Do UOL Ciência e Saúde*
15/12/2009 - 20h01
Profissionais da Escola de Enfermagem da USP (Universidade de São Paulo) criaram uma cartilha educativa que mostra às gestantes como proceder em momentos decisivos da gravidez e aborda questionamentos constantes das mulheres em relação ao pré-natal e ao pós-par
O material é resultado de uma pesquisa da enfermeira obstetra Luciana Magnoni Reberte, com orientação da professora Luiza Akiko Komura Hoga, e teve como base dúvidas e sugestões de gestantes e profissionais da saúde.
O trabalho, batizado de "Celebrando a Vida", foi vencedor da oitava edição do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, promovido pelo Ministério da Saúde.
Em linguagem simples, a cartilha trata de assuntos desde o pré-natal, como as mudanças que acontecem no corpo das mulheres, até o pós-parto - a amamentação, os cuidados com o corpo e com o recém-nascido. Além disso, o material enfatiza os benefícios da participação ativa de um companheiro, seja ele marido ou não, durante e depois da gravidez.
Além disso, a enfermeira afirma que o material é uma fonte de informações básicas que todas as mulheres deveriam ter, mas que apenas com o acompanhamento pré-natal em hospitais não é possível. A pesquisadora salienta que “a informação é um direito de todos e a cartilha serve também para isso: trazer às mulheres temas que serão úteis e importantes para essa fase de suas vidas”.
Veja algumas perguntas e respostas que fazem parte da cartilha.
Antes da hora do nascimento dá para saber a posição do bebê?
Geralmente, até a 32ª semana o bebê está sentado. Depois, ele muda de posição. Entre 36 e 40 semanas pode acontecer o encaixe do feto na bacia da mãe, o que faz com que a barriga dela abaixe.
Quando a bolsa estourar, quanto tempo eu tenho para ir ao hospital?
No caso da gestante perceber um líquido, que pode sentir escorrendo entre as pernas,lembrando cheiro de cloro, é a bolsa que estourou. Você deve ir ao hospital, mesmo que o rompimento da bolsa não seja acompanhado dos sinais de trabalho de parto. Não há um tempo exato, pode seguir para o hospital, mas sem desespero. Apenas em situações extremas como queda, sangramento ou se o bebê já estiver nascendo é necessário chamar a ambulância.
O que tem que acontecer para ser parto cesárea? O meu primeiro filho foi de parto cesárea, o segundo também tem que ser de cesárea?
Você pode ter um parto normal após ter tido umparto cesárea. Mesmo, se for mais de um parto cesárea. Com exceção para os casos que exista algum motivo na gravidez atual que indique a cesárea. A indicação de parto cesárea é feita depois de uma avaliação de vários fatores como a idade da mulher, sua pressão arterial e as condições do bebê. No parto cesárea há uma maior perda de sangue e maior risco de infecção. Como são cortadas várias camadas da sua barriga, demora para cicatrizar e após o parto é bastante dolorido. Não há necessidade de ser feito em todas as mulheres, apenas nas que precisarem, já que a intenção é já que a intenção é a de preservar a vida da mãe e do bebê.
A barriga da mulher não fica igual? Com exercício a barriga não volta ao normal? Depois de quantas semanas pode começar a fazer exercícios ?
Após o nascimento do bebê, a barriga da mulher fica aumentada por causa dos músculos que estão fl ácidos. Nas primeiras semanas provavelmente você não vai ter muito tempo nem motivação para os exercícios. Você deve seguir o seu ritmo. As atividades físicas em conjunto com o bebê ajudam a aproveitar o tempo e perder peso como dançar e passear com ele. Faça atividadesque te deem prazer. Por volta de um mês e meio, a mulher quase retorna ao perfil anterior à gravidez. É importante iniciar os exercícios assim que a mulher conseguir, na ausência de complicações, em média um mês após o parto normal e 45 dias após o parto cesárea, em razão da cicatrização do útero. Abdominais com elevação das pernas fortalecem a musculatura e não sobrecarregam a coluna. É importante a indicação médica e acompanhamento por um professor de educação física. A perda de peso também acontece naturalmente quando a mulher amamenta. Tenha cuidado com a alimentação excessiva. Isso pode aumentar a quantidade de gordura. Lembre-se de que a mulher não precisa comer por duas pessoas. Ela já possui reservas sufi cientes para alimentar o bebê. Mas é bom tomar líquidos, necessários para a produção do leite materno.
Acho que quando voltar a trabalhar eu não vou ter tempo de amamentar. Se a mãe não amamentar na hora porque está trabalhando, o bebê ainda vai aceitar mamar no peito?
Quando a mãe volta a trabalhar, ela tem direito a dois períodos diários de 30 minutos cada para amamentar o seu filho. Uma das maneiras de continuar a amamentação é dar o próprio leite ao invés do leite em pó e evitar o uso da chupeta. O leite materno pode ser retirado e guardado na geladeira por 24 horas. Se guardado no congelador, dura 15 dias. Esse leite pode ser oferecido pela pessoa que cuida do bebê e isso vai ajudar a fazer com que ele continue mamando no peito. Na hora de guardar o leite, é importante ter alguns cuidados como lavar as mãos e secá-las com toalha limpa; jogar fora os primeiros jatos do leite para evitar contaminação e colocar o leite em um frasco limpo usado apenas para isso. E não se esqueça de identifi car o frasco com a data da retirada do leite: escreva em uma fi ta crepe ou etiqueta e cole no frasco. Para usar o leite, deve-se aquecê-lo em banho-maria, assim: ferva água em uma panela, desligue o fogo e coloque o frasco,deixando-o na panela até chegar à temperatura desejada. Outro detalhe importante: se o leite não for todo usado, jogue fora o que sobrou. Você tem alguns direitos que ajudam na amamentação: 120 dias de licença-maternidade, assegurados pela Constituição Federal (artigo 7°, inciso XVIII). Existem algumas instituições como o governo, que concedeu 180 dias às funcionárias públicas. Se você for estudante, não abandone os estudos. Solicite os conteúdos das matérias aos professores quando estiver em casa. É seu direito por lei (artigo 1° da lei 6202 de 17 de abril de 1975). Válido do 8° mês de gestação até três meses após o nascimento do bebê.
Fonte: cartilha "Celebrando a Vida". A íntegra está disponível no site da Escola de Enfermagem da USP.
*Com informações da Agência USP de Notícias
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/2009/12/15/cartilha-tira-duvidas-sobre-gravidez-amamentacao-e-parto.jhtm
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