O ENFRENTAMENTO COM A DITADURA
Dom Hélder sempre esteve em evidência nos noticiários por causa dos pronunciamentos voltados para os problemas da humanidade.
Por denunciar ao mundo tortura a presos políticos no Brasil, foi perseguido pela ditadura militar que se instalou no País (de 1964 a 85). Vetaram a citação de seu nome nos meios de comunicação, no período de 1970 a 77. Tornou-se persona non grata para o regime autoritário, que o via como demagogo e comunista, e símbolo da resistência à ditadura para os defensores dos direitos humanos. Na madrugada do dia 25 de outubro de 1968, quatro homens metralharam sua residência, na Igreja das Fronteiras, na Boa Vista. Enquanto atiravam contra o muro, eles gritavam "morte ao arcebispo vermelho". Quatro dias depois a casa de dom Hélder foi novamente ataca da, a tiros de revólver, às 11h30, disparados por homens que fugiram num automóvel.
No dia 27 de maio de 1969, o arcebispo sofreu um duro golpe. Padre Henrique Pereira Neto, seu colaborador na Arquidiocese de Olinda e Recife, foi encontrado trucidado no bairro Cidade Universitária, Recife. O crime é atribuído até hoje às forças de repressão. Feriram o pastor abatendo uma de suas ovelhas. E, no dia 4 de setembro de 1970, sua residência foi pintada com a frase "Brasil, ame-o ou deixe-o" e a bandeira nacional.
De 1970 a 73, uma campanha o afastou do prêmio Nobel da Paz. O que muitos desconfiavam foi confirmado no livro Dom Hélder Câmara - Entre o poder e a profecia, de Nelson Piletti e Walter Praxedes, lançado em 1997. A revelação dos autores foi baseada em documentos da embaixada brasileira em Oslo (Noruega). Os documentos provam que o Governo Médici (1969 a 74) moveu, por meio da embaixada, uma campanha secreta contra a eleição do arcebispo para o Nobel da Paz.
Em 31 de julho de 1979, a revista Cadernos de Opinião foi apreendida no segundo número por conter entrevista com dom Hélder. Em outubro do mesmo ano, foi negado a oito deputados alemães, em visita ao Brasil, um encontro com o arcebispo. Alegou-se que no Recife existiam coisas mais importantes para serem visitadas. Apesar da abertura do Governo Figueiredo (o último dos generais da ditadura), o nome de dom Hélder continuava no índex das pessoas indesejadas pelo regime militar.
**(descrição da imagem no site) O padre Henrique que aparece ao lado do então arcebispo dom Carlos Coelho, trabalhava com os jovens e ligou-se a dom Helder. Seu brutal assassinato, até hoje não esclarecido, é atribuído às forças da repressão.
FONTE: http://www.cefep.org.br/bio_dom_helder/os_passos_do_pastor5
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