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quinta-feira, 11 de março de 2010

CENTRO DE CULTURA SOCIAL - CONVIDA





Convida para:
1. oficina
2. literatura
3. cinema
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1.    oficina: “Foucault e o anarquismo”

Coordenação de Nildo Avelino*

O objetivo da oficina é propor um estudo sobre as relações entre a reflexão política e filosófica de Michel Foucault e o pensamento anarquista de Pierre-Joseph Proudhon e Errico Malatesta.
A pertinência em estudar “Focault e o anarquismo” está no fato de que, desde os anos 1990, tornara-se evidente que os efeitos na política e na filosofia produzidos pela crítica foucaultiana do Sujeito e do Poder afetaram enormemente não apenas as Ciências Humanas, mas também, e de uma maneira extraordinária, os modos através dos quais eram percebidas as tradições políticas liberal, marxista e anarquista. A força inovadora do “efeito Foucault” em relação anarquismo pode ser vista pelos trabalhos de Todd May e Salvo Vaccaro, que constituem o início do que se tornou em nossos dias um vasto campo discursivo sobre um problema importante no debate anarquista: o chamado pós-anarquismo ou neo-anarquismo.
Todavia, apenas recentemente nota-se um empenho, sobretudo na Europa, em compreender complexivamente o alcance e os desdobramentos que resultam dessa problemática para o anarquismo. E é com este intuito que se lança mais esta oficina libertária: “Foucault e o anarquismo” busca apreender a força inovadora desta interseção de potências no pensar libertário.

Proposta de estudos:

I) 14/04, quarta-feira as 19h:

Apresentação:
uma cartografia da problemática “Foucault e o anarquismo”

Indicações para leitura:
BEY, Hakim. “Anarquia do Pós-Anarquismo”. Disponível em: http://pt-br.protopia.wikia.com/wiki/Anarquia_do_Pós-Anarquismo.
MAY, Todd. “Pós-estruturalismo e anarquismo”. Margem, São Paulo, nº 5, 1996, p. 171-185.
VACCARO, Salvo. “Foucault e o anarquismo”. Margem, São Paulo, nº 5, 1996. p. 158-170.

II) 05/05, quarta-feira as 19h:

Proudhon e Foucault, por uma “filosofia relacional”**

III) 26/05, quarta-feira as 19h:

Errico Malatesta e Michel Foucault sobre o fascismo**

IV) 16/06, quarta-feira as 19h:

“Anarquismo e governamentalidade” ou uma concepção analítica do poder**

V) 26/06, sábado as 16h:

“Anarqueologia dos saberes”: apresentação e lançamento do livro Do governo dos vivos. Curso no Collège de France, 1979-1980 (excertos), de Michel Foucault (Editora Achiamé, Rio de Janeiro, trad. de Nildo Avelino).


(*) Nildo Avelino é Doutor em Ciência Política pela PUC-SP e Pós-Doutorando em História Política pelo IFCH/UNICAMP. É pesquisador na área de Teoria Política sobre os temas: anarquismo, governamentalidade, anarqueologia. Participou, em setembro de 2009, do seminário internacional “Anarchismo, post-anarchismo e nuovi movimenti antiautoritari nella società contemporanea” realizado em Pisa pela Biblioteca Franco Serantini no âmbito da XIV Conférence Internationale della Fédération Internationale des Centres d'Études et de Documentation Libertaires (FICEDL), bem como do workshop “Anarchism” coordenado por Ruth Kinna durante a 6th Annual Conference in Political Theory da Manchester Metropolitan University. É militante do CCS desde 1991.
(**) as indicações de leitura serão fornecidas na 1ª sessão. Os textos poderão ser xerocados na sede do CCS.


As Oficinas Libertárias do Centro de Cultura Social

Iniciadas em 2008, as oficinas libertárias do CCS promovem uma outra modalidade de saber que se pretende distinto da aula ou da palestra. Sua dinâmica está mais concernida com o grupo de estudos que traz a marca do autodidatismo. Mas isto não é tudo. Oficina é um lugar onde se elabora, se fabrica, constrói ou conserta coisas que não são simplesmente nem da ordem da lógica nem do conceito, mas que indicam uma habilidade, uma aptidão ou astúcia, um saber-fazer. Na oficina o saber não se pretende causal, mas se quer relacional na medida em que propõe efetuar-se materialmente produzindo uma transformação em seu interlocutor. O saber, seja ele a física do globo ou os fenômenos da consciência, só interessam para a oficina se relacionados à transformação do sujeito, como saberes ético-políticos.
O “método” praticado pela oficina porta duas dimensões importantes: 1. o diálogo. Na oficina não há professor, cada um é ator e espectador no teatro do saber. Por isso as oficinas serão quanto possível dialógicas. Espera-se que o diálogo possa fazer valer a vontade de saber individual, permitindo quebrar as hierarquias instauradas pela ordem do saber. Como é próprio das oficinas, cada um é portador de capacidades e saberes desiguais. Ao contrário de instaurar uma relação hierárquica, a desigualdade deve dar lugar a relações igualitárias diferenciadas. 2. o prazer. As oficinas funcionam como grupo, associação, ou comunidade de estudo. A Academia de Atenas era famosa não somente pelo estudo da filosofia, mas por incitar um estilo de vida filosófico; o jardim de Epicuro se dedicava à filosofia e ao cultivo de hortaliças. A oficina se propõe como grupo de convivência libertária para fazer do processo de conhecimento uma atividade prazerosa, um hedonismo do saber.
As Oficinas Libertárias do Centro de Cultura Social estão abertas a todos que desejem compartilhar das práticas acima descritas.
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2. (des)encontros anárquicos de literatura
A literatura só vale a pena como experiência que faz o pensamento pensar como atividade digestiva: modificando e afetando singularmente os corpos. Os (des)encontros anárquicos de literatura pretendem ser experiências de pensamento, alimento para aplacar a sofreguidão de palavras. Leia o livro e traga uma bebida.

20/03, sábado as 20h:
“A hora da estrela” de Clarice Lispector.

17/04, sábado as 20h:
“O Estrangeiro” de Albert Camus.

15/05, sábado as 20h:
“Lavoura Arcaica” de Raduan Nassar.

12/06, sábado as 20h:
“O Processo” de Franz Kafka.
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3. cinema & anarquia
Experiência do tempo incessantemente renovado, o cinema faz ver o imperceptível num movimento que atualiza imagens de subversão e subversões da imagem. A proposta de Cinema & Anarquia é articular a imagem-movimento do cinema com o pensamento em movimento da literatura.

21/03, domingo as 19h:
“A hora da estrela” dir. de Suzana Amaral (Brasil, 1985).

18/04, domingo as 19h:
“O estrangeiro” dir. de Luchino Visconti (Itália, 1967).

16/05, domingo as 19h:
“Lavoura Arcaica” dir. de Luiz Fernando Carvalho (Brasil, 2001).

13/06, domingo as 19h:
“O Processo” dir. de Orson Welles (Alemanha/França/Itália, 1962).


Centro de Cultura Social
Rua Gal. Jardim, 253 sala 22 (metrô República)

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