Olhas-me, Amada
e te olho sem água.
Olhas-me muito
e eu te olho tudo.
Não existe mundo
fora do que olhas.
E o que mais te olha,
já é todo o fundo.
Olhas-me e reparo
quanto não sei nada.
Vejo quanto é claro
o que a noite aguarda.
Não há tempo, Amada,
sem que olhando, cale.
Pois se amor é o caule,
todo vai de alma.
Não, não baixa a pálpebra,
ao te olhar tão calma.
Olhas-me. Findaram
todas as palavras.
Carlos Nejar
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