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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Escritor Glauco Mattoso fala sobre a produção de literatura gay


https://www.youtube.com/watch?v=HrunUwH4hZU

 Poesia Gay Brasileira - Antologia

Publicado em 9 de ago de 2017

Literatura gay existe? Glauco Mattoso, um dos autores de nossa antologia, escritor com mais de 40 livros publicados, nos concedeu uma entrevista em que fala sobre o assunto. Assista ao vídeo e saiba mais.

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Glauco_Mattoso 

Glauco Mattoso, pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva, (São Paulo, 29 de junho de 1951) é um escritor brasileiro.


Seu nome artístico é um trocadilho com glaucomatoso, termo usado para os que sofrem de glaucoma, doença que o fez perder progressivamente a visão, até a cegueira total em 1995. É também uma alusão a Gregório de Matos, de quem se considera herdeiro na sátira política e na crítica de costumes [1].

Biografia
Glauco cursou biblioteconomia na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e letras vernáculas na USP. Nos anos 70, participou da resistência cultural à ditadura militar através do grupo dos "poetas marginais". Além de editar o fanzine poético-panfletário Jornal Dobrabil (trocadilho com o Jornal do Brasil
e o formato dobrável dos folhetos satíricos), colaborou em diversos
periódicos da imprensa alternativa, tais como o tabloide gay Lampião e o humorístico O Pasquim.



Na década de 80, publicou trabalhos em revistas como Chiclete com Banana, Tralha, Mil Perigos, SomTrês, Top Rock, Status e Around, ensaios e críticas literárias no Jornal da Tarde, além de diversos volumes de poesia e prosa. Em 1982, edita a Revista Dedo Mingo, como um suplemento do Jornal Dobrabil.


Nos anos 90, perde por completo a visão em decorrência do glaucoma de que sofria há anos. Deixa de lado a criação gráfica (história em quadrinhos e poesia concreta) e passa a dedicar-se a escrever letras de músicas e à produção fonográfica. Com o professor da USP Jorge Schwartz, ganha o Prêmio Jabuti pela tradução que ambos fazem da obra inaugural de Jorge Luis Borges, Fervor de Buenos Aires.


Nos anos mais recentes, retorna à criação de poesia escrita e textos
virtuais, produzindo textos e poesias para a internet, colaborando em
revistas eletrônicas e impressas, tais como a Caros Amigos.


Obra

A obra de Glauco Mattoso caracteriza-se pela exploração de temas polêmicos, tais como a violência e a discriminação. O autor tem a reputação de "poeta maldito", uma espécie de boca do inferno moderno ou Bocage pornográfico do século XX [2].

Livros
  • Apocrypho Apocalypse (1975) - coletânea com outros poetas
  • Maus Modos do Verbo (1976) - coletânea com outros poetas
  • Jornal Dobrabil: 1977/1981 (1981) - reedição fac-similar em 2001
  • Memórias de um Pueteiro (1982)
  • Línguas na Papa (1982)
  • O Calvário dos Carecas: História do Trote Estudantil (1985)
  • Rockabillyrics (1988)
  • Limeiriques & Outros Debiques Glauquianos (1989)
  • Haicais Paulistanos (1992)
  • Galeria Alegria (2002)
  • O Glosador Motejoso (2003)
  • Animalesca Escolha (2004)
  • Pegadas Noturnas: Dissonetos Barrockistas (2004)
  • Poética na Política (2004)
  • Poesia Digesta: 1974-2004 (2004)
  • A Planta da Donzela (2005)
  • A Aranha Punk (2007)
  • A Letra da Ley (2008)
  • O Cancioneiro Carioca e Brasileiro (2008)
  • Contos Hediondos (2009)
  • Cinco Ciclos e Meio Século (2009)
  • Tripé do Tripúdio e Outros Contos Hediondos (2011)
  • Raymundo Curupyra, O Caypora: Romance Lyrico (2012)
  • Cautos Causos (2012)
  • Outros Cautos Causos (2012)
  • Sacola de Feira (2014). Finalista do Prémio Oceanos 2015.[3]
  • Poesia Vaginal: Cem Sonnettos Sacanas (2015)


Projeto Poético "1100 Sonetos em Cinco Anos"

  • Centopéia: Sonetos Nojentos & Quejandos (1999)
  • Paulisséia Ilhada: Sonetos Tópicos (1999)
  • Geléia de Rococó: Sonetos Barrocos (1999)
  • Panacéia: Sonetos Colaterais (2000)
  • Contos Familiares: Sonetos Requentados (2003)
  • Cara e Coroa, Carinho e Carão (2004)
  • Sonetário Sanitário (2003)
  • As Mil e Uma Línguas (2003)
  • Cavalo Dado: Sonetos cariados (2004)


Curiosidades

Glauco Mattoso é citado por Caetano Veloso na sua música Língua.


Glauco Mattoso em fevereiro de 2008 completou dois mil e trezentos
sonetos de uma série iniciada em 1999, superando a histórica marca do
italiano Giuseppe Belli (1791-1863), que, em 1849, teria composto, segundo consta, seu soneto
de número 2.279 numa obra produzida mormente entre 1830 e 1839. Mattoso
tem com Belli outra afinidade, além da copiosa produção: a sátira fescenina, que abusa da pornografia e da escatologia.
Também no aspecto linguístico há paralelos: Belli versejava no dialeto
romanesco, falado na periferia da capital italiana, enquanto Mattoso
incorpora ao português brasileiro as gírias suburbanas e os neologismos
contraculturais da segunda metade do século XX, de mistura com o
vernáculo castiço e com o rigor formal, típicos do soneto clássico,
composto em decassílabos predominantemente heroicos. A diferença entre
ambos os "malditos" está na postura: Belli cedeu às pressões moralistas e
aderiu à autoridade católica, renegando o anticlericalismo que
caracterizara sua temática; Mattoso se mantém anarquicamente
independente de quaisquer ideologias ou fisiologias, fiel unicamente à
sua biografia de cego sadomasoquista e fetichista. Belli, mundialmente
reconhecido, foi traduzido também para o inglês; Mattoso, que tem sido
objeto de estudos acadêmicos na América Latina e nos Estados Unidos,
alcança agora as universidades europeias. Glauco também traduziu A
Bíblia skinhead - Espirito de 69 de George Marshall, cujo nome original é
Spirit of 69' A Bible of Skinhead.




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