DENTRO DOS OLHOS
De onde será
Invento os sonhos que não tenho?
De palavras bem ditas e mal ditas
Ao passar da leveza e da brisa
E por elas levadas?
De olhares intrigantes e deixados
Escondidos atrás da porta
Que o vento fechou?
De gestos ímpios e invisíveis
Gravados no deserto da alma
Que as tempestades apagaram?
De onde será vêm
Os sonhos que não consigo ter?
De mim mesmo
desenganado e fragmentado
Ou de minhas imagens
refletidas nos cacos do espelho
Que se quebrou de tantos desencantos?
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