bruma amorosa
E far-te-á Sisifo, a subir o monte para vê-las.
Assoma-se um canto, pluma triste em seu vagar
No limiar da vã loucura, d’stranhas paragens
Vestígios de sonhos resta-lhe a transfigurar
Em uma ordem oblíqua e mística do nada.
Inda que ao eco de tão severa catilinária
Que à luz não integra, torpe de um mal poema
E que ao largo, Rimbaud, no alvo sol d’Abissínia
Seria então o auguro, o anseio da felicidade
Que no viver, lhe cala primeiro ao infesto peito.
Nada mais se busque se não a tua intima verdade.
Ricardo S. Reis
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