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terça-feira, 24 de novembro de 2015

Conheça o poema ‘profético’ de Drummond sobre desastre no Rio Doce

 *via amiga Catherine Carrieres Rato

 http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/11/conheca-o-poema-profetico-de-drummond-sobre-desastre-no-rio-doce/


Em ‘Lira Itabirana’, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) critica o efeito da mineração em seu estado natal: “O Rio? É doce / A Vale? Amarga / Ai, antes fosse / Mais leve a carga”. Confira o poema completo
Por Redação

Em meio a tantas notícias e comentários sobre a tragédia em torno do Rio Doce, contaminado por uma enxurrada de lama desde o rompimento de barragens da mineradora Samarco, um poema tem viralizado nas redes sociais. É Lira Itabirana, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).
Os versos carregam um tom profético ao criticarem o efeito da mineração no estado natal do poeta. Drummond nasceu em Itabira, mesma cidade em que surgiu a Vale do Rio Doce, em 1942. A empresa, junto com a angloaustraliana BHP Billiton, é dona da Samarco, responsável por este que já é considerado o maior desastre ambiental da história do país.
Confira o poema abaixo:

I
O Rio? É doce.
 
A Vale? 
Amarga.  
Ai, antes fosse  
Mais leve a carga.
 

II
Entre estatais
 
E multinacionais,  
Quantos ais!
 

III
A dívida interna.
 
A dívida externa  
A dívida eterna.
 

IV
Quantas toneladas exportamos
 
De ferro?  
Quantas lágrimas disfarçamos  
Sem berro?

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