https://www.youtube.com/watch?v=thdOnWrNxGw
Publicado em 12 de ago de 2015
Por
Antonio Marinho: "Eu nasci onde o sol é mais presente e o céu
plenamente descoberto é mais azul e mais incandescente como quisesse
estar de nós mais perto. Sente o meu povo a sede do deserto quando a
água que mina é tão somente o pranto é o filho do destino incerto
ressecado ao vigor do sol nascente. Mas também é o chão da abundância
quando o pranto do céu afoga a ânsia e outra vez é tão fértil o coração.
Eu sou da terra onde viver é arte e a vida insiste em ser em toda
parte. Sou mais um fruto vindo do sertão. Eu venho lá de São José do
Egito no sertão do Pajeú, no Sertão de Pernambuco, o miolo do Nordeste
brasileiro. A terra da cantoria e da poesia. Mas também uma terra onde
dignidade e política tem nome e sobrenome: É Miguel Arraes de Alencar.
Uma terra onde esperança e saudade do futuro também tem um nome e um
sobrenome. E esse nome e esse sobrenome é Eduardo Campos. O Eduardo que
tanto ainda vai ser falado aqui. Mas o Eduardo que eu acredito que a
melhor homenagem que a gente possa tentar fazer a ele não é adivinhar
onde ele estaria hoje. Mas é tentar sentir onde Eduardo estaria hoje.
Para que nós tentemos perseguir este seus passos. Eduardo com certeza
estaria no centro chamando todo mundo para o diálogo, para a conversa.
Porque Eduardo, eu sei e vocês sabem, não acreditava em nenhum meio de
legitimação do poder senão fosse pelo voto direto e pelo respeito à
democracia. E é em homenagem a esse Eduardo que faz falta neste momento,
a este País, não só no coração da gente, como dizia lá em Recife, que
no coração da esposa e dos amigos todos fazem falta. Eduardo faz falta
até para quem nunca o viu, nunca conheceu Eduardo. E é esse Eduardo que
eu venho homenagear com um poema de um sertanejo também. Um poeta lá da
minha terra, de São José do Egito, nascido em Umburanas que hoje é a
cidade de Itapetim. Mas que pertencia a São José. Esse poema que
defende, acredito eu, o mesmo caminho que Eduardo defendia. O caminho de
não jogar nas costas do povo brasileiro os erros históricos do Estado
brasileiro. Este Estado capenga, corrupto, militaresco e intolerante do
Brasil que joga nas costas do povo o que o povo tem que aguentar."
INÍCIO
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