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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O QUE É O AMOR ? (VISÃO DA PSICANÁLISE)

“ A Psicanálise é, em essência, uma cura pelo amor.”
Freud, numa carta a Jung. 



"Freud humano e apaixonado nos deixa os mapas de sua exploração. Em seu percurso amoroso e sensual e autorizado pôr uma longa experiência clínica, há muito se interrogava sobre a vida amorosa dos homens. Em fins do século passado tentando entender a histérica percebeu que talvez ela quisesse dizer alguma coisa com o seu corpo. Alguma coisa que não conseguia dizer com palavras. E a histérica falou do sexo, do amor, do ódio e da culpa. Freud sem querer, inaugurou o lugar da Psicanálise, que é na verdade o lugar de uma relação de amor. Nesta relação a libido refaz seus caminhos até a possibilidade de uma relação de amor com o analista, que abre esta possibilidade para a vida do analisando. Freud revolucionou a compreensão da noção de sexualidade colocando o sexual no registro do pulsional, estabelecendo a idéia de uma impossibilidade de satisfação, só encontrada através da fantasia.” [1] Valdivia, “ A Linguagem Interminável dos amores”.

No rastro da sexualidade caminha o amor ou, como queiram, no rastro do amor caminha a sexualidade. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se a meta do amor é encontrar-se.(...)

(...) Como Freud postula existiria ainda o modelo de relação por apoio ou anaclítico. A escolha objetal por apoio  se constrói à partir dos modelos das primeiras satisfações sexuais que se derivam da satisfação adquirida pelas pulsões do ego ou de auto-preservação. Entretanto, nos fica a pergunta, se não há ai também um  modelo predominantemente narcísico de relação, pois como falávamos acima, os cuidados dos pais para com os filhos, se baseiam, desde a idade mais precoce, em princípios puramente narcísicos: “A criança terá mais divertimento que seus pais;  ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão;  as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais um vez realmente o centro e o âmago da criação - ‘Sua majestade o Bebê’, como outrora nós mesmos nos imaginávamos.” (...)
Freud, “Sobre o Narcisísmo: Uma Introdução”, pag.108.
Numa entrevista belíssima,  perto do final de sua vida, Freud comenta, ao passear pelo jardim de sua casa em Londres, que preferia “a companhia dos animais à companhia dos humanos” ,  e referindo-se ao desejo de imortalidade diz não tê-lo: “Se reconhecemos os desejos egoístas por trás de toda conduta humana, não temos o mínimo desejo de voltar...para que serviria isso ,sem memória”. “Não me faça parecer um pessimista - disse ele após o aperto de mão . - Eu não tenho desprezo pelo mundo. Expressar desdém pelo mundo é apenas outra forma de cortejá-lo, de ganhar audiência e aplauso. Não, eu não sou um pessimista, não enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! Não sou infeliz - ao menos não mais infeliz que os outros.”  -  Paulo Cézar Souza, ‘Freud e o Gabinete do Dr. Lacan’.
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FONTE : http://www.psicoway.com.br/iso/sobre_o_amor.htm

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