domingo, 28 de setembro de 2014
"TODO BANQUEIRO É LADRÃO" - OTÁVIO MARTINS AMARAL (JORNAL PÉ NO SACO)
“TODO BANQUEIRO É LADRÃO”
Por Otávio Martins Amaral.
A frase não á minha. Caminhando pelas ruas de Porto Alegre. Se não
me falha a memória, no ano de 2001, dou
de cara com um out dor do tamanho dum
bonde e dizia, com todas as letras “Todo
banqueiro é ladrão”. Caminhei mais uns
duzentos metros, outro. E outro. Nossa,
eram quatrocentos, me disseram. Uai!
Admirei-me. O que é isso. Fazia parte da
campanha do Sindicato dos Bancários de
Porto Alegre, ou do Rio Grande do Sul,
não sei direito.
Voltei o filme e lembrei, quando estava
em Fortaleza, trabalhando na TV Ceará, da extinta TV Tupi, em 1970,
fui assistir a uma peça de teatro, no José de Alencar, chamada “O
Assalto”, direção do Roberto Lessa, gaúcho. O autor, se não me
engano, era Antonio Gil, ou Antonio Vicente. Um monte de texto,
somente dois atores. Nem lembro mais o quanto disseram, mas, uma
frase, que o personagem que trabalhava na área de administração do
banco diz para o faxineiro, ficou na minha cabeça: “O que é um
assalto, diante de um banco?”.
Os caras vão dizendo e eu vou anotando, para poder contar, depois.
Não parei para pensar, mas, quanta coincidência! Épocas diferentes,
gentes diferentes, a mesma coisa: “Todo banqueiro é ladrão”, diziam.
O tio do Olavo Setúbal, Alfredo Egydio de Souza Aranha, convidou-o
para assumir o Banco Federal de Crédito, donde surgiu o Banco Itau.
Ainda, por cima, o governador, reaça pra caralho, Paulo Egydio
Martins, nomeia o Olavo, em 1975 – em plena ditadura militar,
constituída da pior qualidade de gente – prefeito de São Paulo. Consta
na biografia do banqueiro. Daí, o Itau e o Olavo Setúbal, como todo o
banqueiro, segundo o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre
estampou pelas ruas de Porto Alegre, é ladrão, foi bater pro gol e
correr para o abraço. Agora, o banco está bancando a candidata à
presidência, a mulher borracha, a seringueira Marina Silva. Eta,
mundinho pequeno, sô! A Neca não quer nada, só a presidência do
BACEN. Filha de peixe, peixinho é, diz o ditado.
Mas não eram só os bancos (principalmente o
Bradesco) que mantinha a TFP, do Plínio católico.
As empresas de comunicação (Globo, Folha de São
Paulo e outros órgãos do PIG – Partido da
Imprensa Golpista) não só colaboravam com a TFP,
como, também, com o golpe civil/militar, de 1964.
Parece mentira, mas, participavam ativamente de
tudo. Até (como era o caso da Folha de São Paulo) emprestavam
viaturas (caminhões e outras) para o transporte de mutilados pela
tortura do hediondo golpe. Isso, eu vi, com esses olhos que a terra há
de comer.
Falar em TFP, lembrei de um samba-enredo do Língua de Trapo:
TRP pede passagem, pra mostrar sua bateria
E seu passado de coragem, defendendo a Monarquia
Salve Pinus Zorreira Zorrileira, precursor da linha-dura
Grande baluarte da ditadura
Legislador da Inquisição, implacável justiceiro
Homem de grande erudição, lia Mein Kampf no banheiro
No tribunal de Nuremberg, defendeu o Mussolini
Sob os auspícios do Lindenberg
E hoje ele se preocupa com a infiltração comunista
No clero progressista (e o Lefebvre)
Lefebvre, fiel companheiro incomparável amigo,
Irrepreensível mentor
Exerce completo fascínio e vai incutindo em Plinus
O gênio conservador
Digno de um poema do Ezra Pound, quer que o
Brasil se transforme num imenso Play Ground
No carnaval a escola comemora nascimento de Nossa Senhora
E a defesa da tradição, cantando esse refrão:
Anauê, Anauê, Anauá, TRP acabou de chegar (repete)
E hoje sou fascista na avenida, minha escola é a mais querida
Dos reaça nacional (repete)
Plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim, plim,
Era assim que a vovó seu Plinus chamava
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