domingo, 7 de janeiro de 2018

Junto e Misturado - por Otávio Martins Amaral



JUNTO E MISTURADO  -  (o.m.a.)

   O SONHO ME TIROU O SONO. PRIMEIRO, APARECEU A FIGURA DO ZÉ CELSO, LÁ DO TEATRO OFICINA, DE SÃO PAULO, MAIS PROPRIAMENTE NO BIXIGA, TENDO AO FUNDO SOMBRAS A ILUSTRAR OS SEUS COMENTÁRIOS SOBRE VÁRIOS ASSUNTOS. DEPOIS, ALGUÉM DIZENDO QUE AQUILO ERA ALGO NOVO EM MATÉRIA DE TELEVISÃO. ZÉ CELSO, NOVAMENTE, CRIANDO EM CIMA DE COISAS QUE JÁ EXISTIAM. APENAS LEMBRANDO-NOS. SEMPRE ESTAMOS DISTRAÍDOS E NÃO NOTAMOS. POR SORTE VEM UM ZÉ CELSO INVENTANDO COISAS JÁ INVENTADAS E DELAS, CRIANDO UMA NOVA MANEIRA DE ABORDAGEM. POR MEIO DE UM MEIO QUE PARECIA FALIDO, A TV.
   FALAVA DE UM MONTE DE COISAS. UMAS, SE ME LEMBRO, ERAM SOBRE O OSWALD DE ANDRADE, REIS DA VELA E OUTRAS COISAS MAIS.
  
  LEMBRAVA QUE VINÍCIUS DE MORAES DESCOBRIRA QUE O PEDREIRO SERVIA SÓ PARA CONSTRUIR, PAGAVA ALUGUEL. NADA O QUE CONSTRUÍRA ERA SEU TUDO DOS OUTROS, OU PARA OS OUTROS. NASCIA E MORRIA NESSA FUNÇÃO: CONSTRUIR. NADA MAIS ERA DO QUE UM OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO.
   
     VINHA COM OUTROS ASSUNTOS QUE, ATÉ, INCLUSIVE ESCREVERA E COLOCARA EM CENA, PRA TODO MUNDO VER, EM FORMA DE TEATRO. POR VEZES VIRAVA CIRANDEIRO, RUA À FORA, PELA CIDADE DE SÃO PAULO. DENTRO E FORA DO BIXIGA. TIPO UM ARRUACEIRO. PROVOCANDO QUEM PELAS RUAS POR ONDE ANDASSE. ISSO ERA SÓ O SEU PROGRAMA DE ESTRÉIA. VINHA COM UM MONTE DE COISAS, DEPOIS, NA SEQUÊNCIA, CUTUCAVA E MEXIA COM TUDO, ATRAVÉS DA ARTE.

   
   TEVE O DESPROPÓSITO DE DIZER QUE O “REI DA VELA”, É UM DOS PILARES DO MOVIMENTE TROPICALISTA BRASILEIRO. DISSE, AINDA, QUE A MONTAGEM DO SEU TEATRO OFICINA COMO UMA REVOLUÇÃO CULTURAL, UMA DESCOLONIZAÇÃO, Y OTRAS COSITAS MAS.


    MISTURAVA OSWALD DE ANDRADE COM AUGUSTO BOAL E SEU TEATRO “OPINIÃO”. DEPOIS, “DO OPRIMIDO”. REVELOU QUE AUGUSTO BOAL HAVIA, ATÉ, DESAFIADO O JOÃO DO VALE QUE, ALÉM DE MÚSICA BRASILEIRA, SABIA MUITO SOBRE BEBER CACHAÇA: PERDEU. JOÃO SEMPRE ARRUMAVA UM JEITINHO. SEJA NA BEBIDA OU NO CARCARÁ TINHA MAIS CORAGEM DO QUE HOMEM. NÃO VAI MORRER DE FOME. PEGA, MATA E COME.
   
      AINDA, POR CIMA, TROUXE À BAILA O ANTUNES FILHO, QUE ANDAVA LÁ PELO TEATRO ANCHIETA, A INFERNIZAR A VIDA DOS OUTROS, DESDE O TEMPO DO TEATRO BRASILEIRO DE COMÉDIA, EM 1952, ENTRE ZIEMBINSKI, ADOLFO CELI E OUTROS. DISSE QUE SEU TRABALHO ERA MUITO LIGADO À RENOVAÇÃO ESTÉTICA, POLÍTICA E CÊNICA DO TEATRO BRASILEIRO SURGIDO NOS ANOS 60 E 70, PRINCIPALMENTE COM MACUNAÍMA (1978), TORNANDO-SE COMO REFERÊNCIA PARA A GERAÇÃO DOS ANOS 80, TORNANDO-SE, ASSIM, O PRIMEIRO DIRETOR A EMPREENDER UMA OBRA DRAMATÚRGICA E CENICAMENTE AUTORAL. FALOU MUITAS OUTRAS COISAS SOBRE O ANTUNES.

  
     ISSO É SÓ O COMEÇO. FALOU DE MUITO MAIS COISAS. ATÉ DO TEATRO DE ARENA, PLÍNIO MARCOS, GUARNIERI, MILLÔR FERNANDES E MUITOS OUTROS. O PROGRAMA ESTAVA SÓ COMEÇANDO. BOM PRA GENTE FICAR SABENDO DAS COISAS. FALOU DE CHICO, CAETANO, GIL, SIDNEY MILLER, PIXINGUINHA, BRAGUINHA E OUTROS TANTOS DA MÚSICA BRASILEIRA. É O QUE ME LEMBRO DO SONHO.

por Otávio Martins Amaral 




INÍCIO 

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