terça-feira, 18 de agosto de 2009

BRUNO LATOUR ,CIÊNCIA EM AÇÃO,ANTROPOLOGIA SIMÉTRICA (PROCESSOS DA PESQUISA CIENTIFICA É QUE INTERESSAM!)

[...] Não tentaremos analisar os produtos finais, um computador, uma usina
nuclear, uma teoria cosmológica, a forma de uma dupla hélice, uma caixa de
pílulas anticoncepcionais, um modelo econômico; em vez disso, seguiremos
os passos de cientistas e engenheiros nos momentos e nos lugares nos quais
planejam uma usina nuclear, desfazem uma teoria cosmológica, modificam a
estrutura de um hormônio para a contracepção ou desagregam os números
usados num novo modelo econômico [...] (LATOUR, 2000, p. 39)


O tipo de palavra que os autores usam não é o único modo de determinar o
leitor ideal a que estão visando. Outro método é prever as objeções dos
leitores. Esse é um truque comum a toda retórica, seja ela científica ou não
[...] Graças a esse procedimento, o texto tem alvo bem definido; esgota todas
as possíveis objeções de antemão e pode perfeitamente deixar o leitor sem
fala, pois nada lhe resta senão aceitar as afirmações como verdades.
(LATOUR, 2000, p. 89)


(..)Mas o empilhamento não deve ser feito de qualquer forma, Latour estabelece três regras: “[...] Primeira regra: nunca empilhar duas camadas exatamente uma sobre a outra; desse modo não há ganho, não há incremento e o texto fica o tempo todo repetindo. Segunda regra: nunca ir diretamente da primeira à última camada (a menos que não haja ninguém mais no campo para desmascará-lo). Terceira regra (e a mais importante): prove o máximo possível com o mínimo possível, considerando as circunstâncias. Se você for tímido demais, seu texto estará perdido; o mesmo ocorrerá se você for audacioso demais [...]”
(LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo:Editora UNESP, 2000. p. 87)


CONSTRUINDO AS CIÊNCIAS: BRUNO LATOUR E AS ESTRATÉGIAS DA
LITERATURA CIENTÍFICA

Roger Domenech Colacios

Resumo: Este texto tem como objetivo apresentar a análise de Bruno Latour sobre a
literatura científica, mais especificamente, as estratégias utilizadas pelos cientistas, em
seus textos para, a “construir os fatos científicos”. São táticas de retórica que
fortaleceriam o argumento dos cientistas frente a uma nova proposição cientifica, e que
teriam o papel de convencer, tanto a outros cientistas quanto a sociedade em geral da
validade de suas afirmações. Para Latour, quando um fato está socialmente aceito, a
lógica acaba por limitar o campo de atuação daqueles que pretendem desmembrar sua
produção, tudo se torna “natural”, “evidente”, “óbvio”, e quem tem a intenção de
contestar o fato, provavelmente se verá sozinho em seu trabalho. Segundo Latour,
somente no momento de construção dos fatos seria possível a sua desconstrução e
análise pela História Social das Ciências.(...)

LEIA NA ÍNTEGRA EM:
A

FONTE : http://cj.uenp.edu.br/ch/anpuh/textos/024.pdf

Um comentário:

  1. Muito legal o texto.

    Foi útil na minha prova de Metodologia das Ciências Sociais (UFF)

    Rafael FOrtunato Conrado

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