Deu na BBC que, segundo estudo do instituto de pesquisas britânico New Economics Foundation, faxineiros de hospitais são muito úteis para a sociedade, ao contrário dos funcionários de alto escalão dos bancos, altamente nocivos.
Os primeiros, trabalhadores produtivos e necessários, geram R$ 30 de valor para cada R$ 3 que lhes são pagos.
Os parasitários executivos das casas de agiotagem modernas, com vencimentos mensais superiores a R$ 1 milhão, destróem R$ 21 para cada R$ 3 que ganham -- levando-se em conta os danos que a categoria causou para a economia global na recente crise capitalista.
Sem tantos e tão requintados modelos estatísticos, o grande Bertold Brecht chegou à mesma conclusão oito décadas atrás, quando indagou o que importava o roubo de um banco diante do crime inominável de fundar-se um banco.
Outras conclusões do estudo, segundo a notícia da BBC:
- altos executivos de agências de publicidade criam estresse, porque são responsáveis por campanhas que geram insatisfação e infelicidade, além de encorajar consumo excessivo.
- contadores prejudicam o país ao criar esquemas para diminuir a quantidade de dinheiro disponível para o governo.
Ingenuamente, a porta-voz da fundação, Eilis Lawlor, conclui:
"Faixas salariais com frequência não refletem o valor real que está sendo gerado. Enquanto sociedades, precisamos de uma estrutura de pagamentos que recompense os trabalhos que geram mais benefícios para a sociedade, não aqueles que geram lucro às custas da sociedade e do meio ambiente".Quando ela fala em "estrutura de pagamentos", subentende capitalismo. E, sob o capitalismo, o foco jamais será a geração de benefícios para a sociedade, mas sim a geração de lucros para uma minoria, cause os danos que causar à sociedade e o meio ambiente.
Está mais do que na hora de mudarmos tal foco, passando a priorizar o bem comum, não os privilégios individuais/grupais; a cooperação, não a competição; o despreendimento, não a ganância; a solidariedade, não o exclusivismo; a coexistência harmoniosa com o meio ambiente, não os interesses econômicos.
Não dá para se melhorar o capitalismo nos detalhes. Ou acabamos com ele ou ele acaba conosco, via aquecimento global e esgotamento dos recursos naturais dos quais depende a sobrevivência da espécie humana.
É simples assim.
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