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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Mário Pedrosa


Mário Pedrosa, Lélia Abramo e Sergio Buarque de Holanda - https://www.flickr.com/photos/dezorzi/1351335820

"Arte é o exercício experimental da liberdade" Mário Pedrosa

Os "museus" de arte contemporânea, ou aqueles dedicados a esse mito que é a arte dita moderna, não podem ser confinados a atividades tradicionais da entidade - guardar e expor obras primas. Suas funções são bem mais complexas. São eles intrinsecamente casas, laboratórios de experiências culturais. Laboratórios imediatamente desinteressados, isto é, de ordem estética, a fim de permitir que as experiências e vivências se façam e se realizem nas melhores condições possíveis ao estímulo criador. O Museu, assim concebido, é a luva elástica para o criador livre enfiar a mão. (Mário Pedrosa)

 Foi durante a iniciação ao samba, que o artista passou da experiência visual, em sua pureza, para uma experiência do tato, do movimento, da fruição sensual dos materiais, em que o corpo inteiro, antes resumido na aristocracia distante do visual, entra como fonte total da sensorialidade. (Mário Pedrosa, no artigo “Arte ambiental, arte pós-moderna, Hélio Oiticica”. In: Correio da Manhã, 26/06/1966
 O artista, o crítico, o filósofo, o sociólogo, seriam propositores -só os que conseguirem essa totalidade poderão propor algo: esse algo baseia-se em tudo o que seja a procura de um sentido para a vida nela mesma. Todos têm importância: uma sociedade se constitui de inter-sociedades -uma totalidade é uma trama de totalidades cuja unidade é o indivíduo. (Giulio Carlo Argan)

  
Na verdade, a desintegração da pintura é irreversível. Não há possibilidade nem razão para uma volta à pintura ou à escultura. (Hélio Oiticica)


O Brasil é um país condenado ao moderno. (Mário Pedrosa)

O que ele está querendo dizer (Mário Pedrosa, na frase acima) é que só há a possibilidade de ir pra frente. De experimentar. Não há razão para voltar atrás no Brasil. (Hélio Oiticica)


http://novo.fpabramo.org.br/sites/default/files/mario_pedrosa_e_o_brasil.pdf



  







Após o golpe de 1964, Pedrosa escreveria a um amigo:

Estou pensando em escrever um livro sobre as multinacionais ou a teoria da contra-revolução mundial. Eles têm um projeto, fundado numa tecnologia cada vez mais desumana. Um domínio da “civilização do Hotel Hilton”. O que eles querem fazer é a “civilização do Hotel Hilton”! Baseada no plástico, nessa matéria-prima que não tem nada a ver com a organicidade da natureza e da terra, implantando uma civilização falsa. Isso é a teoria da contra-revolução mundial, internacionalmente. É preciso um rearmamento ideológico fantástico para continuar a luta ideológica, que não se encontra mais em lugar nenhum.

Este livro tão subestimado pela posteridade seria, na verdade, dividido em dois: A opção imperialista e A opção brasileira, ambos lançados pela – então – combativa editora Civilização Brasileira, de Ênio Silveira. O primeiro tem 543 páginas; o segundo, 311 – belo volume para o que pretendia ser apenas uma análise do regime militar! É o projeto apontado no prefácio de ambos os livros:


Este livro nasceu do impacto causado pelos acontecimentos que culminaram com a deposição do governo João Goulart e a subida ao poder, a 1 de abril de 1964, sob nova conjugação de forças, de um Governo discricionário. O autor tentou mas não conseguiu situar aqueles acontecimentos dentro dum contexto limitado ao âmbito nacional. Cedo verificou que não se explicavam, isoladamente, e que mesmo o Brasil todo, como nação, como Estado, como economia e sociedade, não era produto exclusivo de si mesmo, da evolução de sua simples história. Era cada vez mais, ao contrário, como que resultante de um paralelograma de forças que o impele para uma direção diferente, externa, que não resulta, por sua vez, da dinâmica de suas forças interiores, autênticas. Do confronto dessa mecânica de forças depende, entretanto, o futuro do País. (A opção imperialista)

Opção Brasileira, que ora vem a público, foi concluído em setembro de 1965 como parte final do livro que comecei a elaborar em maio de 1964 e foi desdobrado nos que agora são editados, independentes entre si embora, é claro, ligados por um pensamento comum. (A opção brasileira)(...)
*ler na íntegra em:
 Mário Pedrosa político (4): do golpe militar ao exílio (1964-1970)
 http://passapalavra.info/2009/11/14529


Mário Pedrosa: A revolução ativa de massa e a autogestão (3ª Parte)

http://www.passapalavra.info/2009/10/13780

«Onde a liberdade individual é subjugada? No setor mais importante da vida moderna, no local de trabalho, na oficina, na fábrica, na empresa. Como é possível reinar aí a autocracia e a liberdade em outras partes? Eis o Socialismo. Mas deixemos o galo cantar ainda na madrugada» (Mário Pedrosa, A Opção Imperialista). Por Cláudio Nascimento

A autogestão socialista

Podemos afirmar que toda a obra de Mário Pedrosa intitulada A Opção Imperialista (1966) tenta responder à pergunta que citamos acima; e que sua resposta, ao aplicar o marxismo de O Capital ao processo de produção capitalista da grande corporação norte-americana, ponta de lança, vanguarda do capital, é a do socialismo com base na autogestão. É o que veremos adiante.

Para Mário, a grande crise de 1929 e o advento dos regimes fascistas na Europa trouxe um fenômeno novo, que causou perplexidade nos arraiais dos socialistas e comunistas. Nessa atmosfera surgiram as «reformas contra-revolucionárias» inéditas: eram dirigidas contra o capitalismo liberal, eram reformas «anti-capitalistas», de algum modo.

Gorz, segundo Pedrosa, fala de «reformas revolucionárias»: as que vão no sentido de uma transformação radical da sociedade. Ele tomou a questão pelo seu lado positivo, e nós, pelo negativo, numa situação anterior, bem diferente daquela em que escreveu seu livro, em 1964.

Na verdade, nos anos 40 Pedrosa analisou o fenômeno das «revoluções passivas» e Gorz, nos anos 60, analisa seu corolário, as «revoluções ativas».(...)

(...)Essa contradição, segundo Mário, tornaria «o processo histórico irreversível»; tornar independente, autônoma, a corporação como um todo, e dentro dela dar o poder ao grupo controlante. «Marx previu e descreveu o processo quase 70 anos antes. Veremos adiante», conclui Pedrosa.

«Marx, há cem anos, afirmava que o capitalista investidor derivava a pretensão ao lucro da empresa… não de sua propriedade de capital mas de “sua função na produção” distinta da forma na qual ela é apenas propriedade inerte. Isso aparece como contraste onde quer que ele trabalhe com capital emprestado, de modo que lucros e interesse da empresa cada qual vai para diferentes pessoas».

Em nota de pé de página, Mário esclarece: «Ora, é precisamente esta a grande tese de Marx. Ainda aqui foi o primeiro a ver no funcionamento moderno das sociedades por ações, no desenvolvimento prodigioso do sistema de crédito, as premissas organizatórias, técnicas, políticas e funcionais para a nova ordem de produção. As páginas condensadas de O Capital sobre as sociedades por ações assim demonstram.»

Citando Hilferding (Das Finanzkpital): «Em sua obra clássica, ao tratar da questão e referindo-se à contribuição de Marx, escreve: “Nossa concepção da economia da sociedade por ações vai além da exposta por Marx. Marx apreende em seu esboço genial – a parte da execução que lhe ficou infelizmente vedada – o papel do crédito na produção capitalista, a formação da sociedade por ações como conseqüência do crédito e traçou suas conseqüências”. E, com toda a razão, Hilferding conclui o que Marx considerara antes de tudo “foram as conseqüências econômico-políticas do papel da sociedade por ações”».

Mais adiante: «Como se vê, o segredo da direção empresarial das grandes corporações é velho com a Sé e o velhíssimo Marx o define em termos que o presidente da DuPont Company, Sr. Crawford H. Greenewalt, repetiu, quase cem anos depois, como se o tivesse lido: “Talvez a melhor analogia com o trabalho do executivo é o condutor de sinfonia sob cujas mãos uma centena ou por aí de especialistas altamente qualificados e muito diferentes se ajustam num único esforço de grande eficácia”».

Assim, diz Pedrosa, «Marx reconhece ser isso uma espécie de “trabalho produtivo que tem de ser exercido em todo modo de produção que requeira uma combinação de trabalho… esse trabalho de superintendência necessariamente surge em todos os modos de produção, que se baseiam no antagonismo entre o trabalhador como produtor direto e o dono dos meios de produção”».

Para Mário, citando Philosophy of Manufacturers de Ure: «As fábricas cooperativas fornecem a prova de que o capitalista se tornou justamente tão “supérfluo” como agente na produção, como ele mesmo, na sua forma mais desenvolvida, acha supérfluo o proprietário da grande propriedade territorial».

Mário considera, então, dois planos da grande corporação:

1) a autonomia da empresa em relação ao mundo exterior; 2) a sua evolução internamente para chegar a ser uma comunidade cooperativa e não uma organização antagônica.

«Levando-se o pensamento até mais adiante poder-se-ia dizer – o comunismo não é a norma de “cada um, segundo suas necessidades”, mas antes, dentro da empresa, o momento em que a vigilância ou a superintendência se socializa», em outras palavras, a autogestão.

Assim, «a análise de Marx sobre o processo de produção capitalista na empresa é de maior alcance que a dos economistas e mesmo juristas que se debruçaram sobre o problema. Afastando o enredado de relações puramente jurídicas e financeiras, que encobrem o fenômeno social que se está processando com a famosa separação da propriedade e do controle do capital, o processo de produção “é simplesmente um processo de trabalho”».(...)










Mário Pedrosa: o “arauto das vanguardas"

Afonso Machado
Campinas
terça-feira 23 de fevereiro de 2016| Edição do dia


Exercer a crítica de arte não é um passatempo aliado ao humor do mercado, sempre pronto em lançar “a novidade da vez". Mário Pedrosa sabia que a profissão natural do crítico é ser revolucionário. Embora não concebesse o significado libertador da arte da mesma maneira ao longo de sua trajetória intelectual, Pedrosa via a criação artística como uma atividade que a exemplo da política, impulsiona a emancipação do homem. Somente aqueles que sofrem de miopia intelectual ignoram o significado estético revolucionário que as reflexões de Mário Pedrosa podem oferecer hoje para artistas militantes. Reler as ideias deste pensador brasileiro é uma tarefa que interessa a todos aqueles que pretendem superar juízos viciados na crítica de arte brasileira.
Enquanto alguns teóricos e artistas mergulham nas reflexões estrábicas e relativistas de autores conservadores, dando credibilidade a verdadeiros contos da carochinha, os escritos de Pedrosa oferecem uma importante contribuição para recolocarmos as artes visuais e a arquitetura no rumo que condena a civilização capitalista. Sem abrir mão da alavanca do marxismo para compreender os fenômenos artísticos, Pedrosa realiza uma crítica que analisa a arte moderna enquanto um amplo movimento que complementa no âmbito da cultura o processo político revolucionário. Este movimento diversificado, colocou o crítico brasileiro em sintonia intelectual com as mais diferenciadas concepções revolucionárias da arte: das relações do expressionismo alemão com a arte social, passando pelas lições artísticas libertárias do Surrealismo e chegando à defesa do chamado abstracionismo.
O fato de Mário Pedrosa ter sido durante os anos 30 um dos introdutores e organizadores da Oposição Internacional de Esquerda no Brasil, leva-nos a compreender que suas atividades como pensador político e crítico de arte nascem da experiência com o trotskismo. Ainda que não tenha sido trotskista durante toda a sua vida, é no debate estético enraizado no trotskismo que encontramos a base de sustentação do pensamento de Pedrosa: seu internacionalismo e sua compreensão quanto às qualidades utópicas da arte moderna o colocam como verdadeira exceção na vida cultural da esquerda brasileira; afinal a sua contribuição teórica batuta permite refletirmos sobre as relações progressistas entre arte e revolução sem cair naquela conversa fiada em torno de uma “cultura nacional-popular". Sem nunca perder de vista o socialismo, ele acercava-se das experiências estéticas que diagnosticavam o quanto a cultura burguesa ficou caduca.
O internacionalismo de Mário Pedrosa chacoalhou o provinciano ambiente cultural brasileiro. Em 1933 com a clássica conferência “As Tendências Sociais da Arte e Kathe Kollwitz" no CAM (Clube dos Artistas Modernos), Pedrosa oferece uma pioneira análise marxista da arte realizada em solo brasileiro. Entendendo a arte enquanto trabalho, portanto de acordo com os níveis de desenvolvimento técnico dos meios de produção, Pedrosa defende a necessidade de uma “arte proletária", cujo grande exemplo encontrava-se na obra da gravurista alemã Kaethe Kollwitz. Caberia ao proletariado resgatar a função social da arte. “Arte proletária ?! Como é que um trotskista pode dizer uma coisa dessas?!” Fiquemos tranquilos: em Mário Pedrosa a chamada arte social, que coloca o proletariado à frente da criação artística, tem os dois pés fincados nas técnicas artísticas de vanguarda e não tem nada a ver com os equívocos teóricos do Proletkult e com as lorotas do Realismo Socialista. Se Trotsky analisou corretamente na obra Literatura e Revolução que a missão histórica do proletariado não é criar uma cultura de classe e sim promover uma cultura voltada para toda a humanidade, Pedrosa não estava defendendo uma arte burocratizada que carrega o carimbo de “proletária". O que o autor brasileiro salienta é a necessidade de pensar as atividades artísticas revolucionárias realizadas pelos trabalhadores (e para os trabalhadores), fazendo inclusive uma ponte entre arte moderna e classe operária (os “artistas sociais” exprimem a vida coletiva e os sentimentos do proletariado).
As relações de amizade de Mário Pedrosa com surrealistas desde a década de vinte (notadamente com André Breton e Benjamin Péret) e seu crescente interesse por experiências vanguardistas como o Construtivismo russo, levaram o crítico a buscar na arte sua substância revolucionária para além da obviedade do assunto político imediato. Defensor obstinado da arte revolucionária independente, Pedrosa afastou-se dos perigos burocráticos em torno da “arte proletária" para encontrar, a partir do pós guerra, seu objeto de estudo na arte abstrata. O valor universal e aparentemente “desinteressado" da forma geométrica conferi-lhe um sentido político revolucionário, na medida em que não guarda semelhanças com a realidade, impedindo assim que a obra de arte torne-se instrumento ideológico de fascistas, stalinistas, liberais, etc. Pedrosa ajudou no preparo do bolo das vanguardas brasileiras do pós guerra, contribuindo com toda a onda concretista e neoconcretista. Quando este bolo foi atirado no rosto da burguesia, Pedrosa foi heroicamente um dos grandes responsáveis.
É claro que muitos aspectos do pensamento estético de Pedrosa não ficaram imunes diante da contra-revolução que abateu-se sobre a vida cultural durante os últimos cinquenta anos. “Arte proletária", Surrealismo, abstracionismo geométrico, a arte das crianças, dos indígenas e dos internos de instituições psiquiátricas, os movimentos culturais de contestação do pós-guerra e a própria contracultura envolvem um itinerário que seria cooptado por burocratas e comerciantes mesquinhos. Mas apesar dos pesares, ninguém que esteja interessado nos aspectos políticos revolucionários da arte, pode ignorar Pedrosa. Na hora de reorganizarmos as forças artísticas revolucionárias empenhadas no “exercício experimental de liberdade", temos tudo a ganhar com um sujeito que foi concunhado de Péret, brother de Calder e mentor de Hélio Oiticica.

http://www.esquerdadiario.com.br/Mario-Pedrosa-o-arauto-das-vanguardas

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Mário Pedrosa político (6): reflexões sobre sua vida e obra 

http://passapalavra.info/2009/11/14533


Uma análise política mais densa é indispensável para avaliar o real papel da militância de Mário Pedrosa na história da esquerda no Brasil e ressaltar mais enfaticamente seu legado. E é justamente deste legado que se tratará na sexta e última parte desta “biografia política”. Por Manolo
Coletânea "Forma e percepção estética", de 1995
Coletânea “Forma e percepção estética”, de 1995
Ao avaliar a vida e a obra de um militante, é fácil, a depender do caso, enredar-se pelas idas e vindas, pelas aventuras e exílios, pelos rompantes antiautoritários, e mesmo pelo drama pessoal. Temos já à disposição uma série de “santos” do movimento anticapitalista, e seria muito fácil canonizar Mário Pedrosa e concluir o estudo de sua militância com uma simples conclamação a “seguir seu exemplo”.
Não é este o caso aqui.
Se a militância política de Mário Pedrosa foi escolhida como tema desta série de artigos, foi única e exclusivamente para ilustrar os caminhos e descaminhos, no Brasil, de uma parte da esquerda que pretendia manter-se anticapitalista ao mesmo tempo em que fazia a autocrítica da experiência da grande onda revolucionária que se espalhou pelo mundo desde fins do século XIX até a segunda década do século XX. Pedrosa foi, talvez, um dos militantes mais capazes e articulados desta corrente, tanto em questões políticas quanto na análise da estrutura do capitalismo em diversos momentos históricos; a escolha da análise de sua vida não foi nem um pouco acidental.(...)


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Mario Pedrosa e a crítica de arte no Brasil

José D'Assunção Barros
  


Este artigo busca elaborar uma visão panorâmica e uma análise crítica sobre a vasta obra de crítica de arte desenvolvida por Mário Pedrosa entre os anos 1933 e 1981. Busca-se, através da compreensão contextualizada desta produção crítica, examinar as principais problemáticas relacionadas ao desenvolvimento das artes visuais no Brasil, procurando examinar como os diversos contextos sociais, políticos e culturais se expressam no trabalho de Mário Pedrosa e iluminam as próprias produções artísticas que eram objeto de sua reflexão.
Hoje em dia, já é quase um truísmo dizer que avaliar a história da crítica de arte no Brasil implica em pensar, concomitantemente, a importância de Mário Pedrosa (1900-1981) neste campo. O período áureo da crítica de arte no Brasil e a produção crítica de Mário Pedrosa praticamente se recobrem. Mário Pedrosa começa a produzir os seus primeiros textos críticos na década de 1930, passando a partir daí por fases que já examinaremos. Ao lado disso, é nessa mesma época que a crítica de arte toma maior impulso e começa a se difundir amplamente pelo Brasil, produzindo reflexões e polêmicas que conseguiam disputar a atenção pública em pé de igualdade com notícias em geral, com o mundo do entretenimento de massa ou com as atividades esportivas. Essa época áurea, conforme já observaram alguns autores, parece declinar na década de 1970 por razões que logo mencionaremos1. Quanto a Mário Pedrosa, ainda escreve nesta última década textos fundamentais sobre a arte em geral e sobre a arte brasileira, até seu falecimento em 1981. Mas não há como negar que a recepção da reflexão crítica sobre a arte havia então se esvaziado, deixando saudades de um tempo em que a crítica de arte conseguia mobilizar gerações de artistas e apreciadores, interferindo com constância e intensidade nos rumos desta última.(...)





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