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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Projeto identifica ‘nerds’ que são 'reis da gambiarra' em favelas do Rio

*nota da BBC BRASIL - (Um dia após a publicação desta reportagem, o título foi alterado para suprimir uma referência ao MIT. O projeto, na realidade, não é apoiado diretamente pela universidade norte-americana, mas sim os grupos que o idealizaram)

Texto integral em:
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,anistia-internacional-acusa-israel-de-crimes-de-guerra-em-gaza,1734396



 
Pamella está grávida do segundo filho, tem 24 anos, quer estudar psicologia, e mora em Vigário Geral. Luiz tem 19 anos, está em dúvida entre ser arquiteto ou artista plástico e mora em Realengo. Davi tem 14 anos, ainda vai decidir se quer ser advogado ou enfermeiro e mora em Pilares.
Em comum, os três jovens de bairros de periferia do Rio de Janeiro têm a vocação para criar "engenhocas" - ou "gambiarras" -, verdadeiras invenções da engenharia doméstica, e participam do primeiro "Gambiarra Favela Tech". O projeto tenta identificar "nerds" em diferentes comunidades cariocas, colocando-os em contato, estimulando seu potencial criativo e artístico e ensinando conceitos básicos de matemática e física.
A iniciativa é do laboratório de inovação Olabi e da ONG Observatório de Favelas em parceria com a Fundação Ford e o MIT (Massachusetts Institute of Technology). O projeto é uma tentativa de devolver a cultura "maker" às suas origens: as oficinas e garagens onde pequenos "gênios" anônimos desenvolvem soluções para os problemas do cotidiano - usando princípios de elétrica, eletrônica e informática, com uma boa dose de criatividade.(...)

(...)
 

MIT e favelas

O Olabi integra a rede Fab Lab, de mais de 200 laboratórios de inovação, criada em 2009 por um programa sem fins lucrativos do MIT e atualmente presente em 40 países.
"Selecionamos jovens de diferentes idades e interesses, inspirados por essa filosofia de que é na diversidade que acontece a inovação", diz Gabriela Agustini. Ao identificar talentos 'nerds' em favelas e comunidades de diferentes partes do Rio, os organizadores esperam impactar o futuro desses jovens, potencializando suas capacidades e abrindo novas oportunidades.
Com apenas 14 anos, Davi Leite Pereira deixa claro que já entendeu o conceito de "networking". "Todo mundo aqui se identificou muito rápido. Vamos ficar em contato depois."
Gilberto Vieira, gestor de projetos do Observatório de Favelas, explica que, ao término da oficina, o Galpão Bela Maré abrigará um laboratório "maker" de forma permanente, e que a ideia é que os jovens das comunidades do entorno passem a ver a cultura criativa como algo "descolado" e interessante, propiciando um ambiente fértil para identificar novos talentos.
"A gambiarra é genuinamente favelada. É onde a luz e a internet não chegam direito, onde os serviços são irregulares, a janela não fecha e as coisas precisam de conserto logo. O 'hype' se apropriou disso e criou a cultura 'maker', e agora estamos trazendo isso de volta para a favela", conclui.
Conheça um pouco mais sobre três dos 12 selecionados pelo Gambiarra Favela Tech: (...)


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