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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

funda barra



na funda barra os velhos dormem no chão.
muitos passam correndo e nada enxergam.

funda barra, barra funda, roletas para trens,
escadarias para ônibus, 
chão para idosos.

o sono bate e derruba,
a velhice tromba com mundos cruéis.
os que já viveram muito, abandonam-se 
em chãos frios de rodoviárias.
muito pra suportar 
tantas fundas barras
tantas barras fundas, 
tantas sujas e brutas 
barras.

é o chão que lhes cabe neste bruto mundo.

nadia gal stabile - 23 09 2016




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