quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"ANAÏS NIN" - DO LIVRO A CASA DO INCESTO (AMIGA CAMPESINA ENVIA)



Vou deixar-te levar-me até à fecundidade da destruição.
Por isso me atribuo um corpo, um rosto e uma voz.
Eu sou-te como tu me és.
Cala o fluxo sensacional do teu corpo
e encontrarás em mim,
intactos,
os teus medos e as tuas penas.
Descobrirás o amor separado das paixões
e eu descobrirei as paixões privadas de amor.
Sai do papel que te atribuis
e descansa no centro dos teus verdadeiros desejos.
Por um momento deixa as tuas explosões de violência.
Renuncia à tensão furiosa e indomável.
Eu passarei a assumi-las.



Anaïs Nin (1923 - 2005)

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