Obama estava certo: Lula é mesmo o cara.
Ou, digamos, o político pós-moderno por excelência.
Pois, a História pode não ter acabado com o advento do capitalismo globalizado, mas parou. Está imobilizada há duas décadas, esperando que um empurrão a ponha novamente em movimento.
Depois da queda do muro de Berlin, nada de realmente importante aconteceu no clubinho das nações desenvolvidas (e das quase, como o Brasil). A política econômica de todas elas é a mesmíssima, o neoliberalismo explícito ou implícito, atendendo aos interesses e conveniências do grande capital.
E, como nada de essencial pode mudar nas relações macroeconômicas (o poder real...), a política vira teatro, representação. Multiplicam-se e exageram-se ad nauseam os adjetivos, porque o substantivo permanece sempre o mesmo.
Parafraseando Shakespeare, a política oficial virou uma história cheia de som e fúria, significando nada, que safados contam para conquistar e manter suas posições no sistema. E os idiotas são os que levam a sério tal encenação.
Vai daí que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com sua bagagem de sindicalista, acaba sendo o homem certo para este momento errado da História da humanidade.
O que ele aprendeu como dirigente metalúrgico foi a prática da negociação. Greves, manifestações de protesto, discursos inflamados, para ele, não passavam de meios para se atingir o fim: o acordo satisfatório para sua categoria.
Não fazia questão, nem mesmo, de ostentar os louros da vitória.
Outros -- os generosos patrões, advogados, ministros do Trabalho, etc. -- poderiam ser aclamados pela mídia, desde que os metalúrgicos, ao verificarem o contracheque, ficassem satisfeitos com o valor grafado. Na eleição seguinte do sindicato, seria este o critério que garantiria a Lula a gratidão de seus representados e os votos que o reelegeriam.
Como presidente da República, o que ele faz? Exatamente o mesmo: busca resultados através da negociação, sem ligar para o blablablá da mídia.
A direita fez campanha falaciosa contra o Programa Nacional de Direitos Humanos? Tudo bem. Cortam-se alguns trechos polêmicos, tornam-se ambíguos outros e se transfere a decisão do que realmente importa -- o balanço final da ditadura militar -- para a Comissão da Verdade, na qual os adeptos da mentira não prevalecerão.
A direita fez campanha histérica contra as cotas raciais? Tudo bem. Aprova-se um Estatuto da Igualdade Racial água-com-açúcar, mas deixa-se a brecha para implementá-las como "ações afirmativas".
A direita fez campanha hidrófoba contra o refúgio concedido a Cesare Battisti? Tudo bem. Deixa-se o caso esfriar e depois, quando ninguém está mais ligando, confirma-se a decisão do ministro da Justiça.
É o que convém a todos: no fundo, nada preocupa mais os Demóstenes que carregam os estandartes da direita do que sua imagem no day after. Se saem bem na foto ou ninguém se lembra mais do que diziam antes, o que lhes importam os ganhos não ostensivos dos ditos adversários?
Esta postura pragmática, desideologizada, resultaria até no plano internacional, pois foi Lula quem apontou o melhor caminho para se lidar com o programa nuclear do Irã.
Só que falou mais alto a intransigência de Israel, país que insiste em manter artificialmente a mentalidade da guerra fria em pleno século 21.
Graças ao poder econômico e de mídia concentrado nas mãos de judeus, Israel ainda consegue fazer suas idiossincrasias e paranóias determinarem decisões do governo dos EUA, das nações mais influentes e do Conselho de Segurança da ONU.
Mas, não passa de uma excrescência, de uma aberração que tem os dias contados.
Quem viver, verá: ou o estado judeu passa a respeitar os valores civilizados e o Direito internacional, convivendo com seus vizinhos ao invés de massacrá-los, ou vai acabar ensejando a aliança que o destruirá.
Também se verá que os períodos de pasmaceira não duram para sempre; a História há de engatar de novo sua marcha para a frente.
Nem que tenha de pegar no tranco: as consequências cada vez mais danosas da prioridade do lucro sobre os interesses superiores da humanidade haverão de forçar uma reação, pois, quando se chegar à beira do abismo, o instinto de sobrevivência do homem vai falar mais alto.
Ou, digamos, o político pós-moderno por excelência.
Pois, a História pode não ter acabado com o advento do capitalismo globalizado, mas parou. Está imobilizada há duas décadas, esperando que um empurrão a ponha novamente em movimento.
Depois da queda do muro de Berlin, nada de realmente importante aconteceu no clubinho das nações desenvolvidas (e das quase, como o Brasil). A política econômica de todas elas é a mesmíssima, o neoliberalismo explícito ou implícito, atendendo aos interesses e conveniências do grande capital.
E, como nada de essencial pode mudar nas relações macroeconômicas (o poder real...), a política vira teatro, representação. Multiplicam-se e exageram-se ad nauseam os adjetivos, porque o substantivo permanece sempre o mesmo.
Parafraseando Shakespeare, a política oficial virou uma história cheia de som e fúria, significando nada, que safados contam para conquistar e manter suas posições no sistema. E os idiotas são os que levam a sério tal encenação.
Vai daí que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com sua bagagem de sindicalista, acaba sendo o homem certo para este momento errado da História da humanidade.
O que ele aprendeu como dirigente metalúrgico foi a prática da negociação. Greves, manifestações de protesto, discursos inflamados, para ele, não passavam de meios para se atingir o fim: o acordo satisfatório para sua categoria.
Não fazia questão, nem mesmo, de ostentar os louros da vitória.
Outros -- os generosos patrões, advogados, ministros do Trabalho, etc. -- poderiam ser aclamados pela mídia, desde que os metalúrgicos, ao verificarem o contracheque, ficassem satisfeitos com o valor grafado. Na eleição seguinte do sindicato, seria este o critério que garantiria a Lula a gratidão de seus representados e os votos que o reelegeriam.
Como presidente da República, o que ele faz? Exatamente o mesmo: busca resultados através da negociação, sem ligar para o blablablá da mídia.
A direita fez campanha falaciosa contra o Programa Nacional de Direitos Humanos? Tudo bem. Cortam-se alguns trechos polêmicos, tornam-se ambíguos outros e se transfere a decisão do que realmente importa -- o balanço final da ditadura militar -- para a Comissão da Verdade, na qual os adeptos da mentira não prevalecerão.
A direita fez campanha histérica contra as cotas raciais? Tudo bem. Aprova-se um Estatuto da Igualdade Racial água-com-açúcar, mas deixa-se a brecha para implementá-las como "ações afirmativas".
A direita fez campanha hidrófoba contra o refúgio concedido a Cesare Battisti? Tudo bem. Deixa-se o caso esfriar e depois, quando ninguém está mais ligando, confirma-se a decisão do ministro da Justiça.
É o que convém a todos: no fundo, nada preocupa mais os Demóstenes que carregam os estandartes da direita do que sua imagem no day after. Se saem bem na foto ou ninguém se lembra mais do que diziam antes, o que lhes importam os ganhos não ostensivos dos ditos adversários?
Esta postura pragmática, desideologizada, resultaria até no plano internacional, pois foi Lula quem apontou o melhor caminho para se lidar com o programa nuclear do Irã.
Só que falou mais alto a intransigência de Israel, país que insiste em manter artificialmente a mentalidade da guerra fria em pleno século 21.
Graças ao poder econômico e de mídia concentrado nas mãos de judeus, Israel ainda consegue fazer suas idiossincrasias e paranóias determinarem decisões do governo dos EUA, das nações mais influentes e do Conselho de Segurança da ONU.
Mas, não passa de uma excrescência, de uma aberração que tem os dias contados.
Quem viver, verá: ou o estado judeu passa a respeitar os valores civilizados e o Direito internacional, convivendo com seus vizinhos ao invés de massacrá-los, ou vai acabar ensejando a aliança que o destruirá.
Também se verá que os períodos de pasmaceira não duram para sempre; a História há de engatar de novo sua marcha para a frente.
Nem que tenha de pegar no tranco: as consequências cada vez mais danosas da prioridade do lucro sobre os interesses superiores da humanidade haverão de forçar uma reação, pois, quando se chegar à beira do abismo, o instinto de sobrevivência do homem vai falar mais alto.
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