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terça-feira, 19 de maio de 2015
TRABALHOS EM GRUPO NAS ESCOLAS E O BANALCOOL
Com um semestre de atraso, vi num programa da TV Brasil, a notícia de um grupo de alunos que conseguiu criar álcool de banana. Banalcool (leia aqui: http://www.aquies.com.br/2014/conteudo.asp?codigo=4179 ) .
São estudantes da 9ª série do ensino fundamental, do interior do Espírito Santo.
A abundância de bananas na região, o uso das bananas na indústria alimentícia e o descarte das cascas, proporcionaram a boa ideia de aproveitar tais cascas. Daqui para frente alguma indústria poderia passar a utilizar o processo para dar continuidade a criação dos estudantes.
Trabalhos em grupo nas escolas brasileiras sempre deixaram muito a desejar,
porque mesmo sendo bem sucedidos como foi este, são muito poucos, e acontecem em condições precárias, justamente porque estão incluídos num sistema educacional deficitário, equivocado, antiquado e falido.
Dizem que aprender a falar, aprender a linguagem, é algo complexo para uma criança, e no entanto ela aprende sem precisar ir na escola, aprende-se a falar com a interação com os pais, com os familiares. Mais tarde quando a criança vai para a escola o que ocorre é que com as poucas atividades em grupo, com a pouca interação com os colegas de turma, a linguagem, a capacidade de comunicação da criança fica muito prejudicada.
Imagine que você aprenda a dirigir, mas nunca sai na rua com seu carro, você acredita que saiba mesmo dirigir? Ou por exemplo, você aprende inglês, mas quase nunca tem a oportunidade de conversar com outras pessoas neste idioma, o que você acha que ocorreria?
É só na rotineira interação com outras pessoas que a gente pode aprender,
pode praticar, pode ser interpelado por alguém totalmente contraditório a você
e ai, só ai é que a gente pode encontrar argumentos, formas de se expressar e poder se entender, poder aprender com o "inimigo" (risos). E é nestes conflitos, que podemos evoluir e aprender a conviver democráticamente. Depois, só depois destes trancos e barrancos é que passaremos a respeitar-nos de verdade, a podermos conviver com muito mais paz. Mas enquanto não vivermos estes conflitos necessários, dificilmente poderemos dizer que somos uma sociedade democrática.
E é por isso que a Escola da Ponte e muitas outras que resolveram partir para
o sistema democrático, tem muito o que ensinar para as escolas tradicionais falidas, que colocam os estudantes enfileirados, de faixas etárias semelhantes, e
quanto mais homogêneas forem as turmas, melhor para os "educadores" que preferem ter menos dores de cabeça e deixarem tudo como está pra ver como é que fica...
Nadia Gal Stabile - 19 05 2015
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