Gregorio Vardanega
Ubi Bava
Cruz-Diez | Martha Boto | Garcia Rossi | |
Francisco Sobrino | León Ferrari | Palatnik | |
Ubi Bava | Le Parc | Soto | |
Danilo di Prete |
Também conhecida como Cinetismo, a arte cinética é uma corrente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos ou ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças; uma vez que o termo cinético está etimologicamente ligado à idéia de movimento. Na tradição artística, é possível localizá-lo, por exemplo, em artigos, manifestos e revistas da década de 40, mesmo sabendo que a preocupação com o movimento nas artes visuais é muito mais antiga, e remonta, no limite, aos animais representados nas paredes das cavernas. Se isso é verdade, o termo é efetivamente incorporado ao vocabulário artístico em 1955, por ocasião de uma grande exposição – “Le Mouvement” - na galeria parisiense Denise René, com obras de artistas de diferentes gerações. A característica básica deste segmento de arte é que nela o movimento constitui o princípio de estruturação. O cinetismo rompe assim com a condição estática da pintura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas traduz ou representa o movimento, mas está em movimento. A expectativa de compreender o movimento, e deixar-se impulsionar por ele, transparece o grande desafio vivenciado pelo artista; as pesquisas plásticas encontram formas nas quais emerge esta matiz, esgarçando ainda mais as redes de conexão do espaço.
Esta nova tendência mantém os mesmos princípios básicos das vanguardas anteriores, como o Cubismo, o Abstracionismo, etc., pois segue a tradição da incessante procura pelo novo em arte. Um dos compromissos das vanguardas era ode incessantemente criar novos estilos artísticos e determinar um rompimento em relação aos anteriores sendo diferentes dos demais.
É o caso dos famosos móbiles de Calder, cujo movimento independe da posição e do olhar do observador. As máquinas e motores construídos por Tinguely (por exemplo, Homenagem a Nova York), assim como as esculturas cibernéticas de Nicholas Schöffer representam outros exemplos de trabalhos que implicam movimento real.
MOVIMENTO SEM FRONTEIRAS
Por Daniela Bousso Arte Cinética é o conjunto de pesquisas na arte sobre luz e movimento, focadas nas investigações sobre a participação do espectador. Em Paris, uma exposição realizada na galeria Denise René, em 1955, intitulada “O movimento”, abriu espaço para as proposições de artistas como Jesus Soto, Tinguely, Vasarely, Agam e outros.
No prisma da arte Latino Americana, três países tiveram um desenvolvimento artístico mais significativo no campo do cinetismo: a Venezuela, a Argentina e o Brasil. É curioso notar que, quase em simultaneidade, em um curto espaço de tempo – entre 1943 e 1952 – uma série de acontecimentos no campo da arte prepararam o terreno nestes países para o desenvolvimento da Arte Cinética como tendência.
No Brasil, o ímpeto de desenvolvimento que explode nos anos cinqüenta com o governo de Juscelino Kubitschek é antecedido – no campo da arte – pela implantação dos Museus de Arte Moderna em São Paulo em 1946 e no Rio de Janeiro em 1947. A primeira Bienal de São Paulo, em 1951, nasceu com a missão de promover a arte brasileira no circuito internacional. Contávamos então com o suporte do crítico Mário Pedrosa, que deu impulso à realização da primeira obra cinética no Brasil: o “Cinecromático” de Abraham Palatnik, exibido na Bienal em 1951, era um enorme aparelho, que emitia cor e luz e se tornava precursor do cinetismo no planeta.
Encetada entre os anos 1950 e 1960, a Arte Cinética produzida por artistas sul-americanos – que debandaram para Paris após o segundo pós-guerra – revela a premência de conhecimento e de avanço do meio artístico latino americano no período. A relação entre arte e ciência era problematizada e estimulava-se a participação do espectador na obra de arte.(...)
LEIA MAIS EM : http://www.bolsadearte.com/paralelo/bergamin.htm
acho que faz parte do movimento da arte cinética uma artista venezuelano maravilhoso, chamado Jesus Soto. vocêconhece?
ResponderExcluirabraço,
regina
OI REGINA, neste mesmo link aó de cima Jesus Soto é citado...mas sabe que não conheço a obra dele? agradeço a super dica, vou lá ver o tal
ResponderExcluirCUBO VERTICAL .... e aí talvez coloque imagens das obras dele abração
A Galeria Bergamin inaugura a mostra Arte Cinética América Latina expondo mais um segmento desta vertente artística reconhecida na França na década de 50. O projeto, concebido em 2005 com coordenação de Cecília Ribeiro e texto de Daniela Bousso, selecionou 30 obras de 11 artistas as quais compõe um novo conjunto onde o elo de ligação entre os selecionados, escolhidos pela unidade de seu trabalho e sua raiz latina, é o fascínio pelo movimento real ou ilusório.
Países com bases culturais distintas, como Venezuela, Itália, Espanha, Brasil e Argentina, são os lugares de origem dos artistas componentes deste grupo: Jesús Soto, Cruz-Diez, Palatnik, Ubi Bava, Le Parc, Gregorio Vardanega, Garcia Rossi, Martha Boto, León Ferrari, Danilo di Prete e Francisco Sobrino.
O grande destaque da exposição é uma obra de Jesus Soto – Cubo Virtual – peça de grandes dimensões em ferro e nylon, em exibição pela primeira vez e um dos raros trabalhos deste porte não alocado em espaço público.
No prisma da arte Latino Americana, alguns países tiveram um desenvolvimento artístico mais significativo no campo do cinetismo. Nota-se que em um pequeno intervalo, diversos eventos no campo da arte prepararam o terreno nestes países para o desenvolvimento da Arte Cinética como tendência. Em um primeiro momento de contestação e negação, como todo novo, a proposta é a renúncia ao ato de criação romântico, movido pelo mistério da inspiração; o processo criativo da obra era mais interessante que o resultado final.
O “movimento” per-se é a obra, a criação. Há obras que envolvem movimento no espaço, quer por parte da própria obra, quer por parte do espectador, quer este manipule a obra ou não, e isto gera obrigatoriamente alguma transformação visual dos elementos do que a obra consiste. Os elementos, simples e comuns, quando combinados produzem efeitos misteriosos e complexos. Como declara Jésus Soto “separadamente essas coisas nada são, mas, reunidas, algo muito estranho acontece...todo um mundo de novos significados e possibilidades e revelado pela combinação de elementos simples e neutros”.