Estudo reforça importância da Amazônia na regulação da química atmosférica
29 de maio de 2017
http://agencia.fapesp.br/estudo_reforca_importancia_da_amazonia_na_regulacao_da_quimica_atmosferica/25371/
Karina Toledo | Agência FAPESP – Medições aéreas feitas no âmbito da campanha científica Green Ocean Amazon Experiment (GOAmazon) revelaram que a floresta amazônica emite pelo menos três vezes mais isopreno do que estimavam os cientistas.
De acordo com Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e coautor do estudo, a substância é considerada um dos principais precursores do ozônio na Amazônia e, de forma indireta, interfere no balanço de gases de efeito estufa na atmosfera.
Os resultados da pesquisa foram divulgados no dia 23 de maio na revista Nature Communications.
“A descoberta explica uma série de questões antes não compreendidas, por exemplo, as altas concentrações de ozônio encontradas vento abaixo de Manaus, que não podiam ser explicadas pela ação antrópica”, disse Artaxo, coordenador do Projeto Temático “GOAmazon: interação da pluma urbana de Manaus com emissões biogênicas da Floresta Amazônica”, financiado pela FAPESP.
As estimativas anteriores eram baseadas em medidas feitas por satélites ou em torres de até 60 metros de altura. Durante a campanha científica GOAmazon, porém, foi possível obter novos dados com o avião de pesquisa Gulfstream-1, que pertence ao Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), dos Estados Unidos, e atinge até 6 mil metros de altitude.
As medições com a aeronave foram feitas nos anos de 2014 e 2015 – tanto na estação chuvosa como no período de seca – e foram comparadas com dados obtidos no nível do solo.
“Com medidas feitas a 4 mil metros de altitude, foi possível calcular uma emissão média referente a uma área muito maior do que a considerada em trabalhos anteriores. Assim, pudemos perceber que as emissões biogênicas naturais são muito maiores do que se imaginava”, disse Artaxo.