domingo, 23 de janeiro de 2011

Marko Andrade - Espera branca

Rugas e verrugas relevos
Na crosta superfície da alma
Desenham cordilheiras amontoadas
Acavalando-se no horizonte
Demarcando a fronteira lúcida
Da solidão dos guerreiros amantes.
Arde o desejo de vencer picos , fendas
E as ranhuras do coração
O ar raro ao redor do peito
Faz girar as esferas do inconsciente das artérias nas alturas,
Os sonhos quase despencam no fundo abismo em vértice.
O gelo impiedoso da alma, martela a cabeça sem trégua,
É o frio flutuante do cume de pedra.
Mas os amores sempre vencem os medos,os segredos e a ausência
E erguem-se por sobre as montanhas eternas.
Somos agora extremos, saga, limite, trincheiras e avalanches.
Escalaremos paredões radicais sem fim das encostas.
A vertical dos sentimentos força motriz da paixão,
Faz balançar os corpos em pêndulos,
As vértebras se distendem em calafrios
Delatando a hora da espera branca.
E o silencio absoluto, será o fim do chamado.

MARKO ANDRADE

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