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terça-feira, 25 de agosto de 2015

AUTORREGULAÇÃO

 AUTORREGULAÇÃO
http://www.priberam.pt/dlpo/auto-regula%C3%A7%C3%A3o

Educação pela autonomia através da auto-regulação: uma perspectiva reichiana1
 
Leonardo José Jeber2
UFMG

RESUMO
Este texto apresenta uma relação entre o conceito de autonomia, como o principal objetivo a ser alcançado na formação educacional, e o conceito de auto-regulação, extraído da teoria da psicologia política de Wilhelm Reich. Auto-regulação é capacidade biológica e natural que revela nosso potencial para o desenvolvimento da autonomia. O texto mostra que, a partir dessa referencia à lei natural de funcionamento da vida no individuo, é que se pode compreender a idéia de uma organização social baseada nos fluxos da natureza humana, pois o respeito a esses fluxos é condição necessária a uma cultura que almeje reconhecer os indivíduos que a compõem. O texto apresenta o trabalho de Reich no sentido de integrar os processos biológico-naturais e sociais, tentando superar a dicotomia natureza e cultura e propor uma relação dinâmica entre individuo e sociedade.
Palavras-chave: Educação, Educação física, Autonomia, Auto-regulação, Teoria reichiana.


O principal desafio deste novo século será a construção de
comunidades ecologicamente sustentáveis, organizadas de tal modo
que suas tecnologias e instituições sociais não prejudiquem a
capacidade intrínseca da natureza sustentar a vida. Os princípios
sobre os quais se erguerão as nossas futuras instituições sociais
terão de ser coerentes com os princípios de organização que a
natureza fez evoluir para sustentar a teia da vida.


(Fritjof Capra)
Porque motivo não pode existir uma escola que deixe a criança
aprender aquilo que quer, quando quer e, ao mesmo tempo, procure
ensiná-la a respeitar os direitos das outras?


(Orson Bean) 3 
Segundo Ademar Ferreira dos Santos4 (2000), uma educação auto-regulada está embasada “no sentido de que as normas e as regras que orientam as relações societárias não são injunções impostas ou importadas simplesmente do exterior,
mas normas e regras próprias que decorrem da necessidade sentida por todos de agir e interagir de uma certa maneira, de acordo com uma idéia coletivamente apropriada e partilhada do que deve ser o viver e o conviver numa escola que se pretenda constituir como um ambiente amigável e solidário de aprendizagem”. 5
Auto-regulação é a capacidade biológica e natural que revela nosso potencial para o desenvolvimento da autonomia. Para Constance Kamii (1990), a essência da autonomia é fazer com que as crianças se tornem aptas a tomar decisões por si mesmas. Mas, segundo essa estudiosa, a autonomia não é o mesmo que a liberdade completa e também não é liberdade plena e absoluta. A autonomia significa levar em consideração os fatos relevantes para decidir agir da melhor forma para todos. E, para tanto é preciso ser capaz de se ter um contato com as sensações e percepções auto-reguladoras em seu organismo.
Para Wilhelm Reich, auto-regulação é sinônimo de vida. Segundo André Barreto (2000), vida é para Reich ação e auto-regulação em busca do prazer, o que se explica, segundo esse autor, à medida que o organismo é regido por leis e fluxos naturais que, se devidamente respeitados, permitem ao indivíduo a realização de suas potencialidades inatas. Se não houver esse respeito, se essas leis e fluxos forem interrompidos, produzem uma desorganização, uma “desfuncionalidade”. Isso pode ser visto na vida dos indivíduos, quando há na impossibilidade de expressão emocional, em decorrência de uma repressão sexual6, o que conduz à neurose e à irracionalidade.
Para Wilhelm Reich, segundo André Barreto (2000), somente a partir dessas descobertas referentes às leis naturais de funcionamento da vida no individuo é que podemos compreender a idéia de uma organização social baseada nos fluxos da natureza humana, pois o respeito a esses fluxos é condição necessária a uma cultura que almeje reconhecer os indivíduos que a compõem. Todo o trabalho de Reich foi no sentido de integrar os processos biológico-naturais e sociais, tentando superar a dicotomia natureza e cultura e propor uma relação dinâmica entre indivíduo e sociedade.
Segundo José Gustavo Sampaio Garcia (2006),
“a capacidade intencional de escolha e de ação é característica essencial e exclusivamente humana e está enraizada nas funções biológicas naturais. A liberdade, na ótica reichiana, é o resultado evolutivo da auto-regulação, função que está presente em todas as formas de vida fundamental ao processo do organismo vivo e que o distingue dos sistemas não-vivos. É a aptidão que o ser vivo possui para administrar suas necessidades sem interferência externa, um principio básico da própria existência da vida. Não se pode pensar em vida sem auto-regulação. A sua falta é o primeiro passo para a doença e a decomposição (Reich, 1979).
Portanto, auto-regulação7 significa que um organismo saudável é um sistema regulado em si mesmo, no estado de coordenação harmônica entre processos pulsantes em todas as células e órgãos, até os movimentos respiratórios e os movimentos pulsantes no reflexo do orgasmo8. Esse é um conceito reichiano. Para Reich, biologicamente falando, o orgasmo é uma função auto-reguladora do organismo vivo. Ao estudar a função do orgasmo, Wilhelm Reich descobriu a fórmula da vida que se expressa em Tensão-Carga-Descarga-Relaxamento. É uma fórmula que se manifesta no organismo vivo e que mostra a capacidade do organismo de se auto-regular. Para Reich, a função do orgasmo é a função vida em sua força potencial para a plena realização. Sem essa capacidade o organismo padece.
Orson Bean (1973) explica sinteticamente a função do orgasmo: Os seres humanos, da mesma forma que todas as coisas vivas, a partir da ameba, possuem uma energia interna até hoje não revelada. Wilhelm Reich descobriu-a e deu-lhe o nome de energia orgônica – do radical da palavra organismo. Essa energia é, de fato, a força vital, fisicamente falando. Energia produzida pela ingestão de alimentos, fluidos e ar e diretamente absorvida pela epiderme. Bean destaca que Reich pesquisou e descobriu que a energia orgônica flui em ritmo constante através de todo o corpo, do alto da cabeça à planta dos pés, num movimento de ida e volta e, nas pessoas naturais e de perfeita saúde, pode ser sentida como uma agradável e quente sensação de saúde e bem estar. Sua eliminação se processa pela atividade, excreção, expressão emocional, pelo processo do pensamento e ao ser transformada em calor corporal, que é irradiado para o meio ambiente. Além disso, atua sobre o crescimento. Em casos normais, essa energia é produzida em proporção superior à que é eliminada.(...)


http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-98432006000100005&script=sci_arttext

motivação

AUTORREGULAÇÃO:UMA HABILIDADE A APRENDER

A autorregulação pode ser considerada como uma  habilidade extremamente importante na sociedade atual, ela está relacionada com muitos resultados positivos, como o sucesso na escola, na universidade, no trabalho, o status social  e económico, com a saúde e também com a satisfação nos relacionamentos. A ausência de autorregulação ou interferência nos mecanismos e habilidades que a suportam, está muitas vezes relacionada a problemas nas relações interpessoais, vício, e problemas psicológicos. Estudos recentes sobre a qualidade da autorregulação consideram-na como um traço de personalidade e uma habilidade. Pessoas com capacidade de autorregulação elevada têm mais facilidade em controlar os seus impulsos do que pessoas com capacidade de autorregulação baixa. No entanto, enquanto habilidade a autorregulação pode ser treinada: atos repetidos de autorregulação potenciam a autodisciplina e a capacidade de direcionarmos a nossa energia para aquilo que é mais importante para nós (Muraven & Baumeister, 2000).(...)
 http://www.escolapsicologia.com/autoregulacao-para-sentir-se-melhor-foque-se-no-mais-importante/


Esforço para controlar o temperamento (auto-regulação)

Nancy Eisenberg, PhD.
Arizona State University, EUA
Julho 2005 (Inglês). Tradução: julho 2011

Introdução
Uma importante dimensão do temperamento é esforço de controle, definido por Rothbart como “a capacidade de inibir uma resposta dominante para realizar uma resposta subdominante” (p.137)1 ou a “eficiência de atenção executiva, que inclui a capacidade de inibir uma resposta dominante e/ou ativar uma resposta subdominante, planejar, e detectar erros.”2 O esforço de controle inclui a capacidade de gerenciar voluntariamente a atenção (regulação de atenção) e inibir (controle inibitório) ou ativar (controle ativador) o comportamento sempre que necessário para se adaptar, especialmente em situações nas quais  a criança não está  particularmente inclinada a fazê-lo. Por exemplo, as capacidades de focalizar a atenção na presença de distrações, de não interromper os outros, de permanecer sentado na igreja, e de forçar-se a realizar uma tarefa desagradável são aspectos do esforço de controle. Estas capacidades fundamentam o aparecimento da auto-regulação, um marco importante no desenvolvimento da criança.3

Embora quase todas as crianças apresentem grandes progressos em relação ao esforço de controle – e, consequentemente, em sua auto-regulação – ao longo dos primeiros cinco anos de vida, há grandes diferenças individuais. Como comprovado por outros aspectos do temperamento, acredita-se que diferenças individuais de esforço de controle ocorrem por fatores biológicos – fatores hereditários e constitucionais, tais como o ambiente pré-natal – e por influências ambientais – por exemplo, atendimento pré-natal –, e podem ser afetadas por influências ambientais também durante a infância. Acredita-se que o esforço de controle envolva capacidade de atenção executiva e pode estar vinculado à atividade no giro anterior do cíngulo (parte do sistema límbico no cérebro). Foi demonstrado que o esforço de controle, como parte da atenção executiva, está envolvido no controle voluntário de pensamentos e sentimentos, na resolução de conflitos em relação a informações discrepantes, na correção de erros e no planejamento de novas ações.

Do que se trata
O surgimento da auto-regulação baseada no temperamento, incluindo-se as diferenças individuais, é importante por várias razões. À medida que as crianças crescem, são consideradas pelas pessoas encarregadas de sua socialização como gradativamente responsáveis por seus próprios comportamentos.3 Crianças que não estão bem reguladas têm probabilidade de provocar  reações negativas por parte de colegas e adultos. Além disso, as habilidades de atenção envolvidas no esforço de controle são provavelmente muito importantes para a aprendizagem.5,6 Por fim, as habilidades envolvidas no esforço de controle têm uma relevância evidente para a adaptação emergente  e para  a competência social  das crianças.7

Problema
Pelas razões mencionadas acima, é importante identificar tanto o padrão normativo para a emergência do esforço de controle como os antecedentes de diferenças individuais relativas a tal esforço. Os pesquisadores das ciências do desenvolvimento vêm examinando essas duas questões.(...)
 http://www.enciclopedia-crianca.com/temperamento/segundo-especialistas/esforco-para-controlar-o-temperamento-auto-regulacao

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