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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

PIERRE SCHAEFFER - (1910 - 1995) - MÚSICA CONCRETA


Pierre Schaeffer - Etude aux chemins de fer 1948
https://www.youtube.com/watch?v=aL77mHnCrNs

 

Pierre Schaeffer & Pierre Henry: Orphée 53 (1953)
https://www.youtube.com/watch?v=XJq3jItducg



Pierre Schaeffer - Apostrophe 

https://www.youtube.com/watch?v=q2o9VyuJSD4




https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Schaeffer


Pierre Henri Marie Schaeffer (Nancy, 14 de agosto de 1910 - 19 de agosto de 1995) foi um compositor da França, conhecido por ter inventado a música concreta (musique concrète, no original fem francês).

Biografia

Schaeffer nasceu em Nancy. Seus pais eram ambos engenheiros, e o Pierre chegou a considerar a engenharia também como uma carreira. Ele estudou na École Polytechnique, e começou a trabalhar em 1936 na Office de Radiodiffusion Télévision Française (ORTF) em Paris. Lá ele começou a experimentar a gravação de sons, convencendo a gerência da estação de rádio a autorizá-lo a utilizar os equipamentos. Ele tentava tocar os sons no sentido inverso, mais lento, mais rápido e sobreposto a outros sons, técnicas desconhecidas até então. Sua primeira peça completa foi um resultado desses experimentos, e foi intitulada Étude aux chemins de fer (1948).
Na época, Schaeffer fundou o grupo Jeune France, que tinha interesses em teatro e artes visuais, assim como música. Em 1942, ele co-fundou o Studio d'Essai (posteriormente conhecido como Club d'Essai), que teve papel significativo nas atividades da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, tornando-se um centro musical posteriormente.
Em 1949, Schaeffer conheceu Pierre Henry, e os dois fundaram o Groupe de Recherche de Musique Concrète (GRMC) que recebeu reconhecimento oficial da ORTF dois anos após. A empresa forneceu ao compositor um novo estúdio, que incluía um magnetofone. Schaeffer é reconhecido como o primeiro compositor a utilziar fitas magnéticas. Seus experimentos resultaram na publicação de A la recherche d'une musique concrète ("A busca por uma música concreta") em 1952, um sumário de seus métodos de trabalho até então.
Pierre Schaeffer distanciou-se – voluntariamente - do universo musical no início dos anos 80 após criticar a vanguarda dos anos 50, que tinha a pretensão de romper com a tradição. Contrário a esta visão Schaeffer  retorna à música ao reconhecer no virtuose Otavio Henrique Soares Brandão o seu mais fiel discípulo, que realizou sob sua orientação, uma leitura de sua obra " Traité dos Objets Musicaux". Esta leitura tem como objetivo a criação de técnica instrumental pianística e musical  inovadora, que não rompe com a tradição.  Pierre Schaeffer escreve dois textos fundamentais sobre este reconhecimento :

  • A propos de la transcription pour piano par Otavio Brandão de l´ “Étude aux  Objets” de Pierre Schaeffer”, In programa do concerto de Soares Brandão na Maison de l´Amérique Latine (Paris 09 de janeiro de 1988).

  • “Réponse à Otavio”, In texto do programa do concerto realizado por Soares Brandão na Salle Pleyel em homenagem aos 80 anos de Pierre Schaeffer ( 12 de janeiro de 1990).
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2 comentários:

  1. RESPOSTA A OTAVIO


    Amizade e estima exigem sinceridade. Azar do Otavio se sua fidelidade para comigo o leva a pedi-me algumas linhas de introdução a sua perseverante conduta, digna de interesse e de incondicional admiração.
    Comecemos por dizer que por sua técnica Otavio Henrique Soares Brandão não precisa de nenhum apadrinhamento. Sua livre inspiração, sua fecundidade musical e sua independência com relação às pressões contemporâneas o tornam livre diante dos grupos de pressão e, assim, independente de qualquer conteúdo musical deles. Ainda é possível admirar-se na paisagem musical contemporânea jovens audaciosos que traçam seu caminho pessoal, numa selva bem delimitada e mesquinha, onde poucos atalhos são os únicos autorizados, numa paisagem muito bem defendida pela coação, cercada de arames farpados, moldada pela pressão social e pelo esnobismo estético.Por causa desta atitude inicial de singular independência e desta audácia em criar seu universo musical próprio, algo um tanto raro nos dias de hoje, o procedimento de Soares Brandão é digno de estima.
    Mas esta independência precisa repousar sobre uma conquista certa, uma técnica experiente, uma maestria sobre o instrumento e os métodos, Este é o caso de Soares Brandão. Admire-se, pois, sem reservas, a conduta e o empenho de quem percorre único a sua estrada, sem recorrer aos apoios fáceis como as do esnobismo, ao gosto da moda do dia e de algumas “panelinhas” que fazem chover e acontecer na paisagem musical. Meu principal motivo para estimar o trabalho de Soares Brandão é o fato dele ser fiel à tradição musical, ao mesmo tempo como instrumentista e compositor, envolto em uma certa modéstia que inspira as suas mais notáveis audácias. Enfim, sendo ele instrumentista e virtuose do instrumento mais difícil de manipular, o piano, deve-se admirar, também, dentro da audácia, a fidelidade e o respeito aos costumes.

    Entre os jovens músicos que tiveram a gentileza de se inspirar em meus trabalhos, considerando uma certa tradição de pesquisa, conheço poucos que o tenham feito com tal escrúpulo, com um cuidado igualmente laborioso e com um tamanho respeito pelo essencial.
    De bom grado, derrogo minha norma atual que é não escrever nenhuma linha sobre música alguma, para trazer a este virtuose-compositor o buquê de minhas flores, mas que ainda guardam, eu espero, o perfume de quando eram jovens.
    Pierre Schaeffer - Paris 07.02.1990.

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  2. Além de mestre amigo.
    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1190044697713756&set=a.356587651059469.101179.100001247110175&type=3&theater

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