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quarta-feira, 15 de julho de 2015

AUTODEMARCAÇÃO - AUTONOMISMO INDÍGENA E DEMARCAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL




https://www.facebook.com/events/895115440562628/


IV CARTA DA AUTODEMARCAÇÃO


https://autodemarcacaonotapajos.wordpress.com/2015/07/14/iii-carta-da-autodemarcacao-3/




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IV CARTA DA AUTODEMARCAÇÃO


 IV CARTA DA AUTODEMARCAÇÃO

Nós Munduruku, do alto e médio Tapajós, estamos dando continuidade com a segunda etapa da autodemarcação IPI WUYXI IBUYXIM IKUKAP- DAJE KAPAP EYPI.
Em cinco dias na floresta, concluímos seis pontos da autodemarcação e presenciamos rastros de destruição, feitos pelos ladrões invasores de nossas terras: madeireiros, palmiteiros e grileiros.
No segundo dia, acompanhando o rastro dos madeireiros, encontramos dificuldades para a alimentação, estávamos há dois dias sem encontrar caça. A gente sabe que onde há presença de zoada de trator, de motosserra, e com a circulação de pessoas no ramal a caça fica extinta, esses animais não suportam sentir esse cheiro humano. Estamos falando a respeito disso em razão de presenciar essa cena durante a autodemarcação.
Depois que a gente varou no ramal dos madeireiros, vimos uma trilha, uma ponte, que eles fazem para carregar madeira e palmito de açaí. Vimos também a roça deles. Isso aqui é uma estrada para puxar madeira e palmito. Como a gente está autodemarcando agora, percebemos que está dentro da nossa área.
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Estamos vendo aqui a destruição que o pessoal está fazendo no açaizal. Quem começa tudo isso são os madeireiros. Eles fazem o ramal e os palmiteiros vem atrás destruindo o açaizal. A gente estava preservando para tirar o açaí para os nossos netos, estamos vendo que não temos mais quase nada na nossa terra. Daqui que a gente tira a fruta para dar o suco aos nossos filhos e agora estamos vendo a destruição. Sempre dizemos que o pariwat (branco) não tem consciência disso.
Por isso que estamos fazendo a autodemarcação, porque os pariwat estão destruindo as árvores, nós não fazemos ao modo deles. A intenção do pariwat e do governo federal é só destruir mesmo, e a intenção do indígena é preservar. Por que a gente preserva? Porque esse patrimônio foi dado a nós por nosso guerreiro Karosakaybu, a terra é a nossa mãe de onde tiramos nossa sobrevivência e onde podemos viver de acordo com a nossa cultura.
Daje Kapap Eypi é um lugar sagrado para todo o povo Munduruku, seja do alto ou médio Tapajós. Temos que preservar a nossa natureza, o nosso rio, os nossos animais e as nossas frutas, deixadas por Karosakaybu.
Estamos realizando a autodemarcação para mostrar que essa terra é nossa, para que os brancos respeitem a nossa terra. Queremos ter autonomia em nossa terra, queremos que nós, indígenas, possamos ser os fiscais e protetores dessa terra como sempre fomos.
Continuamos aqui na autodemarcação e não sabemos o que vamos encontrar pela frente…
Sawe!
11 de julho de 2015, aldeia Sawre Muybu, médio Rio Tapajós.





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Autodemarcação já!

Apresentação de filmes e roda de conversa sobre o atual processo de retomada dos territórios indígenas no país


Se governo não quer demarcar as terras indígenas, xs próprixs indígenas retomam suas terras! É o caso dos povos Munduruku que estão, neste exato momento, realizando a autodemarcação da TI Sawré Muybu, na região do Médio Tapajós (acesse aqui a carta escrita pelos Munduruku durante a autodemarcação: https://autodemarcacaonotapajos.wordpress.com/2015/07/14/iii-carta-da-autodemarcacao-3/ ) e dos povos Guarani que, depois de muita luta, conseguiram finalmente iniciar o tão esperado processo de demarcação da TI Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo.
Para conversar sobre esses processos de luta e resistência em curso, o Comitê Paulista de Solidariedade à Luta no Tapajós e a Casa da Lagartixa Preta "Malagueña Salvarosa" convidam para a apresentação dos filmes "Tenonderã: Um Olhar para o Futuro", de Eduardo Duwe, e "Índios Munduruku: Tecendo a Resistência", de Naya Porã, que estará presente junto com outrxs membros do Comitê e lideranacas Guarani Mbya para contar sobre os caminhos dessa luta.

"Índios Munduruku: Tecendo a Resistência" (25'), de Naya Porã
https://vimeo.com/106132350

"Tenonderã: Um Olhar para o Futuro" (26'), de Eduardo Duwe
https://vimeo.com/120181997

Haverá venda de tapiocas com o objetivo de arrecadar fundos para contribuir com o transporte de 28 guerreiros Munduruku que estão participando da autodemarcação e ainda não têm recursos para retornar posteriormente às suas aldeias.

Venha conhecer e somar com essa luta!

O Comitê Paulista de Solidariedade à Luta no Tapajós é um coletivo em formação, aberto para quem quiser somar, participar, ajudar a construir! Somos estudiosxs, comunicadorxs, ativistas e agitadorxs por um mundo mais justo. Através das tecnologias hoje disponíveis, contamos com comunicacão bastante próxima da linha de frente de luta no Tapajós, com o objetivo de apoiar a resistência e o fortalecimento da autonomia dos povos na região.

Junte-se à nossa rede: https://www.facebook.com/Tapajoslivre

#TapajosLivre #AutodermacaçãoJá! #mundurukusawe #tapajosluta
#CasadaLagartixaPreta

Local: Casa da Lagartixa Preta "Malagueña Salvarosa"
R. Alcides de Queirós, 161, Casa Branca, Santo André

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