É uma arrumação de palavras sem acompanhamento de melodia, mas às vezes rimada, obedecendo a um ritmo que a própria metrificação lhe empresta. A finalidade é entreter a criança, ensinando-lhe algo. No interior, aí pela noitinha, naquela hora conhecida como “boca da noite”, as mulheres costumam brincar com seus filhos ensinando-lhes parlendas, brinquedos e trava-línguas. Uma das mais comuns é a elas ensinam aos filhos apontando-lhes os dedinhos da mão – Minguinho, seu vizinho, pai de todos, fura bolo e mata piolho.
Quando os ensina a bater palmas ou balança a rede, o berço ou a cadeira, diz:
Palma, palminha,
Palminha de Guiné
Pra quando papai vié,
Mamãe dá a papinha,
Vovó bate cipó,
Na bundinha do nenê.
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Outras variantes são:
Bão, babalão,
Senhor Capitão,
Espada na cinta,
Ginete na mão.
Em terra de mouro
Morreu seu irmão,
Cozido e assado
No seu caldeirão.
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Cadê o toicinho daqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Foi pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Foi amassar trigo.
Cadê o trigo?
A galinha espalhou.
Cadê a galinha?
Foi botar ovo.
Cadê o ovo?
O padre bebeu.
Cadê o padre?
Foi rezar a missa.
Cadê a missa?
Já se acabou!
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Hoje é domingo
Pé de cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Bate na gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo.
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Os portugueses denominam as parlendas cantilenas ou lengalengas. Na literatura oral é um dos entendimentos iniciais para a criança e uma das fórmulas verbais que ficam, indeléveis, na memória adulta.
VEJA MAIS EM : FONTE: http://www.terrabrasileira.net/folclore/indice1.html
nesta parlenda, antes dos acadêmicos ou outras gentes de cultura (oficial) se meterem, a letra era
ResponderExcluir... jarro de ouro/deu no touro/touro valente/deu no tenente.
o verbo "dar" em alguém, dar uma surra, com o sentido de bater, parece que soou gramaticalmente incorreto aos coletores de amostras de tradiçao oral, que houveram por bem meter a colher de pau e quebraram o ritmo lamentavelmente.
arghhhh, que irritaçao.
abraço,
Regina
Regina,agradeço aprender com vc coisas tão interessantes...estudei um pouco de folclore e achei genial relembrar minha história folclórica...e não é fácil trabalhar a memória e tentar listar tudo o que se viveu em termos folclóricos...esta transmissão oral é mesmo interessante no mundo civilizado! e a Internet colocando por escrito tais coisas...o que poderia acontecer!? talvez não seja muito bom colocar coisas da cultura oral aqui....hummmmmm...sei lá!!! questões atuais requerem muitas reflexões...é sempre difícil analisar o que se está vivendo...só sei que quanto ao touro que bateu ou deu.....iiiiiiiiii...
ResponderExcluirnão lembro exatamente e depois há muitas diferenças destas brincadeiras folclóricas,(assim como em tudo que é folclore) entre regiões ou até bairros...ou indo além até entre famílias!!!porque a avó de minha prima por exemplo viveu num local totalmente diferente de minha avó!!! e aí....AAHH!! e geralmente estas brincadeiras orais são sim as mulheres que transmitem muito mais do que os homens!!
Regina, estes papos são longos...e vc que estuda línguas... aí fica bem mais longo!!!
abração e volte sempre!!! Nadia