"É uma dor canalha
que te dilacera.
É um grito que se espalha,
também pudera.
Não tarda, nem falha,
apenas te espera
num campo de batalha,
é um grito que se espalha,
é uma dor
canalha"
(Walter Franco)
Os culpados maiores são os que mantêm até hoje os bombeiros como um corpo militarizado. Não tem nexo, não faz sentido, é uma besteira sem tamanho.
Ou, pior ainda, uma maneira inescrupulosa de tê-los sempre à disposição sem pagar-lhes remuneração condizente.
Vêm, em seguida, as autoridades que não tiveram sensibilidade para reconhecer a justeza de suas reivindicações, pois arriscam a vida por uma merreca -- "menos que uma faxineira que trabalha três vezes por semana", segundo o Carlos Heitor Cony.
Por último, os coitados dos bombeiros da ex-Cidade Maravilhosa, que foram levados ao desespero e, como consequência, à insensatez.
Foram estes que amargaram a truculência habitual do Bope, ouviram quem não lhes chega aos pés qualificá-los de "vândalos" e agora estão presos, correndo sério risco de expulsão e de cumprirem penas.
É profundamente injusto.
Se tiver sobrado um pingo de cordialidade nos brasileiros, há que se descobrir um caminho legal para poupá-los de um castigo que a letra da lei exige, mas o espírito de Justiça repele.
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