UMA REFLEXÃO DO MARXISMO REICHIANO
ter, 22/06/2010 - 19:30
Atualizado em 27/02/2011 - 10:42
Luta de Classes e Universo Cultural
Nildo Viana
Certa vez o psicanalista alemão Wilhelm Reich
afirmou que a grande questão para a luta pela transformação social e
criação de um novo mundo – livre da exploração e alienação e baseado na
igualdade e liberdade – é responder por qual motivo os trabalhadores e
oprimidos em geral não se rebelam e fazem uma revolução. Por qual motivo
uma pessoa faminta não rouba a comida que matará sua fome? Ou seja, a
questão, ao contrário da que é colocada normalmente em nossa sociedade,
não é explicar porque algumas pessoas famintas roubam e sim por qual
motivo outras no mesmo estado não fazem a mesma coisa. Segundo ele:
“Se dois homens A e B têm fome, um pode
resignar-se, não roubar, mendigar ou ficar esfomeado; o outro pode
procurar alimento pelos seus próprios meios. Uma vasta camada do
proletariado vive segundo os princípios de B. Chama-se
lumpemproletariado. Não partilhamos da admiração romântica pelo mundo
dos malfeitores mas é preciso esclarecer o assunto. Qual dos dois tipos
de homens acima citados tem mais elementos de consciência de classe?
Roubar não é ainda um índice de consciência de classe; mas uma breve
análise mostra – mesmo se isto choca o nosso sentido de moral – que o
que não se adapta às leis e rouba quando tem fome, exprimindo assim a
sua vontade de viver, é possuidor de uma maior capacidade de revolta do
que o que se entrega docilmente ao matadouro do capitalismo. Mantemos a
tese de que o problema fundamental de uma boa psicologia não é saber
porque rouba o esfomeado mas, ao contrário, porque é que não rouba1”.
Reich acrescenta que roubar não é ainda consciência
de classe mas coloca que é um tijolo com a qual, junto com outros
tijolos e elementos (vidros, janelas etc.) se constrói uma casa, isto é,
é um elemento que permite a formação da consciência de classe. A
questão fundamental seria, então, explicar por qual motivo os
trabalhadores, oprimidos, descontentes não realizam atos de negação da
sociedade existente. Por qual motivo o esfomeado não rouba? Os
trabalhadores não tomam conta das fábricas? O desabrigado não toma conta
dos lotes baldios ou das grandes propriedades territoriais? São
questões que nos remetem ao motivo dos explorados, dominados, oprimidos
etc. não terem feito uma revolução, a transformação social radical
abolindo a exploração, dominação, opressão. Sem dúvida a resposta é
complexa. Podemos falar do aparato repressivo do Estado, o exército e a
polícia como fator importante para a não realização da revolução. No
entanto, este aparato só entra em ação quando o confronto é aberto,
quando todos os outros meios que a classe dominante e o governo utilizam
para manter a passividade da população já não funcionam mais. Hoje,
apenas uma minoria radical entra em confronto direto com o aparato
repressivo do estado capitalista e não por propor a revolução social mas
sim por questões pontuais (protestos, manifestações, lutas pela
moradia, luta pela terra, ou seja, tijolos que são elementos para
construir a casa mas ainda não é a casa). Existe algo anterior à força
repressiva que é um forte obstáculo ao processo revolucionário. Aqui
lembramos o filósofo Rousseau. Segundo ele, o que importa, para explicar
a origem das desigualdades, é indicar, “no progresso das coisas, o
momento em que, o direito sucedendo à violência, a natureza submeteu-se à
lei; de explicar por que encadeamento de prodígios pôde o forte
decidir-se a servir ao fraco, e o povo a comprar um repouso imaginário
ao preço de uma felicidade real”2. Portanto, Rousseau explica a origem
das desigualdades a partir do momento em que surgiu a supremacia do
direito sobre a violência. Isto se encontra de acordo com o que
colocamos anteriormente: a força repressiva é sustentáculo da
desigualdade, da exploração, da dominação, da opressão, mas só é
utilizada no momento em que falham os outros sustentáculos destas
relações. Rousseau assim coloca a origem da propriedade privada e, por
conseguinte, da desigualdade:
“O primeiro que, tendo cercado um terreno,
arriscou-se a dizer: “isso é meu’, e encontrou pessoas bastantes simples
para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.
Quantos crimes, guerras, mortes, misérias e horrores não teria poupado
ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou tapando os
buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: Fugi às palavras deste
impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos pertencem a
todos, e que a terra não é de ninguém. Entretanto parece que as coisas
já haviam chegado ao ponto de não mais poder continuar como estavam;
pois essa idéia de propriedade, dependendo de muitas idéias anteriores
que não puderam nascer senão sucessivamente, não se formou
repentinamente no espírito humano. Foi preciso fazer muitos progressos,
adquirir muita indústria e saber transmiti-los e aumentá-los de geração
em geração, antes de se atingir esse último estágio do estado de
natureza” .
Rousseau, apesar de sua contextualização
histórica-social deixar muito a desejar, coloca um elemento fundamental
para nossa discussão. A questão do consentimento. Ou seja, a repressão
estatal só atua quando se rompe o consentimento da população, a força só
entra em ação quando as palavras não funcionam mais. Aqui entramos na
questão cultural e no papel da cultura para a reprodução da exploração,
da desigualdade, da opressão. Por que os explorados, oprimidos,
esfomeados, não se rebelam? Basta uma rápida olhada no mundo
contemporâneo para ver milhões de indivíduos passando fome ou outros
milhões em estado de miséria, milhões de trabalhadores explorados,
milhões de desempregados, milhões de indivíduos oprimidos devido a cor
da pele, a religião, a etnia etc. A grande questão reside no que foi
colocado por Reich: por qual motivo não se rebelam? E Rousseau nos
afirma que a origem da desigualdade se encontra na cultura, no
consentimento. Sem dúvida, a cultura exerce um papel fundamental na
reprodução da sociedade existente e em todos os males gerados por ela.
De que forma a cultura contribui com a reprodução do capitalismo? O
universo cultural na sociedade capitalista é muito amplo e possui vários
aspectos. Iremos destacar os principais: A) A Axiologia B) A Ideologia;
C) As Representações Cotidianas Ilusórias. Iremos discutir cada um
destes itens. A axiologia é uma determinada configuração dos valores
dominantes em determinada sociedade4. A axiologia na sociedade
capitalista moderna aponta para determinados valores, tais como a
competição, o culto à autoridade, a luta pela ascensão social e status, o
desejo de consumo e posses etc. A sociedade capitalista produz uma
estruturação de valores que são inculcados nos indivíduos desde sua
infância. A competição é uma parte constitutiva do processo de
socialização, tanto familiar quanto escolar. Nós vivemos num mundo
competitivo e a competição acaba formando valores introjetados pelos
indivíduos. Todos querem “ser o melhor”, o melhor aluno (o que tira “as
melhores notas”), o melhor jogador de futebol, o torcedor do melhor time
e assim por diante. A competição que se encontra na sociedade (na
escola, na busca de posições através de concursos, na disputa por uma
vaga na escola ou universidade ou por um emprego no mercado de
trabalho), no mundo dos esportes, nas igrejas, nas instituições em
geral. A competição é tão grande que se encontra até mesmo nas relações
amorosas entre homens e mulheres5, nas quais os homens competem pelas
mulheres (segundo, geralmente, os valores dominantes, que valoram a
beleza, em especial) e as mulheres competem pelos homens (também segundo
os mesmos valores, o que leva a preferência pelos homens poderosos e
ricos). Esta sociedade competitiva irá criar indivíduos competitivos e é
por isso que diversos pesquisadores irão colocar a existência de uma
“personalidade competidora”, de um “caráter competitivo”. A ascensão
social, a riqueza e o status são elementos fundamentais na cultura
capitalista contemporânea. Como isto interfere na formação da
mentalidade dos indivíduos explorados e oprimidos? Isto gera, no
interior dos grupos sociais oprimidos e das classes exploradas, o
individualismo e a competição. Aliás, o mesmo se vê nos grupos políticos
– tanto os falsamente de esquerda, tais como os partidos políticos,
quanto os que realmente buscam a emancipação humana, embora neste último
caso isto ocorra geralmente de forma minimizada. Muitos tentam superar
sua situação indesejável de exploração e opressão através de uma solução
individual, buscando realizar a ascensão social, adquirir o poder ou
riqueza. Aqui temos uma negação de uma situação – de exploração e
opressão – simultaneamente com sua reafirmação – a solução individual
que reforça os valores burgueses e leva os indivíduos a quererem a
conservação da sociedade capitalista na ilusão de que poderão realizar
tais valores. Eles também irão incentivar a formação de determinados
sentimentos, como os do ciúme e inveja, entre outros, que dificultarão o
processo de engajamento na luta pela transformação social. Os valores
são mobilizadores, eles fazem as pessoas agirem, escolherem, decidirem. O
aspecto mais importante do universo cultural reside justamente nos
valores. E existem, para os indivíduos, valores fundamentais que estão
acima na sua escala de valores e estes são mais eficazes do que os
outros. Estes valores são constituídos socialmente e reproduzem a
sociabilidade existente, capitalista. Tal como colocou Reich:
“A existência e as condições de existência dos
homens, refletem-se, incrustam-se e reproduzem-se na sua estrutura
mental, à qual dão forma. É só através desta estrutura mental que este
processo objetivo nos é acessível, que podemos entrava-lo, favorecê-lo
ou dominá-lo. Só por intermédio da cabeça do homem, da sua vontade de
trabalho, da sua procura da alegria de viver, em resumo, de sua
existência psíquica, que nós criamos, consumimos, transformamos o mundo.
Foi tudo isto que esqueceram há muito os ‘marxistas’ que degeneraram em
economicistas” .
Esta referência ao marxismo é importante, pois
muitos consideram que para Marx as idéias não passavam de mero
epifenômeno, de coisa sem importância e influência no curso real dos
acontecimentos e das lutas sociais, o que é um equívoco, pois para ele
as idéias se transformam em “forças materiais” quando são desenvolvidas
pelos explorados e oprimidos. Segundo Marx:
“Se alguém acredita possuir 100 táleres*, se essa
não é para ele apenas uma representação arbitrária, subjetiva, se ele
acredita nela, então os 100 táleres imaginados têm para ele o mesmo
valor que 100 táleres reais. Por exemplo, ele contrairá dívidas em
função desse seu dado imaginário, o qual terá uma ação efetiva: foi
assim, de resto, que toda a humanidade contraiu dívidas contando com
seus deuses”.
A força do imaginário, tal como Marx colocou, é
ativa e mobilizadora. Uma idéia é, independentemente de ser verdadeira
ou falsa, mobilizadora, ativa. Assim, os valores geram uma visão
imaginária de sua realização que mobiliza conservadoramente grande parte
da população. Tendo sua base nos valores dominantes e servindo para
reproduzi-los, temos a ideologia. A ideologia surge com a divisão entre
trabalho intelectual e manual e se desenvolve em formas cada vez mais
complexas. A ideologia na sociedade capitalista se manifesta sob a forma
de ciência, filosofia, teologia. Ela é uma sistematização da falsa
consciência, ou seja, é um pensamento complexo, sistemático, que dá
forma a um conteúdo falso. Daí a valoração da linguagem técnica, do
formalismo, da metodologia, da tradição e erudição etc. A filosofia, a
ciência e a teologia são as principais formas deste pensamento
sistemático e falso. Ora, a ideologia está intimamente ligada à divisão
social do trabalho e são os especialistas na produção de idéias, os
ideólogos, que irão produzir e reproduzir a ideologia. Os ideólogos
irão, na sociedade capitalista, se subdividir em diversas
especializações (o economista, o psicólogo, o filósofo, o matemático, o
físico, o biólogo) e terão um status social e um reconhecimento de sua
capacidade e formação especializada. A sociedade capitalista é marcada
por uma crescente especialização e por criação de técnicos e
especialistas em quase tudo. E tais especialistas acabam assumindo a
forma de autoridade e isto propicia o que podemos denominar “culto á
autoridade”. Algumas pessoas se julgam incapazes de tomar decisões sem
consultar um especialista (médico, dentista, psicólogo e cada vez mais,
arquitetos, agentes de turismo e coisas do gênero). Os ideólogos, no
entanto, estão a serviço do poder. Existem, entre os especialistas
(cientistas, filósofos, teólogos) algumas exceções, mas a maioria está a
serviço da reprodução do capitalismo, inclusive alguns com discurso
supostamente progressista. A razão disto se encontra no fato de que eles
constituem classes sociais auxiliares da burguesia, e devido a isto
recebem privilégios (salariais, principalmente) de sua posição e devido
seu papel de falsificação da realidade social e também na elaboração de
técnicas de controle social e amortecimento dos conflitos sociais. Um
psiquiatra, por exemplo, que realiza psicocirurgia ou indica uma droga
para evitar a depressão está tão somente representando os interesses
daqueles que fazem a psicocirurgia e da indústria farmacêutica e
apresentando um paliativo para um problema psíquico que tem sua origem
nas relações sociais e no conjunto de insatisfações gerados por elas. Um
psicólogo terapeuta realiza o mesmo papel, ou seja, representa seus
próprios interesses – pois recebe dinheiro pelo tratamento terapêutico –
e os da classe dominante, ao produzir mais um indivíduo enquadrado e
adaptado (bem ou mal...) à sociedade existente. O urbanista que elabora
um projeto urbano contribui com a organização do espaço urbano
capitalista, um espaço dividido e voltado para a reprodução das relações
de exploração e dominação. Em outras palavras, os ideólogos não apenas
legitimam a sociedade capitalista como atuam no sentido de reproduzi-la
através de sua prática profissional, da criação de técnicas e
tecnologias e assim por diante. Devido ao culto à autoridade e pela
desvaloração do saber popular, cria-se nos grupos oprimidos e classes
exploradas uma valoração da ideologia e um sentimento de incapacidade de
alcançar “tão relevante” saber, que é o científico, filosófico,
teológico. Assim, o discurso dos especialistas, dos cientistas e outros
ideólogos, assumem a aparência de verdade inquestionável (como muitos
dizem ingenuamente: “isto já foi comprovado pela ciência”...). A
popularização da ideologia, o que traz sua desfiguração e simplificação,
reforça, pois, o conservadorismo da população. As revistas de
vulgarização científica, os meios de comunicação de massas (rádio,
televisão, jornais, revistas semanais) e o ensino escolar cumprem este
papel. Assim, a ideologia, apesar de sua produção estar restrita no
círculo dos ideólogos, possui uma eficácia política que é uma força que
garante o consentimento e a conservação da sociedade burguesa. Por fim,
temos as representações cotidianas ilusórias, o reino do imaginário
popular. O saber popular, chamado pelos ideólogos de “senso comum”, é
formado pelo conjunto das representações cotidianas que os indivíduos
possuem da natureza e das relações sociais. Estas representações
cotidianas, que se expressam no dia-a-dia da população, podem ser falsas
ou verdadeiras. Para algumas ideologias, elas são necessariamente e
sempre falsas, o que é uma inversão da realidade. As representações
cotidianas – que são as representações não apenas produzidas pelos
indivíduos das classes exploradas e grupos oprimidos mas por todos
indivíduos desta sociedade, inclusive os cientistas que não pensam
“cientificamente” sobre tudo e a todo o momento – são predominantemente
falsas, especialmente nos setores privilegiados da sociedade. Na
realidade concreta, existe nos indivíduos uma mescla de representações
cotidianas falsas e verdadeiras, que expressa a contraditoriedade da
consciência de classe já discutida por Reich e Gramsci8. As
representações cotidianas ilusórias reforçam o imobilismo, os valores
dominantes e assim por diante, também servindo para a reprodução do
capitalismo. Elas nascem, em primeiro lugar, das próprias relações
sociais existentes, que são “naturalizadas” e “universalizadas”. Quem já
não ouviu a frase “a desigualdade existirá para sempre”. Ora, as
pessoas que nascem numa sociedade caracterizada pela desigualdade, vivem
e envelhecem nesta sociedade, tendem a pensar que isto é “natural” e
“universal”: assim é, assim sempre será. Tal opinião fica mais forte
ainda quando algum cientista vem para afirmar que existe na natureza uma
“luta pela sobrevivência”, onde há uma “seleção natural dos mais aptos”
e só estes sobrevivem (tal como afirmou Darwin, o ideólogo da evolução)
ou então que a fome é produto do crescimento populacional, que cresce
em proporção muito maior do que a produção de alimentos (tese do
economista Malthus, ideólogo do século 19 que tem adeptos até hoje e
inspirador de Darwin). Assim, as representações cotidianas também são
mobilizadoras, e as que são ilusórias mobilizam no sentido de
conservação da sociedade existente. No entanto, até agora apenas
observamos o papel conservador da cultura na luta de classes. Isto é
fundamental para percebermos a força das idéias no processo de
conservação da sociedade capitalista e da necessidade de buscar realizar
uma intensa luta cultural visando diminuir a eficácia política da
cultura burguesa e aumentar a força do projeto revolucionário. As
classes exploradas e grupos oprimidos trazem em si um conjunto de
idéias, valores, representações que realizam uma crítica da sociedade
capitalista. É preciso, pois, reforçar isto. Os grupos políticos
revolucionários também produzem um amplo material crítico e
revolucionário, bem como alguns intelectuais dissidentes e movimentos
sociais. Ora, o que é preciso é reforçar todo este processo de
constituição de uma cultura libertária, ampliando-a quantitativamente e
qualitativamente, bem como realizar uma articulação entre as diversas
produções culturais libertárias. A criação de meios de comunicação
alternativos e de intervenção nos meios de comunicação existentes é
outra forma de encaminhar esta luta cultural, pois além da produção de
uma cultura libertária, é preciso sua divulgação, para proporcionar sua
ampliação, produzindo novos produtores. Assim, a produção cultural
libertária deve se expandir e articular e se realizar sob os mais
variados meios (jornais, revistas, livros, CDs, apresentações públicas
etc.) e sob as mais variadas formas (teatro, música, teoria etc.). Isto,
ao lado da atuação militante nos movimentos sociais e luta pela
auto-organizacao das classes exploradas e grupos oprimidos e da
articulação dos movimentos revolucionários, abre espaço para se
contribuir com o processo de transformação social, que hoje vem sendo
reforçado pela tendência de crise e instabilidade do capitalsimo,
fornecendo condições sociais de crescimento do descontentamento popular e
adesão ao projeto de transformação social. A luta cultural é um ponto
fundamental para a luta pela transformação social. A cultura libertária,
assim como a cultura burguesa, também é mobilizadora e, portanto, deve
ser considerado elemento fundamental da luta revolucionária.
Artigo publicado originalmente em: Letralivre. Rio de Janeiro, Ano 11, n. 45, 2006
https://jornalggn.com.br/blog/antonio-ateu/uma-reflexao-do-marxismo-reichiano
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