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sábado, 20 de novembro de 2010

QUEM JULGA A JUSTIÇA?


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O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo decidiu que Tiririca não precisa fazer novo teste para provar o seu analfabetismo. Ou a sua alfabetização. Fica a dúvida em torno do referido TRE. Serão devidamente alfabetizados?

     Hoje em dia, no Brasil, formam-se inúmeros advogados por ano e a primeira coisa que eles fazem é colocar placa de “Doutor” em seus escritórios de advocacia, mesmo sendo apenas bacharéis. Uma herança cultural da Velha República, do início do século vinte.

     Mas todos devem conhecer a triste situação do ensino no nosso país. Os alunos não passam, são “passados”. O Governo quer apresentar estatísticas favoráveis ao ensino e necessita de uma ótima porcentagem de alunos aprovados cada ano, para fins de propaganda. As escolas são induzidas a aprovar alunos em troca de verbas.

     Isso se reflete no ensino superior. No que se refere ao ensino do Direito, a OAB está muito preocupada com o aumento de bacharéis recém formados que apresentam baixo índice intelectual e quase nenhum conhecimento.

     Em notícia veiculada no site Central Jurídica -http://www.centraljuridica.com - o presidente da OAB, Roberto Busato, “sustentou que as faculdades de Direito no País, em sua maioria, estão formando “analfabetos jurídicos”. No mais duro ataque à má qualidade do ensino jurídico desde a sua posse, Busato afirmou que “está ocorrendo um estelionato cultural, um estelionato à família do jovem que se dedica cinco anos, pensando que está se formando em bacharel em Direito, mas não tem condições de prosseguir em qualquer das carreiras jurídicas que existem”. Segundo o presidente da OAB, o grande responsável por este quadro é o governo federal, não só este, mas principalmente os anteriores. “Houve um afrouxamento na criação de faculdades e um aumento brutal de vagas e de cursos de Direito”, observou.”

     E continua:

     “Para Roberto Busato, em razão do descaso dos governos com o ensino jurídico nos últimos anos, houve uma proliferação das faculdades caça-níqueis nessa área. Prova disso, observou ele, em 1996 apenas 5.200 bacharéis em Direito prestaram o Exame de Ordem, que é obrigatório para que o bacharel possa se inscrever na OAB e obter a credencial (carteira) para atuar na profissão de advogado. Dez anos depois, em 2004 – frisou – um total de 136.941 bacharéis foi o número de inscritos ao Exame de Ordem. “Um aumento estratosférico de 2.533% nesse período, quando a aprovação ficou praticamente estável”, comparou. “Portanto, é sinal que o ensino brasileiro realmente está em uma situação absolutamente caótica”, criticou Busato em entrevista ao site do Conselho Federal da OAB.”

     E a grande atração para esses profissionais oriundos das faculdades “caça-níqueis” são os concursos – para pretores, analistas jurídicos, promotores, juízes, e por aí vai.

     Encontrei esta pergunta na Internet, o site GUJ - http://www.guj.com.br/posts/list/41004.java -

     “Pessoal,

     "Sei que muita gente daqui não gosta de concursos. Mas como tenho esperança que tenha alguém que se interesse, vou lançar a pergunta:

     "Como começar a estudar a matéria de direito?"

     "Queria estudar direito administrativo, constitucional e tributário. Mas não sei nem como começar, e nem sei se tem uma ordem a ser seguida de modo que facilite o aprendizado.

     "Alguém que também tenha vontade de fazer concursos possa dar uma ajuda?”

     E esta reposta:

     “Nos concursos mais rasteiros (de técnico, por exemplo), é melhor só decorar a lei mesmo. Tentar entender e ter embasamento é perda de tempo;

     "Em concursos mais avançados, é preferível que você entre em um bom cursinho para aprender macetes;

     "Nos concursos top de linha... o bicho pega. Entre no cursinho muito tempo antes do concurso. Normalmente as matérias deles são grandes, e se você deixar para entrar no intensivão pre-prova só vai perder tempo.”

     Agora só faltam os concursos via Internet, estilo pagou-passou.

     Por isto, a pergunta do título: “QUEM JULGA A JUSTIÇA?” – principalmente no caso Tiririca.

     A continuar assim, Tiririca será diplomado como deputado federal e nós seremos os palhaços. Não que faltem palhaços e semianalfabetos no Congresso.

     Mas o Tiririca, além de tudo isso, é uma ficção. E diplomar uma ficção como deputado federal é o supra-sumo da burrice (sem querer ofender os burros). Francisco Everardo Oliveira Silva fez a sua campanha política travestido de palhaço Tiririca – uma ficção – e foi eleito devido a esse tipo de campanha. Ou seja, as pessoas que pensaram protestar ao votar no Tiririca, não votaram no Tiririca, mas no Francisco e é o semianalfabeto Francisco que será diplomado. Por falha ou omissão da Justiça. E todos seremos feitos de palhaços.

     A diplomação de Francisco, ou Tiririca, somente interessa ao PT, porque a votação de Francisco/Tiririca, cerca de 1,3 milhões de votos, deu margem a que mais três deputados federais da coligação petista fossem eleitos.

     Há quem diga que um apedeuta a mais ou a menos não fará diferença na política brasileira, porque, afinal, temos o Lula como Presidente. E breve teremos a Dilma. Ela e seus Três Porquinhos. Mas é esse tipo de pensamento que faz de nós, eleitores, mais palhaços que o Tiririca.

     E outros acrescentam que a política brasileira já é uma palhaçada, mesmo... Sim, mas a favor de quem? Quem ganha com toda essa palhaçada na nossa política?

Fausto Brignol.

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