terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A AGENDA GLOBAL


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Tudo indica que há uma agenda, que está sendo cumprida em detalhes. A partir do século XXI, a cada início de década, ocorre um acontecimento globalizante que mesmeriza as pessoas e as faz acreditar que elas são as agentes das transformações que estão vendo acontecer na televisão.

     Os organizadores dessa agenda sabem que as pessoas somente podem ser mobilizadas quando pensarem que elas são o motor da mobilização.

     Em 2001, no primeiro ano do século, os atentados ao World Trade Center. Os melhores serviços secretos do mundo foram incapazes de prever e evitar os atentados; a mais bem informatizada e melhor treinada aeronáutica do mundo foi incapaz de derrubar quatro aviões.

     Quando dois desses aviões atingiram os seus alvos – as Torres Gêmeas – somente mataram e feriram funcionários subalternos e as câmeras de TV estavam a postos, esperando os acontecimentos. O que atingiu o Pentágono ainda hoje não se sabe com exatidão, embora as fontes oficiais digam que foi um Boeing. Tudo indica que foi um míssil, coincidentemente no lugar do Pentágono onde estavam sendo feitas reformas. O quarto avião sumiu dos radares quando se encaminhava para a Casa Branca.

     No mesmo dia, George W. Bush declarou guerra ao Islã. 2001 foi o ano em que o ocidente, através dos Estados Unidos, declarou guerra a uma religião. Invadiram o Afeganistão e o Iraque, mas a guerra está dirigida contra todos aqueles que professam a religião muçulmana. Basta ser muçulmano para ser suspeito. “Encontraram” um Osama Bin Laden - até então grande amigo da família Bush nas suas transações de petróleo e na guerra contra a ex-União Soviética – como o autor intelectual dos atentados. Fontes bem informadas dizem que Bin Laden estaria morrendo por aqueles dias, vítima de males crônicos, em um dos hospitais guarnecidos pelos Estados Unidos, no Paquistão.

     Usaram o nome da Al-Qaeda – uma organização guerrilheira patrocinada pelos Estados Unidos quando da invasão da União Soviética ao Afeganistão – para ser a responsável pelos atentados em 2001 e, atualmente, pelos males do mundo. Tudo devidamente esquematizado.

     E declararam guerra ao Islã. Significa que declararam guerra a todos os países, mesmo os supostamente aliados, que tem governos que professam a religião muçulmana. O interesse é acabar com uma grande religião que domina grande parte do Oriente Médio e da África. As invasões do Afeganistão e Iraque obviamente foram para rapinar petróleo e gás. Mas não somente.

     O mais importante é enfraquecer o islamismo a tal ponto que os países muçulmanos passem a orbitar em torno da ideologia capitalista ocidental, abrindo novos mercados para empresas multinacionais e enfraquecendo o Islamismo a ponto de separar a religião do Estado nos países muçulmanos. É uma estratégia a médio e longo prazo.

     No Iraque, tiraram a maioria sunita do poder e os jogaram contra a minoria xiita, aliada dos Estados Unidos. E colocaram no poder um governo xiita. Isso fez com que a maioria sunita passasse a atacar os xiitas colaboradores dos invasores.

     O mesmo está sendo tentado no Afeganistão, onde a guerrilha Talibã é sunita. Se as tropas dos Estados Unidos e aliados vencerem ali, colocarão um governo xiita. Dividir para governar.

     Já no Irã é o oposto. A Revolução Islâmica, que derrubou o Xá Rheza Pahlevi, aliado dos Estados Unidos, instaurou um governo teocrático de maioria xiita.

     E lá a estratégia está sendo a de instigar o povo contra o governo através das redes sociais.

     Apesar de ser um regime fundamentalista, que defende as verdades do Corão, a heterodoxia da vertente xiita faz com que alguns costumes não sejam tão severos e a classe média alta do Irã tem revelado simpatia pela orientação capitalista ocidental. O relaxamento de costumes e da moral até então reinante é o primeiro passo para a desagregação de um povo. E um povo desagregado é fácil de ser dominado por potências estrangeiras. Veja-se o Brasil, como exemplo.

     Mas é uma guerra contra o Islã. Por vários motivos. Um deles é que o Islamismo torna os povos coesos em torno dos seus governos, evitando a penetração de maléficos hábitos ocidentais e impedindo que novos mercados sejam abertos para que as grandes empresas transnacionais possam vender os seus produtos.

     Outro, é Israel. Enfraquecendo-se a força árabe, fortalece-se a força de Israel. E Israel é um enclave ocidental em pleno Oriente Médio.

     Outro motivo, e talvez o mais importante: é óbvia a tentativa de instauração de um governo mundial. No ocidente, esse governo mundial já existe – apesar da resistência de alguns países latino-americanos. A China está sendo cooptada aos poucos. Com exceção de Coréia do Norte e Vietnã, o extremo oriente é dominado pelo capitalismo ocidental; a Europa está unida pela ditadura do euro; A Rússia é um país confiável; os demais países eslavos aceitam trocar as suas riquezas por tecnologia; a Índia e o Paquistão são aliados do ocidente.

     Restam os países muçulmanos, onde a mentalidade é outra, com outra visão de mundo, graças à religião islâmica. Então, declarou-se a guerra ao Islã. Faz parte da Agenda, liquidar – custe o que custar – com a religião islâmica. Também faz parte da Agenda, além de um mundo unificado, uma única língua e uma única religião. E essa religião não será o Islamismo ou o Cristianismo.

     O Cristianismo, principalmente a religião Católica Romana, já está sob fortes ataques, desde o início do século. Aliás, a cristandade começou a ser dividida na Idade Média, mas resta aquele baluarte que se chama Vaticano. Não se pode criar uma religião mundial com um Papa católico sendo adorado como um deus por milhões de pessoas, mas pode-se tentar desmoralizar essa religião para que milhões de pessoas passem a desconfiar de sua credibilidade.

     É o que está sendo feito. Primeiro, os ataques literários, para balançar a classe média e pequena burguesia católicas. Dan Brown e outros fizeram o seu papel. Os livros maçônicos e “templários” multiplicam-se. Uma espécie de neo-paganismo pede passagem. Indícios da nova religião, que traz em si um vale-tudo nos costumes e uma desorganização moral total. E é no aspecto moral que agora atacam o Vaticano, com as inúmeros denúncias de pedofilia. É uma pressão constante e o Vaticano está cedendo, pouco a pouco, em todos os seus restantes princípios religiosos.

     No entanto, entre os muçulmanos é bem mais difícil. Então, a guerra.

     No início desta segunda década do século XXI, a guerra contra o Islã mostra outras faces. A Internet, que vem sendo aperfeiçoada aos poucos para servir de arma de ataque capitalista, foi posta em prática com êxito. É claro que não sozinha.

     Há grupos, que se dizem "ativistas", que participam dessa política da direita internacional, mobilizando as pessoas desinformadas que querem urgentemente participar de alguma coisa - principalmente a juventude.

     Se observarmos que as grandes empresas de comunicação - como Globo, CNN e semelhantes - estão participando ativamente na incitação dessas "revoluções", perceberemos que há algo de errado. E esse tipo de propaganda influencia diretamente da mente dos internautas desavisados, geralmente de classe média e que gostariam muito de ser revolucionários através dos seus computadores. A grande rede existe para isso - para pegar peixes.

     Cabe lembrar que a guerra cibernética é uma antiga ideia do sistema. Por exemplo, Cuba já está sendo alvo, há muito tempo, da ação de blogueiros pagos por Wall Street e treinados pelas agências não tão secretas norte-americanas. O mesmo acontece no Irã.

     M. H. Lagarde, em sua matéria "Guerra Cibernética Contra Cuba", revelou que em 19 de abril de 2010, no Instituto George Bush e com o patrcínio da Freedom House, ocorreu um evento intitulado "Cyberdissidentes: Êxitos e Desafios".

     Na ocasião, estiveram presentes blogueiros do mundo inteiro, pagos por Washington, conforme ele cita: "É o caso de Rodrigo Diamant, da organização Futuro Presente, da Venezuela; Arash Kamangir, do Irã; Oleg Kozlovsky, da Russia; Isaac Mao, da China e Ahed Alhendi, da Síria. Ernesto Fernandez Busto, um blogueiro de origem cubana radicado em Barcelona e que acaba de publicar uma declaração exortando aos dissidentes cubanos a não envergonhar-se de receber o dinheiro que lhes envia o império, foi o representante de Cuba. Depois disto, não resta a menor dúvida de onde surgiu e com que fins foi inventada a blogosfera contra-revolucionária cubana, onde sobressaem, além do convidado Bustos - editor do blog Penúltimos Dias - outros blogueiros mercenários como Yoani Sanchéz."

     Através da mobilização das redes sociais – twiter e facebook, principalmente – a classe média e pequena-burguesia pensou fazer revoluções na Tunísia e no Egito, e tenta sublevar o restante do norte da África islâmica. Por enquanto, o teste está sendo feito na África do norte.

     São revoluções sem causa, sem partidos políticos, sem idéias e sem ideologia. E isso não tem nada a ver com a entrada do século 21 ou da segunda década deste século, como tentam dar a entender alguns articulistas do sistema. Naqueles países, de segundo e terceiro mundo, quem tem acesso à Internet ainda é a pequeno-burguesia e classe média alta. O povo de verdade apenas assiste. E trabalha.

     Aqueles golpes de estado, patrocinados pelos Estados Unidos, que mantém a sua Quinta Frota de plantão nas costas da África do Norte, no mar Mediterrâneo, não tem nada a ver com revolução popular. Antes, são trocas de guarda. E experiências tecnológicas, assim como experiências sociológicas.

     Os donos do mundo querem ver até que ponto os seus aliados das classes mais altas podem ser manipulados e mobilizados rapidamente. E quando Obama disse que estava chateado, porque os seus serviços secretos não lhe tinham avisado nada sobre a “revolução” no Egito, foi a piada do ano - por enquanto.

     A experiência deu certo; e agora eles sabem que podem mobilizar pessoas das classes mais altas e da alienada classe média em qualquer país do mundo. E mesmo os governos aliados tremem. Tremem tanto, que são os próprios governos aliados que foram derrubados, na Tunísia e no Egito.

     Derrubados é dizer demais. Os ditadores abandonaram o poder, foram descansar e rir sozinhos em alguma praia paradisíaca e as Forças Armadas ficaram nos seus lugares. Nada mais justo. Forças Armadas e ditaduras de direita tem tudo a ver.

     Em nome do que chamam de rodízio no poder, que é o apelido atual de democracia, brevemente farão eleições e colocarão presidentes de mais confiança e inteira e servilmente fiéis ao sistema. Como os anteriores, mas o rodízio no poder é uma maneira de oxigenar o que já está estabelecido.

     Governos que poderão ajudar a derrubar o único verdadeiro inimigo, naquela região, que é a Líbia. Depois será a vez do restante do Oriente Médio. Com Israel lá dentro, apoiando.

     É assim que eles pensam, e assim traçaram a sua Agenda e desejam cumpri-la. Mas não é assim que necessariamente tenha que acontecer. A História não é linear e até as guerras mais bem planejadas, às vezes, não dão certo. O tiro pode sair pela culatra e os povos realmente oprimidos – como os palestinos - poderão aproveitar a deixa para uma revolta geral.

     Mesmo com todo o poder do mundo e com o auxílio de forças espirituais negativas, os construtores dessa agenda globalizante poderão ver os seus objetivos ir por água abaixo no instante em que – como em uma partida de Xadrez – o adversário que aparentemente estiver perdendo fizer um sacrifício inesperado e der o xeque-mate.

     Eles querem o domínio e controle absoluto de todo o mundo. Mas o mundo é como a Natureza: somente poderá existir enquanto houver diversidade. De hábitos, costumes, ideologias, povos, países, línguas e religiões. E nessa diversidade consiste a liberdade.

Fausto Brignol.

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