Zenaida Machado
A menos de cem quilômetros da segunda maior represa da África, várias mulheres caminham com seus bebês presos às costas e levando baldes de água sobre suas cabeças.
Avançam lentamente, cansadas, e enquanto cai a noite desaparecem na escuridão que tinge as vermelhas areias do deserto. “Faço este caminho desde que me casei e vim viver aqui, há 10 anos. Às vezes tenho de enfrentar fila durante horas para conseguir água. A cada dois dias saio de casa às quatro da manhã e só volto a descansar quando o sol já se pôs”, conta Benedita Cadeado, de 32 anos e mãe de três filhos.
Benedita caminha cerca de 20 quilômetros desde sua pequena aldeia nas proximidades de Songo para chegar ao lugar mais perto com uma torneira pública. E depois regressa também caminhando. “Sempre transporte água com três recipientes de 20 litros, suficientes para abastecer minha família por dois dias. Isso me obriga a descer e subir a montanha três vezes ao dia. Já estou acostumada. Nos movimentamos em grupos, para a que a distância da estrada até minha aldeia pareça mais curta”, acrescentou.(...) leia mais em:
Pambazuka - O fardo das mulheres que carregam água em Moçambique
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