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sábado, 30 de janeiro de 2010

ENTRE OUTROS MASSACRES - AIMÉ CÉSAIRE

com todas as forças o sol e a lua se entrechocam
as estrelas caem como testemunhas maduríssimas
e como um carregamento de ratos acinzentados

não tema nada apronta as tuas grossas águas
que tão bem carregam a berma dos espelhos

puseram barro nos meus olhos
e veja eu vejo terrivelmente eu vejo
de todas as montanhas de todas as ilhas
não resta mais nada a não ser alguns tocos ruins
da impenitente saliva do mar

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(ORIGINAL EM FRANCÊS)

entre autres massacres

de toutes leurs forces le soleil et la lune s’entrechoquent/les étoiles tombent comme des témoins trop mûrs/et comme une portée de souris grises//ne crains rien apprête tes grosses eaux/qui si bien emportent la berge des miroirs//ils ont mis de la boue sur mes yeux/et vois je vois terriblement je vois/de toutes les montagnes de toutes les îles/il ne reste plus rien que les quelques mauvais chicots/de l’impenitente salive de la mer

este poema foi publicado por aimé césaire no livro “soleil cou coupé”, 1948

http://www.salamalandro.redezero.org/um-poema-de-aime-cesaire/

Um comentário:

  1. proposta de traduçao alternativa (Aimé Césaire merece muitas, cada uma trazendo um pouco da carga poética que transborda do original)

    com toda força sol e lua se entrechocam
    estrelas caem
    como testemunhas por demais maduras
    como uma ninhadada de ratos cinzentos.

    nada temas,
    apronta tuas grandes aguas,
    que tao bem carregam a ribanceira dos espelhos.

    puseram lama nos meus olhos
    e eu vejo, eu vejo, terrivelmente vejo:
    de todas as montanhas, de todas as ilhas
    nada resta além dos poucos tocos rotos
    da impenitente saliva do mar.

    aguardando outras contribuiçoes, sugiro verificar se foi traduzido no Brasil o "Discurso contra o colonialismo", magnifica indignaçao em forma textual, ainda e sempre de Aimé Césaire.
    abraço,
    Regina

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