Cipriano Ricardo Flores Magón[1] (San Antonio Eloxochitlán, 16 de setembro de 1874 — Fort Leavenworth, 21 de novembro de 1922) foi um dos mais notáveis anarquistas nascidos no México. Possuiu vasto conhecimento acerca das reflexões propostas pelos grandes teóricos do século XIX, entre os quais Mikhail Bakunin, Pierre-Joseph Proudhon, Max Stirner e Elisée Reclus, bem como da obra dos socialistas Karl Marx e Henrik Ibsen, inspirando-se, sobretudo, nas idéias de Piotr Kropotkin na construção de sua própria concepção de luta revolucionária. Dialogou com Charles Malato, Errico Malatesta, Anselmo Lorenzo, Emma Goldman e Fernando Tarrida del Mármol, dos quais era contemporâneo. Junto com seus irmãos, Jesús e Enrique Flores Magón, foi fundador e redator do periódico libertário Regeneración, bem como do movimento revolucionário conhecido como Partido Liberal Mexicano. Suas idéias tiveram profundo impacto no contexto em que viveu sendo também profundamente influenciadas por ele. Sempre atribuiu grande valor ao senso de comunidade e de autonomia existente entre os povos indígenas, sempre militando em seu favor. Suas reflexões e atos contra a tirania latifundiária defendida ferrenhamente pela ditadura de Porfirio Díaz levaram à emergência da Revolução Mexicana. (...)
(...) Nas artes plásticas
- No mural Sueño de una tarde dominical en la Alameda Central (1947) por Diego Rivera, Ricardo Flores Magón aparece retratado por detrás José Guadalupe Posada, e La Catrina.[25]
- No mural Del porfirismo a la Revolución (1957-1966) de David Alfaro Siqueiros parte do acervo do Museu Nacional de História na Cidade de México, Ricardo Flores Magón aparece marchando junto com Mikail Bakunin e Pierre-Joseph Proudhon.[26]
- Na gravura em homenagem a José Guadalupe Posada de Leopoldo Mendez, Flores Magón é mostrado no ateliê de José Guadalupe Posada enquanto o gravurista observa pela janela como a polícia a cavalo dissolve uma manifestação em uma rua lateral do Palácio Nacional em 1902, época em que Flores Magón editava El hijo de El Ahuizote, jornal no qual Posada publicou caricaturas satíricas.[27]
- Na gravura de Carlos Cortez do Movimento Artístico Chicano (1978) Flores Magón aparece preso em uma cela enquanto ergue um papel no qual faz está impresso uma parte da carta dirigida a artista Elena White em 1920 na qual apresenta sua reflexão em desacordo com a noção da "arte pela arte".[28]
- No Mural de Tanirpela (1998) pintado por indígenas tzeltales para celebrar a inauguração do Município Autônomo Zapatista "Ricardo Flores Magón" em Chiapas. Magón aparece na parte esquerda detrás das montanhas com um cinto de balas e labranza, sua mão direita está dentro de um zurrón com os nomes dos jornais para os quais escreveu, de sua mão esquerda caem letras que formam a palavra liberdade como se fossem sementes.[29]
No Cinema
- O filme Agora sim temos que ganhar! (1978) do cineasta Raúl Kamffer trata das agitações magonistas em um pueblo de mineiros, Flores Magón aparece preso e é ajudado pelas pessoas do pueblo para que siga escrevendo no periódico Regeneración.[30]
- No roteiro cinematográfico Zapata (1995) de José Revueltas, Emiliano Zapata participa de uma reunião no quintal de uma loja na qual o professor Otilio Montaño lhe apresenta para Ricardo Flores Magón, alguns anos antes que Zapata se levante em armas.[31]
- Em Fevereiro de 2008 foi lançado na Cidade do México o média-metragem Flores Magón dirigido pelos irmãos Fabián e Julián Robles e produzido pela Confederação Revolucionária de Operários e Camponeses do México (CROC). O filme de baixo orçamento apresenta algumas passagens da vida de Ricardo Flores Magón como sua militância pelos ideais anarquistas, a repressão que sofreu bem como uma das versões de sua morte.
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