sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Tire o cálice da estante e brinde o dia da Cachaça
O requinte vai além, com museu próprio e os especialistas cachaçólogos
Da mesma maneira que os vinhos, a cachaça pede um paladar cada vez mais apurado para ser degustada e conta, inclusive, com dia de homenagem: em 21 de maio, comemora-se o Dia Nacional da Cachaça. Muito mais do que aperitivo, a bebida já aparece como acompanhante de muitos pratos e, para que isso aconteça de forma saborosa, o conhecimento dos ingredientes é necessário.

"Quando se toma uma cachaça, é preciso observar a 'agressividade', a acidez, o sabor alcoólico inicial e residual", afirma o mestre cachaceiro- Delfino Golfetto, que dirige a maior rede de cachaçarias do mundo - a Água Doce Cachaçaria. Segundo ele, a doçura também deve ser observada: é positiva se ela for resultante dos compostos doces do próprio produto e do método de armazenamento (quando também recebe açúcares provenientes da madeira na qual a cachaça é armazenada). É negativa quando é resultante da adição de sacarose. "Muitas vezes, o açúcar mascara sabores ruins", diz o especialista.

A bebida, que hoje é sofisticada e aparece como o terceiro destilado mais consumido em todo o mundo (superado apenas pela vodca e pelo soju coreano), faz parte da Historia do Brasil, desde os anos 1500. Naquela época, a produção era realizada de forma clandestina pelos escravos (os senhores de engenho preferiam a bagaceira, destilado alcoólico feito com restos da fermentação do vinho).

Após a fermentação do melaço e a destilação do produto em alambiques improvisados, seguindo a técnica usada pelos portugueses para a produção da bagaceira, foi criada a primeira aguardente brasileira. A menção mais antiga à palavra cachaça é de 1640, época em que Maurício de Nassau governou os domínios holandeses no Nordeste (1637-1644).

Sobre a origem do termo cachaça, há muitas explicações. Uma delas diz que tudo começou com o vocábulo ibérico cachaza, que nomeava um tipo de vinho barato muito consumido em Portugal e na Espanha. Outra hipótese é que a palavra designava a fêmea do cachaço, um porco selvagem cujas carnes duras eram amaciadas com a aguardente.


Delfino Golfetto ensina você a reconhecer uma boa cachaça

- Uma boa cachaça é límpida, transparente e sem resíduos

- O aroma deve ser agradável e dar vontade de continuar cheirando, além de despertar a vontade de saborear

- A boa cachaça deixa no copo uma oleosidade que escorre lentamente. É por isso que o cálice deve liso, transparente e de boca larga. A bebida queima agradavelmente na boca, descendo de modo suave pela garganta

- No processo de degustação de várias cachaças de gradação alcoólica diferentes é importante tomar água mineral gasosa e comer pedaços de pão puro

- Para degustar uma dose, o 'cachaçólogo' demora de 15 a 20 minutos. Um coquetel e uma batida requerem de 20 a 30 minutos

- Alguns degustadores costumam agitar a garrafa para verificar a quantidade de bolhas que se formam. Quanto maior o número de bolhas, melhor a qualidade da bebida.

- A cachaça de qualidade precisa ficar armazenada por, no mínimo, dois anos numa boa madeira. Se ficar acima de oito anos, vira produto nobre e ganha status.

Melhore a digestão
A cachaça é um ótimo digestivo, por isso o costume de degustá-la antes das refeições, como aperitivo, e depois delas, para colaborar na digestão.

Museu da cachaça
Toda a história da bebida pode ser conhecida no Museu da Cachaça, idealizado e mantido pela Água Doce Cachaçaria em Tupã, cidade do interior de São Paulo. O museu apresenta a história da cachaça,fotos, reportagens e mais de 2 mil garrafas, além de peças de engenho usadas antigamente na produção.

Museu da Cachaça
Rua Nhambiquaras, 385 - Vila Aviação - Tupã - SP
Telefones: (14) 3441-2321 / 3441-43371

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