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sexta-feira, 31 de julho de 2015

Trabalho gratuito nas redes: de como o ativismo de 99% pode gerar ainda mais lucros para 1%






https://www.academia.edu/10102145/Trabalho_gratuito_nas_redes_de_como_o_ativismo_de_99_pode_gerar_ainda_mais_lucros_para_1_

Trabalho gratuito nas redes: 
de como o ativismo de 99% pode gerar ainda mais lucros para 1% 

Free labour in networks: how the activism of 99% can generate even more profits for 1% Marcos Dantas Marcela Canavarro ** Marina Barros *** 

RESUMO 

Este artigo contém elementos ainda exploratórios de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pelos seus autores. São descritas algumas práticas colaborativas em redes ativistas, a exemplo do "Rio na Rua" e da "Avaaz", visando, sobretudo, exibir o estágio metodológico em que se encontra a pesquisa, para sustentar sua hipótese central: as redes colaborativas, politizadas ou não, mobilizam trabalho gratuito de bilhões de pessoas que servem, como qualquer trabalho não pago, para a acumulação de capital. Utilizamos o campo da Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (EPICC) como base teórica da análise e expomos resultados preliminares de pesquisas empíricas em andamento. Palavras-chave: Mais-valia 2.0; Trabalho Gratuito; Redes de Mobilização; Facebook; Avaaz

Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v.10, n.1, p. 22-43, maio 2014,

http://www.ibict.br/liinc 23

INTRODUÇÃO

Desde a explosão das revoltas populares no Norte da África, em 2010, o papel das assim chamadas "redes sociais", como Facebook, Twitter e Youtube, tem sido debatido na imprensa e nos meios acadêmicos. Ainda cabe à História mensurar o peso que tais ferramentas tiveram nas manifestações populares da Primavera Árabe, que resultaram na derrubada de governos há décadas no poder e que também se espalharam pela Europa, Estados Unidos e América Latina. No entanto, curiosamente, é evidente que as plataformas que teriam servido ao protesto político popular, não são, por assim dizer, públicas . São organizadas e controladas por poderosas corporações privadas, voltadas para a obtenção de lucro, algumas com importantes presenças inclusive nas bolsas de valores, a exemplo do Google ou do Facebook. São entidades capitalistas . Dificilmente estarão a serviço da superação da economia de mercado e desta sociedade desigual em que vivemos. Perguntamos: não estarão elas também lucrando com o ativismo da militância reticular? Este artigo contém alguns elementos, ainda exploratórios, de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pelos seus autores. São descritas algumas práticas colaborativas em redes ativistas, a exemplo do "Rio na Rua" (RnR) e do Avaaz, visando, sobretudo, exibir o estágio metodológico em que se encontra a pesquisa, tendo ainda um longo caminho a percorrer para sustentar a sua hipótese central: as redes colaborativas, politizadas ou não, mobilizam trabalho gratuito de bilhões de pessoas que servem, como qualquer trabalho não pago, para a acumulação de capital.(...)










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