https://www.youtube.com/watch?v=iNQYXti2g4U&feature=youtu.be&fbclid=IwAR08y2hbjQCp4W_fU-vUBDOhd6_qjkwRUaDyRMubXAZsZdY-9i3ns82lafU
O Brasil tem cara própria, basta assumi-la. E é linda. Apaixonado pela música do Brasil, o selo independente, 'Discos Marcus Pereira', criou um contraponto às modas vindas de fora, exemplos supremos da decadência de alguns países ricos apenas economicamente, que nos impingem a parte empobrecida e neurotizada de sua cultura, empobrecida por conflitos e impasses de suas sociedades super-desenvolvidas, um lamentável super-desenvolvimento que se alimenta de vidas humanas, e que é insaciável porque suga o espírito dos sobreviventes.
Em resposta ao que considerava a descaracterização da música brasileira pela excessiva influência e imitação de grupos estrangeiros, Marcus Pereira gravou e trouxe a lume artistas de todas as regiões do país, revelando assim, o mapa musical do Brasil.
Baixe a coleção completa 'Discos Marcus Pereira' em torrent (via BitTorrent) aqui: http://mgnet.me/Eqw9
MÚSICA POPULAR DO SUDESTE/CENTRO-OESTE VOL.1 (1974) -- Neste disco, modinhas, catira ou cateretê, e cururu.
Renato Teixeira - Moreninha, Se Eu Te Pedisse 00:00
Nara Leão - Amo-te Muito 01:57
Renato Teixeira - O Gavião De Penacho 04:48
Nara Leão - Viola Quebrada 06:40
Renato Teixeira - Pot-pourri: Tristeza Do Jeca / Casa De Caboclo 08:34
Nara Leão - O Galo Cantou Na Serra 11:07
Edson Gama - Moda Da Onça 13:39
Nara Leão - Casinha Pequenina 15:06
Renato Teixeira - Doutor Orlando 19:08
Catiteiros De Nova Odessa - Catira 21:07
Pedro Chiquito - Maria Quitéria 24:44
Pedro Chiquito - Carreira Do Navio 29:55
Parafuso - Desafio De Cururu 32:22
Marcus Pereira se destacou por promover a gravação e trazer a lume composições do interior do país, como demonstram as coletâneas de música regional, sendo dedicados quatro volumes a música tradicional de cada região do Brasil num total de 16 volumes, no que foi chamado de o mapa musical do Brasil.
“Na época, critiquei a coleção por juntar artistas populares regionais com urbanos comerciais. Hoje, dou valor ao trabalho, que registra a cultura popular do País”, afirma o crítico José Ramos Tinhorão.
Mesmo sem experiência no mercado fonográfico, o selo decidiu montar coleções documentais de música brasileira. Em 1972, os quatro discos de Música Popular do Nordeste iniciam a série. “A nossa ideia era recuperar a música popular colhida na fonte, sem releituras. Depois, dar um tratamento com gravações em estúdio, junto com artistas comerciais urbanos”, explica. Participaram da coleção: Elis Regina no Sul, Jane Duboc no Norte e Nara Leão, Clementina de Jesus, Dona Ivone Lara e Renato Teixeira no Centro-Oeste/Sudeste. O objetivo era aumentar o interesse do público em geral pela série e evitar que o trabalho parecesse excessivamente acadêmico.
Entraram em contato com o escritor Hermílio Borba Filho, para planejar e coordenar o projeto. Borba o apresentou ao Quinteto Violado, que fez a pesquisa e gravou as músicas da coleção, premiada pelo Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro e pela Associação dos Críticos de Arte de São Paulo. Marcelo Melo, integrante do grupo, diz que os discos foram importantes não só para sua carreira, mas para outros artistas da região. “O Sérgio Cabral disse na época que esse trabalho foi um divisor de águas para a música do Nordeste”, afirma.
A gravação dos discos do Quinteto Armorial foi outro passo importante em relação à cultura nordestina. Os armorialistas foram um movimento que buscava criar uma cultura erudita baseada nas raízes populares, criado por Ariano Suassuna. “Eles lançaram todos os nossos quatro álbuns e nos permitiam gravá-los quando queríamos, pois não seguiam a primazia do mercado”, afirma Antonio Nóbrega, que fez parte do grupo. Em 1974, a série continuou com Música Popular do Centro-Oeste/Sudeste. Theo de Barros, que dirigiu essa coleção, destaca a importância da Discos Marcus Pereira na descoberta de novos talentos e na valorização do trabalho de veteranos esquecidos. “Além do levantamento folclórico, o projeto revelava autores pouco conhecidos que mereciam destaque”, afirma.
É nessa fase que Falcão deixa a sociedade e vai para o Estúdio Eldorado, onde segue na mesma toada. Lá, produz o primeiro disco do sambista paulista Geraldo Filme (na época o compositor tinha 52 anos) e A Música do Cangaço, por exemplo.
Marcus Pereira lança o Música Popular do Sul no ano seguinte, com direção musical do maestro Rogério Duprat. Um ano depois, Música Popular do Norte, dirigido por Radamés Gnattali, fecha a série. A cantora paraense Jane Duboc lembra de ter gravado canções de Waldemar Henrique para essa coleção. “Ele era amigo da minha família e eu me senti em casa gravando músicas da minha infância”, afirma.
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