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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Hacker ameaçou Marcela dizendo ter áudio para comprometer Temer


Hacker ameaçou Marcela dizendo ter áudio para comprometer Temer

EL PAÍS teve acesso ao relatório da polícia que investigou a quebra de sigilo do celular da primeira-dama

A pedido de Marcela, juiz ordena que jornais não publiquem informações do celular hackeado


http://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/11/politica/1486771313_145038.html?id_externo_rsoc=FB_CC

Marcela e Michel Temer, em outubro passado, em Brasília.
O caso envolvendo o vazamento de dados do celular da primeira-dama da República, Marcela Temer, foi além de possíveis fotos pessoais e familiares que existiriam no aparelho. O hacker Silvonei José de Jesus Souza condenado por clonar o telefone dela tentou extorquir 300.000 reais para não vazar também o áudio de um vídeo que, segundo ele, poderia comprometer o presidente Michel Temer (PMDB).
As informações constam do processo de julgamento de Souza e foram divulgadas primeiramente pelo jornal Folha de S.Paulo. O EL PAÍS teve acesso ao material, que inclui o processo judicial, com mais de 1.000 páginas e um relatório da Polícia Civil. O conteúdo do áudio ou os supostos dados íntimos de Marcela Temer não estão no processo. Nas conversas, Souza chantageia a primeira-dama, que reage negando que o registro obtido pelo hacker poderia prejudicá-la.
Souza foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão pelos crimes de estelionato e extorsão. Entre o cometimento do crime a condenação passaram-se apenas seis meses, um prazo considerado célere, levando em conta a morosidade do Judiciário brasileiro. O crime foi cometido em abril do ano passado. O julgamento em primeira instância foi concluído em outubro. O hacker está preso em São Paulo.
A rapidez no esclarecimento desse crime contou com a extrema colaboração da Polícia Civil paulista que, sob a ordem do então secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, montou uma força-tarefa para investigar o delito. Foram cinco delegados e 25 investigadores dedicados a essa causa. Depois que a investigação avançou, Moraes foi empossado no Ministério da Justiça e, na última semana, indicado pelo presidente para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.
Os nomes de Temer, Marcela e do irmão dela, Karlo Augusto Araújo, não aparecem no processo a pedido dos advogados do presidente (na época do delito era vice-presidente de Dilma Rousseff). Os codinomes dos três são: Tango, Mike e Kilo, respectivamente. Quando questionado pela Folha de S.Paulo, a Presidência da República informou que a fala do hacker, citada pelo jornal, está “fora de contexto” e teve o objetivo de chantagem e extorsão.
Momentos depois de a Folha publicar a reportagem, decisão do juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, de Brasília, atendeu ao pedido de Marcela Temer ordenou que a publicação “se abstenha de dar publicidade a quaisquer dados e informações obtidas no aparelho celular” de Marcela Temer sob pena de multa diária de R$ 50 mil. A decisão também faz referência ao jornal O Globo.

Marcela usou advogado da Casa Civil para pedir censura a jornais


 http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/279904/Marcela-usou-advogado-da-Casa-Civil-para-pedir-censura-a-jornais.htm



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