terça-feira, 12 de maio de 2009

JAMES JOYCE - ULISSES

Ulisses
  • Somos um povo generoso mas devemos ser justos - Tenho medo dessas grandes palavras - disse Stephen- que nos fazem tão infelizes
- pg 41
  • A coisa é se se crê realmente.
- pg 97
  • Monsieur de la Palise - escarneia Stephen - estava vivo quinze minutos antes de morrer
- pg 215
  • Apega-te ao agora, ao aqui, através dos quais todo o futuro mergulha no passado
- pg 218
  • As gentes não sabem quão perigosas podem ser as canções de amor
  • Ba! - disse Stephen rudemente - Um homem de gênio não se engana. Seus erros são volitivos e são os portais da descoberta
- pg 222
  • No que nós, ou a mãe Dana, tecemos e destecemos nosso corpos - disse Stephen - no dia a dia, as moléculas deles entrecuzando-se daqui para ali, assim tece e destece o artista a sua imagem. E assim como o sinal do meu peito direito está onde estava quando eu nasci. embora meu corpo tenha sido tecido de novos fios no correr dos tempos, assim através do espírito do pai inquieto a imagem do filho não vivente se mostra. No intenso instante da imaginação, quando a mente, diz Shelley, é um tição evanescente, aquilo que eu era é aquilo que eu sou e o que em possibilidade eu posso vir a ser. Assim no futuro, o irmão do passado, eu poderei ver-me como agora aqui estou sentado mas por reflexão daquilo que então eu serei
- pg 227
  • Não se pode comer o bolo e continuar a tê-lo
- pg 239
  • Me sinto tão triste. PS Florescendo tão só
- Pg 297
  • Permita-me - falava ele - confiar tanto em nossas relações que, embora superficiais se julgadas pelos padrões do mero tempo, são fundadas, como espero e creio, num sentimento de mútua estima, que lhe peça este favor. Mas, acaso tenha ultrapassado os limites da discrição, que a sinceridade de meus sentimentos seja a escusa da minha audácia
- pg 362
  • Melhor escapar um culpado do que noventa-e-nove erroneamente condenados
- pg 514
  • Ela hesita em meio a fragrâncias, música, tentações. Ela oconduz para os degraus, atraindo-o pelo odor dos sovacos, o viço dos seus olhos pintados, o frufru de sua comisola em cujas pregas sinuosas se enrosca o fartum leonino de todos os brutos e machos que a possuíram.
- pg 551
  • Sê justo antes de ser honesto
- pg 599

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(...)Ulisses e a ascensão do modernismo literário

1922 foi um ano fundamental na história do modernismo na literatura de língua inglesa, com a publicação tanto de Ulisses quanto do poema The Waste Land, de T. S. Eliot. Em seu romance, Joyce utiliza-se do fluxo de consciência, da paródia, de piadas e virtualmente todas as demais técnicas literárias para apresentar seus personagens. A ação do livro, que se desenrola em um único dia, 16 de junho de 1904, situa os personagens e incidentes da Odisséia de Homero na Dublin moderna e representa Odisseu (Ulisses), Penélope e Telêmaco em Leopold Bloom, sua esposa Molly Bloom e Stephen Dedalus, cujos caracteres contrastam com seus altivos modelos, parodiando-os. O livro explora diversas áreas da vida dublinense, estendendo-se sobre sua degradação e monotonia. Ainda assim, o livro também é um estudo afeiçoadamente detalhado sobre a cidade, e Joyce afirmava que se Dublin fosse destruída por alguma catástrofe, poderia ser reconstruída tijolo por tijolo, usando como modelo sua obra. Para atingir este nível de precisão, Joyce usou uma edição de 1904 do Thom's Directory - uma obra que listava os proprietários e/ou possuidores de cada imóvel residencial ou comercial da cidade. Ele também enxurrava amigos que ainda viviam na cidade com pedidos de informação e esclarecimentos.

O livro consiste em dezoito capítulos, cada um cobrindo aproximadamente uma hora do dia, começando por volta das 8 da manhã e terminando em algum ponto após 2 da madrugada seguinte. Cada um dos dezoito capítulos emprega seu próprio estilo literário. Cada um deles também se refere a um episódio específico da Odisséia de Homero e tem associado a si uma cor, arte ou ciência e órgão do corpo humano. Esta combinação de escrita caleidoscópica com uma estrutura extremamente formal e esquemática é uma das maiores contribuições do livro para o desenvolvimento da literatura modernista do século XX. Outras são uso da mitologia clássica como a armação para a construção do livro e o foco quase obsessivo nos detalhes exteriores num livro em que muito da ação relevante ocorre dentro das mentes dos personagens. Ainda assim, Joyce queixou-se: "talvez eu tenha supersistematizado Ulisses," e minimizado as correspondências míticas pela eliminação dos títulos dos capítulos, emprestados a Homero.(...)

(...)A obra de Joyce foi submetida a pesquisas intensas por estudiosos de todos os tipos, e ele é um dos autores mais notáveis do século XX. Também foi influência importante para autores tão diversos quanto Beckett, Jorge Luis Borges, Flann O'Brien, Máirtín Ó Cadhain, Salman Rushdie, Thomas Pynchon, William Burroughs e muitos outros.

A influência de Joyce também se faz sentir em campos alheios à literatura. A frase "Three Quarks for Muster Mark", no Finnegans Wake, é a fonte para a palavra quark, na Física, que designa um dos muitos tipos de partícula elementar. O nome foi proposto pelo físico Murray Gell-Mann. O filósofo francês Jacques Derrida publicou um livro sobre o uso da linguagem em Ulisses, e o filósofo americano Donald Davidson fez o mesmo com o Finnegans Wake, comparando-o com Lewis Carroll.(...)

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Joyce

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“... a frase de Aristóteles se formou a si mesma em meio aos versos parlapatões e sobreflutuava no silêncio estudioso da biblioteca de Santa Genoveva ...” (Joyce. Ulisses)

Tece, tece, tecedor do vento,
Tece, tece, Joyceware.

*Trocadilho composto pela soma da palavra software e pelo nome Joyce: “JOYCEWARE”, de autoria do filósofo francês Jacques Derrida. Derrida compara as obras “Ulisses” e “Finnegans Wake”, ambas de James Joyce, a computadores de milésima geração. Daí o epíteto “Joyceware”, para designar as referidas obras do consagrado escritor irlandês. Cf. DERRIDA, Jacques. ‘Duas palavras’. In “riverrun... Ensaios sobre James Joyce”. Org. Arthur Nestrovski. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

FONTE: http://recantodasletras.uol.com.br/prosapoetica/148113

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