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Diálogos sobre o fim do mundo
Do Antropoceno à Idade da Terra, de Dilma Rousseff a Marina Silva, o
antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e a filósofa Déborah Danowski
pensam o planeta e o Brasil a partir da degradação da vida causada pela
mudança climática
Eliane Brum
29 SEP 2014 -
(...)E a esquerda que a Marina representaria?
“A Marina Silva representaria uma esquerda pós-68, mais democrática e menos vertical, mas ela perdeu o rumo”
Eduardo – Essa é uma esquerda pós-68, que incorporou
aquilo que apareceu em 1968, de que dentro da luta de classes há muitas
outras lutas. Há a luta das mulheres, a luta dos índios, a luta dos
homossexuais... Enfim, todas essas outras formas de pensar as diferenças
sociais que não se reduz à questão dos ricos e dos pobres. A pobreza
não é uma categoria econômica, mas uma categoria existencial que envolve
justiça. E a justiça não é só dar dinheiro para o pobre, mas reconhecer
todas essas diferenças que são ignoradas e que explodiram em 1968. A
política mudou porque, primeiro, em 68 o socialismo começou a se
desacreditar. Não esqueçamos que o Partido Comunista Francês foi contra
1968. Apoiou a repressão policial exatamente como a esquerda oficial
apoiou baixar a porrada nos manifestantes de junho de 2013. Ela apoiou a
repressão policial à revolta de 68, que não foi francesa, foi mundial.
Em 1968 foi a Marcha dos 100.000 aqui, foi a revolta contra a guerra do
Vietnã nos Estados Unidos, foi a revolta propriamente dita na França, na
Itália e em outros países. Ou seja, foi uma revolução mundial. E nós
estamos vivendo, de lá até hoje, a contrarrevolução mundial. A direita
retomou o poder e falou: “Temos que impedir que isso aconteça de novo”.(...)
*texto integral em:
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/29/opinion/1412000283_365191.html
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