terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

ENTREVISTA EXCLUSIVA: SONIA BRAGA, UMA TIGRESA PELA DEMOCRACIA E LIBERDADE



https://www.youtube.com/watch?v=LpQ9Lc_ex14
 
 

Publicado em 2 de jan de 2017
Duas semanas depois da morte de Fidel Castro, Jornalistas Livres encontraram
Sonia Braga em Havana. Foi uma conversa sobre o Brasil, o Golpe, Dilma,
Feminismo e o futuro com Trump

Sonia Braga é daqueles símbolos
fortes do Brasil que a gente adora amar. Tendo participado das grandes
revoluções comportamentais que distribuíram um pouco de generosidade
pelo país, ela protagonizou a versão brasileira do musical pacifista
“Hair”, contra a guerra do Vietnã. Tinha apenas 18 anos quando, em plena
Ditadura, em 1969, na melhor defesa do amor livre, surgiu nua no palco
–um susto! Caetano Veloso eternizou-a na “Tigresa de unhas negras e íris
cor de mel... Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair", da
canção "Tigresa".



Nos anos 1970, Sonia de novo ajudou a inventar o
imaginário de um país mais gentil –desta vez, por um trabalho focalizado
no público infantil, então duramente oprimido pelos padrões morais e de
beleza veiculados pelos Estúdios Disney e suas princesas envenenadas,
adormecidas, confinadas, cuja única esperança era a aparição de um nobre
macho salvador. E o que dizer da violência escancarada de assassinatos e
torturas em série marteladas por desenhos animados como Pica Pau e Tom e
Jerry? Contra tudo isso, Sonia Braga, apareceu, linda, na série Vila
Sésamo, vestida com uma jardineira de brim, falando de solidariedade e
amor.
E então, ela foi Tieta, foi Gabriela, foi Dona Flor, foi a
Mulher Aranha... Foi Julia Mattos, em Dancing Days, uma ex-presidiária
tentando reconstruir a vida e reconquistar o amor da filha.
Aos 66  anos, Sonia Braga recolhe os frutos do trabalho mais recente, em
“Aquarius” (filme de Kleber Mendonça). Por sua performance no filme, ela
foi indicada ao prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, depois
de o elenco, perfilado no tapete vermelho da fama, generosamente apoiar a
luta brasileira pela Democracia ao levantar cartazes “Fora Temer” e
“Foi golpe!”. Lindo e corajoso! Os golpistas não perdoaram a ousadia e
limaram o filme da disputa de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar.
Em Cuba, duas semanas apenas decorridas da morte de Fidel Castro, teve
início o 38º Festival do Novo Cinema Latino-Americano. Aquarius foi
premiado em cinco categorias. Sonia recebeu o premio de melhor atriz.
Ela conversou com os Jornalistas Livres no histórico Hotel Nacional de
Havana. Falou —de novo porque ainda tão necessário--, do compromisso com
a Democracia e a Liberdade. A gente precisa muito disso.

Entrevista: Julia Ríos
Edição de vídeo: Gustavo Aranda e Julia Ríos


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