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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

REINALDO AZEVEDO LANÇA A VERSÃO RECICLADA DO "CANSEI!"

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Humildemente, admito meu erro: não será no ano que vem que a direitalha começará a preparar uma virada de mesa, em razão da nova e acachapante derrota eleitoral.

Foi assim que eles agiram quando o presidente Lula conquistou seu segundo mandato.

Um semestre depois, tentaram reeditar a Marcha da Família, Com Deus, Pela Liberdade.

Só que o tal do Cansei! (foto) foi simplesmente ridículo, reunindo míseras 4 mil testemunhas no espaço imenso da Praça da Sé.

Mecanicamente, acreditei que a história se repetiria. E afirmei, no artigo As ameaças existem e ignorá-las poderá ser trágico (o qual,  timing  à parte, continua sendo uma boa  crônica da quartelada anunciada, a ser levada em conta pelos que têm a obrigação de adotar contramedidas):
"Podemos dar como favas contadas que haverá cidadãos querendo derrubar o governo no início de 2011".
Eu não espeava que, duas semanas antes do pleito, a direita golpista já tivesse desistido da cartada eleitoral e passado à etapa seguinte.

Então, um de seus mais notórios porta-vozes, Reinaldo Azevedo, está lançando a nova versão do Cansei!, provavelmente porque o João Dória ainda não se recuperou do último fiasco. Deve continuar cansadinho.

Na exortação carnavalesca que RA inseriu nesta 4ª feira em seu blogue da Veja (A democracia e o estado de direito pedem passagem...), ele deixou bem evidenciada, em caixa alta, a genealogia do novo movimento, que utiliza um manifesto de notáveis como abre-alas:

"NÃO ESTAMOS CANSADOS (sic)! AO CONTRÁRIO! ESTAMOS CHEIOS DE ENERGIA PARA DEFENDER A DEMOCRACIA, O ESTADO DE DIREITO E A LIBERDADE DE IMPRENSA".

Ou seja, a Marcha da Família foi um dos estopins de uma tragédia; o Cansei! de 2007, uma tentativa farsesca de a bisar; e o Cansei! de 2010 não passaria da farsa que reedita a farsa... como desfile carnavalesco?

Pateticamente, RA acusa "o PT e sindicalistas" de "flerte com a barbárie ditatorial", como se, afora a alegada (e, bem vistas as coisas, inofensiva) "truculência retórica", partisse deles a maior ameaça à democracia e ao estado de direito.

Não, a esquerda brasileira pode ser dada às bravatas da boca pra fora, mas as mordidas provêm sempre da direita, com seu know-how golpista aprimorado ao longo dos tempos: 1954, 1961, 1964...

Infelizmente, alguns homens dignos se deixaram iludir por esse alarmismo insuflado dia e noite pela mídia tendenciosa. Não serei eu a desmerecer suas magníficas trajetórias.

Apenas lamento que hoje estejam servindo de inocentes úteis para as vis tramóias dos inúteis.

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