Seria cômico, se não fosse trágico.
Ao admitirem desfecho farsesco para o caso do ataque à flotilha de ajuda humanitária a Gaza, a Organização das Nações Unidas e os países mais influentes do mundo, EUA à frente, acabam de jogar no lixo mais uma oportunidade para impor aos piratas israelenses o respeito pelo Direito internacional.
Num episódio inquestionável, claríssimo, gritante de chacina em alto mar, cometida por militares israelenses armados até os dentes contra civis de várias nacionalidades que se defendiam com estilingues, não só deixaram de aplicar sanções imediatas ao brutal agressor -- o que havia, ainda, para se averiguar? --, como abdicaram até mesmo de uma investigação internacional do episódio.
Os homicidas determinaram que só seriam investigados por seus pares, e esta aberração jurídica e moral foi aceita pelos poderosos do planeta!
Para completar a pantomima, os magnânimos carrascos admitiram que dois estrangeiros integrem a comissão especial constituída para tentar, em vão, salvar as aparências.
Então, serão cinco os investigadores: três israelenses, o prêmio Nobel da Paz David Trimble - um dos articuladores do acordo de paz na Irlanda do Norte de 1998 - e o promotor militar aposentado canadense Ken Watkin.
Podemos até admitir que façam honestamente seu trabalho.
No entanto, está antecipadamente vetada a apresentação ao público e à comunidade internacional de qualquer conclusão que "possa causar dano substancial à segurança nacional [de Israel...], as relações internacionais, o bem-estar ou a privacidade de qualquer indivíduo ou os métodos operacionais confidenciais de entidades autorizadas".
Ou seja, esses homens de reputação, para fazerem jus à dita cuja, deverão concluir o óbvio ululante:
Ao admitirem desfecho farsesco para o caso do ataque à flotilha de ajuda humanitária a Gaza, a Organização das Nações Unidas e os países mais influentes do mundo, EUA à frente, acabam de jogar no lixo mais uma oportunidade para impor aos piratas israelenses o respeito pelo Direito internacional.
Num episódio inquestionável, claríssimo, gritante de chacina em alto mar, cometida por militares israelenses armados até os dentes contra civis de várias nacionalidades que se defendiam com estilingues, não só deixaram de aplicar sanções imediatas ao brutal agressor -- o que havia, ainda, para se averiguar? --, como abdicaram até mesmo de uma investigação internacional do episódio.
Os homicidas determinaram que só seriam investigados por seus pares, e esta aberração jurídica e moral foi aceita pelos poderosos do planeta!
Para completar a pantomima, os magnânimos carrascos admitiram que dois estrangeiros integrem a comissão especial constituída para tentar, em vão, salvar as aparências.
Então, serão cinco os investigadores: três israelenses, o prêmio Nobel da Paz David Trimble - um dos articuladores do acordo de paz na Irlanda do Norte de 1998 - e o promotor militar aposentado canadense Ken Watkin.
Podemos até admitir que façam honestamente seu trabalho.
No entanto, está antecipadamente vetada a apresentação ao público e à comunidade internacional de qualquer conclusão que "possa causar dano substancial à segurança nacional [de Israel...], as relações internacionais, o bem-estar ou a privacidade de qualquer indivíduo ou os métodos operacionais confidenciais de entidades autorizadas".
Ou seja, esses homens de reputação, para fazerem jus à dita cuja, deverão concluir o óbvio ululante:
- que Israel agiu com bestialidade extrema, ao abordar em alto mar embarcações de outro país;
- ao invadi-las da forma mais truculenta;
- ao assassinar nove civis e ferir muitos outros;
- ao sequestrar os sobreviventes, rebocando-os ao seu território;
- ao roubar equipamentos que portavam;
- ao mantê-los em cativeiro sem nenhuma autoridade para tanto;
- e, finalmente, ao despachá-los para onde decidiram ao invés de soltá-los para ir aonde quisessem.
E, como todos sabemos da dificuldade em disciplinar Israel, tal relatório (com as partes inócuas divulgadas e o que realmente importa mantido em sigilo) vai produzir efeito nenhum, já que nem cobranças da opinião pública haverá.
Afinal, sequer o contundente Relatório Goldstone teve as consequências que se impunham, embora haja concluído e informado ao mundo que Israel perpetrou massacres dantescos em Gaza, na virada de 2008 para 2009.
Depois desta, a ONU também deixou de existir. Só falta enterrarem.
A Liga das Nações acabou por ter sido impotente para conter Hitler.
A ONU acabou por ter sido impotente para conter Israel.
Simples assim.
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