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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

RIZOMA -(FILOSOFIA) ("FELLINI?",LEITOR DESTE BLOG COMENTA E GLÓRIA KREINZ TAMBÉM,COMO É ALGO QUE ME INTERESSA MUITO...A WIKIPÉDIA ME AUXILIOU!! GRANDE WIKIPÉDIA!!!)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Rizoma é um modelo descritivo ou epistemológico na teoria filosófica de Gilles Deleuze e Félix Guattari.

Índice

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[editar] Epistemologia

As propostas topológicas, descrições das condições discursivas, que Guattari e Deleuze propõem a partir dos conceptos de raiz, radícula e rizoma apresentam possibilidades interessantes ao embasamento epistemológico para análise de sistemas.
A topologia da raiz alude a uma condição de totalitarismo, despotismo, que se exerce a partir da biunivocidade. "Isto quer dizer que este pensamento nunca compreendeu a multiplicidade: ele necessita de uma forte unidade principal, unidade que é suposta para chegar a duas, segundo um método espiritual." (DELEUZE e GUATTARI, 1980, p.13) É uma condição que estabelece a continuidade de um eixo-tronco ao que ramifica-se dicotomicamente a partir dele e, ao partir dele, a ele retorna em sua continuidade. É uma condição de rigidez teórica e circularidade argumentativa, em que tudo no fim das contas "é porque é" através do retorno ao poder do eixo principal que é exercido sobre suas ramificações. A dicotomia é o exercício do poder totalitário que divide o mundo em ramos binários: os loucos e os normais, os dominadores e os dominados, o bem e o mal, o certo e o errado, o zero e o um. O pensamento cristão, por exemplo, estrutura-se topologicamente de maneira binária, como uma raiz.
De maneira próxima à raiz estaria a topologia da radícula, imagem da qual a modernidade se vale de bom grado. Um sistema fasciculado que visa aproximar-se da condição das multiplicidades, mas que não alcança nada além de um simulacro das mesmas. Quando se reduz uma multiplicidade a uma estrutura rígida, compensa-se seu movimento ao reduzir as suas leis de funcionamento.
Vale dizer que o sistema fasciculado não rompe verdadeiramente com o dualismo, com a complementaridade de um sujeito e de um objeto, de uma realidade natural e de uma realidade espiritual: a unidade não pára de ser contrariada e impedida no objeto, enquanto que um novo tipo de unidade triunfa no sujeito. O mundo perdeu seu pivô, o sujeito não pode nem mesmo fazer dicotomia, mas acende a uma mais alta unidade, de ambivalência ou de sobredeterminação, numa dimensão sempre suplementar àquela de seu objeto." (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.14)
A condição de sujeito-objeto seria, de fato, um enclausuramento na lógica dual à medida que estão são duas dimensões suplementares. Reconhece-se aí o caos no mundo, mas o que se produz é uma imagem desse mundo à parte de qualquer movimento, qualquer devir. Produz-se agora o cosmo-radícula ao invés do cosmo-raiz. Trata-se de uma função que repete-se na variável, ela por ela mesma em todas as ocasiões excluindo tudo que esteja à sua margem, a unidade se repete no múltiplo, trata-se de n=1.
Os autores apresentam como seu próprio modelo uma anunciação da pós-modernidade, o concepto de rizoma, que dispõe-se a reconhecer as multiplicidades, os movimentos, os devires. A unidade estaria no múltiplo unicamente como uma subtração deste, como n-1. Ainda que possa arborificar-se em determinados momentos, o rizoma de forma alguma é uma arborificação. O rizoma, distintamente das árvores e suas raízes, conecta-se de um ponto qualquer a um outro ponto qualquer, pondo em jogo regimes de signos muito diferentes, inclusive estados de não-signos. Não deriva-se de forma alguma do Uno, nem ao Uno acrescenta-se de forma alguma (n+1). Não constitui-se de unidades, e sim de dimensões. O rizoma é feito de linhas: tanto linhas de continuidade quanto linhas-de-fuga como dimensão máxima, segundo a qual, em seguindo-a, a multiplicidade metamorfoseia-se, mudando de natureza. O rizoma é o que já foi.
"Não se deve confundir tais linhas ou lineamentos com linhagens de tipo arborescente, que são somente ligações localizáveis entre pontos e posições. (...) O rizoma se refere a um mapa que deve ser produzido, construído, sempre desmontável, conectável, reversível, modificável, com múltiplas entradas e saídas, com suas linhas de fuga. São os decalques que é preciso referir aos mapas e não o inverso." (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.32-33)
Os autores propõem o que se pode agrupar em dois tipos de sistemas: centrados e a-centrados. Os sistemas raiz e radícula podem ser classificados como centrados, privilegiando as estruturas arborescentes de ramificação hierárquica, em que cada indivíduo reconhece apenas seu vizinho ativo, seu superior hierárquico. A arborescência preexiste ao indivíduo e nela ele possui um papel fixo. A condição de repetição se instaura no sistema centrado quando as ramificações de seus galhos e suas raízes repetem-se também nas folhas, são sistemas necessariamente contínuos. As folhas são o decalque da árvore, que os articula e hierarquiza.
“Os autores assinalam a esse respeito que mesmo quando se acredita atingir uma multiplicidade, pode acontecer que essa multiplicidade seja falsa – o que chamamos tipo radícula – porque sua apresentação ou seu enunciado de aparência não hierárquica não admitem de fato senão uma solução totalmente hierárquica.” (DELEUZE e GUATTARI, 2004, p.27)
Em contraponto aos sistemas centrados, que privilegiam o centro, são apresentados os a-centrados, em que o privilégio é dos meios, dos intervalos, das ervas-daninhas entre as plantações tão cartesianamente organizadas. O rizoma é classificado como a-centrado, uma rede de autômatos finitos. A condição deste tipo de sistema é a de complexidade, em que não há um decalque, uma cópia de uma ordem central, mas sim múltiplas conexões que são estabelecidas a todo o momento, num fluxo constante de desterritorialização e reterritorialização. O problema proposto pelo rizoma é análogo ao da máquina de guerra, a Firing Squad: é necessário realmente um general para que os n indivíduos disparem simultaneamente?
O rizoma, como um sistema a-centrado, seria, portanto, a expressão máxima da multiplicidade em detrimento às outras duas condições apresentadas de raiz e radícula, que não expressam nada mais do que a proposta de um todo disciplinador, um totalitarismo estrutural.


Rizomas de Holcus mollis

[editar] Botânica

A noção de rizoma foi adotada da estrutura de algumas plantas cujos brotos podem ramificar-se em qualquer ponto, assim como engrossar e transformar-se em um bulbo ou tubérculo; o rizoma da botânica, que tanto pode funcionar como raíz, talo ou ramo, independente de sua localização na figura da planta, serve para exemplificar um sistema epistemológico onde não há raízes - ou seja, proposições ou afirmações mais fundamentais do que outras - que ramifiquem-se segundo dicotomias estritas. Deleuze e Guattari sustentam o que, na tradição anglo-saxã da filosofia da ciência, costumou-se chamar de antifundacionalismo (ou antifundamentalismo, ou, ainda, antifundacionismo): a estrutura do conhecimento não deriva, por meios lógicos, de um conjunto de princípios primeiros, mas sim elabora-se simultaneamente a partir de todos os pontos sob a influência de diferentes observações e conceitualizações. Isto não implica que uma estrutura rizomática seja necessariamente flexível ou instável, porém exije que qualquer modelo de ordem possa ser modificado: existem, no rizoma, linhas de solidez e organização fixadas por grupos ou conjuntos de conceitos afins. Tais conjuntos definem territórios relativamente estáveis dentro do rizoma.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rizoma_%28filosofia%29

8 comentários:

  1. O meu guru ricardo rosas (ativista e cyber-amigo) (q deus o tenha !) diz ainda quando D&G criam o rizoma seu pensamento é justamente analisar uma lógica de pensamento oposta a tradição ocidental, cuja forma de se proliferar é subterrânea ou horizontal, nômade, volátil, múltiplo sem centro fixo. A tradição do ocidente, o pensamento hierearquico e pleno de valores rígidos e estratificados estariam fadados a desaparecer. O Rizoma de D&G tem sido recuperado por avarios ativista da contra-net justamente devido a sua lógica subversiva, onde a informação flui de maneira caótica,não hierárquica, se distribuindo nomadamente em varias direções por outros rizomas e assim por diante. O principio é que não se esta em lugar nenhum e ao mesmo tempo se esta em todos, lógica da invisibilidade e desaparecimento, daí a estratégia escondida dos hackers, o concetio da TAZ ( ZONAS AUTONOMAS TEMPORARIAS) do terrorismo poético do Hakiem Bey, as guerrilhas psíquicas dos coletivos de midia táctica (Blisset , hj Wu Ming) e os procedimentos dos culteures jammers.....foi esse rizoma que me interesssou nessa leitura causual do mil platôs... e que td veio num start das ruas e espaços públicos, como me apropriar disso e linkar os dados ( as vezes me falta um anoção mais academica, docente, sei lá, mal tenho o segundo grau... mas as opções são muitas..as direções Tb....

    Acho que escrevi muito...acho que ando comento goiaba demais.!!!!

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  2. http://areasvirus.blogspot.com/2008/05/mdulo-ii-o-conceito-de-rede.html
    OI FELLINI?,tudo bem? olhe encontrei este link aqui no Google...através de um blog STOA lá da ECA USP... vá ao Google e coloque : Antropologia Simétrica Rizoma >>> e aí veja...eu também não sei quase nada...mas, Bruno Latour o pai da Antropologia Simétrica é mesmo um dos caras de topo desta nossa era!! sim...porque?! as ideias dele tem tudo a ver com a não hierarquia das coisas e inclusive da ciência!! dizia ele que os orientais estão muito mais adiante da gente...e que JAMAIS FOMOS MODERNOS (nome do livro dele) pois TUDO É HÍBRIDO...bom, acho que vc deveria tentar ler Bruno Latour... e a TAZ é mesmo vital pra quem quer como vc e eu entendermos a cibercultura e fazer dela algo que preste... ou sei lá!! mas...
    o duro..é que a maior parte de nossa vida...ou as pessoas em geral...não estão nem aí com isso!! e aí...comer goiabas demais, ser goiaba demais ou nem saber de verdade o que é um RIZOMA!! rsrsrsss...abração ,volte sempre e desculpe-me pelas goiabas...(eu sim devo ter comido goiabas de mais e ultimamente de menos...rsrsrsss)

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  3. 06/05/2008
    Módulo II - O conceito de Rede

    Tema 1- O conceito de Rizoma e a filosofia da diferença
    Tema 2- Filosofia Mestiça e antropologia simétrica
    Tema 3- O Sex-Appeal do Inorgânico
    Tema 4- Tecnopsicologia
    Tema 5- A sociedade em rede e o virtual
    Tema 6- Inteligência Coletivo X Inteligência Conectiva

    Bibliografia preliminar:

    § Castells, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000
    § Peters, Michael. Pós-estruturalismo e filosofia da diferença. Belo Horizonte : Autêntica, 2000
    § Deleuze, G. & Guattari, F.. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo : Ed. 34,1995. (Vol.1 Cap 1)
    § Levy, Pierre As tecnologias da inteligência. S. Paulo, Editora 34, 1995.
    § Kerckhove,D. A pela da Cultura.
    § Serres, M. Filosofia Mestiça. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1993.
    § Perniola,M. Sex-appeal do inorgânico.
    § LATOUR, B. Jamais fomos modernos: ensaio de uma antropologia simétrica. São Paulo: Ed.34, 1994.
    § MORAES, M. O. O conceito de rede na filosofia mestiça. Revista Informare, v. 6, n. 1, p. 12-20, 2000.
    § FREIRE, L. Seguindo Latour: notas para uma antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Vol. 11, nº 26, jan/jun. de 2006, p. 46-65

    http://areasvirus.blogspot.com/2008/05/mdulo-ii-o-conceito-de-rede.html

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  4. http://stoa.usp.br/atopos/feeds/all/

    ATOPOS grupo de pesquisa em comunicação digital
    ECA USP

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  5. (...)É possível, então, que esses múltiplos enxertos — das noções de reversibilidade e reflexividade, tal qual pensadas por Wagner e Strathern, com uma noção de antropologia simétrica, que parte da de Latour; desta com aquela dos saberes minoritários, de Stengers; desta com os princípios de rizoma e multiplicidade, e com a esquizoanálise, de Deleuze e Guattari — possam servir para delimitar um espaço de diálogo (optativo) entre investigações empíricas sobre modos de pensamento, formas (e deformações) de organização e modalidades de interação vigentes (ou não) em diferentes formas de socialidade. Formas de socialidade que, para além das diferenças entre sociedades (mas mantendo-as) ou da diversidade cultural (para os que gostem esse modo de falar), talvez tenham em comum justamente (e diferentemente) o fato de constituírem experiências alternativas às forças dominantes, permitindo catalisar a desestabilização (estabilizadora de fluxos) dos modelos dominantes que buscam se impor sobre nós mesmos e sobre os outros (e as outras). (...)
    LEIA MAIS EM :
    http://sites.google.com/a/abaetenet.net/nansi/Home/simetria-reversibilidade-e-reflexividade

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  6. Ricardo Rosas (in memoriam)
    por Marcelo Terça-Nada!
    1
    overponto

    Citando o CMI Brasil:

    Com muita tristeza, comunicamos o falecimento de Ricardo Rosas – escritor, net crítico, tradutor, ativista e editor do site Rizoma.net. A partida aconteceu no dia 11 de abril de 2007, em sua cidade natal, Fortaleza, por problemas de saúde. Autodidata incansável, Ricardo sempre se preocupou em compartilhar seus estudos e descobertas com outras pessoas, através do http://www.rizoma.net. Como um dos idealizadores e organizadores do Festival Mídia Tática Brasil, ele aproximou artistas, techs e ativistas políticos. Nos últimos anos Ricardo se dedicou a dois livros, prestes a serem lançados: um sobre gambiarras, chamado “Truquenologia” e o “Net Cultura”, co-organizado com Giseli Vasconcelos.

    Como uma forma de homenagem, fiz uma pequena coletânea de alguns textos e publicações do Ricardo Rosas que estão disponíveis na web:

    » Táticas de Aglomeração – Publicação do Reverberações 2006

    » Gambiarra: alguns pontos para se pensar uma tecnologia recombinante (PDF) – Caderno VideoBrasil

    » Nome: coletivos | Senha: colaboração – FILE / Sabotagem

    » Notas sobre o coletivismo artístico no Brasi – Trópico/UOL

    » Hibridismo Coletivo no Brasil: Transversalidade ou Cooptação? – Fórum Permanente/Fapesp

    » Alguns comentários sobre Arte e Política – Canal Contemporâneo

    » Hacklabs, do digital ao analógico (tradução) – Suburbia

    » The Revenge of Lowtech : Autolabs, Telecentros and Tactical Media in Sao Paulo (PDF) – Sarai.net

    + vários textos e traduções publicados no Rizoma.net
    http://virgulaimagem.redezero.org/ricardo-rosas-in-memoriam/.

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  7. nadia querida brigadao pelo links...vendo o perfil de vcs ( vc e a gloria )me sinto lisongeado. virei mais vezes pra prender com as duas, mesmo sabendo que os "fellinos" não são la muito disciplinados e adoram as ruas, os telhados e os fogos de arificios...e pare de deixar goiabas aqui..rsrsrsrsr

    abraços?
    fellini ?

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  8. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-83582005000300007&script=sci_arttext

    TIRIRICA É UM RIZOMA....morei no interior por tres anos, e então, quando vc pensa que acabou com el...ela surge lá do outro lado...aí se dá uma chuvinha ela volta a brotar...morei lá só pra hoje descobrir o que é um rizoma de verdade!! A TIRIRICA!! rsrsrssss

    O experimento foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito da adição de palha de cana-de-açúcar RB855156 nas quantidades correspondentes a 0,0, 5,0, 10,0 e 15,0 t ha-1 nas biomassas das estruturas subterrâneas de plantas de tiririca provenientes de tubérculos de tamanho pequeno (0,22 a 0,34 g) e grande (1,01 a 1,14 g), plantados em maio, julho e setembro. Para cada época de plantio, a cada 28 até 84 dias, as partes subterrâneas da tiririca foram separadas nas diferentes estruturas, sendo determinadas suas biomassas fresca e seca. De modo geral, o tamanho maior dos tubérculos favoreceu o desenvolvimento da parte subterrânea, e plantas originadas de tubérculos de tamanho grande apresentaram maiores biomassas. A adição de palha de cana-de-açúcar causou redução no desenvolvimento das diferentes estruturas subterrâneas, seguindo uma equação de segundo grau. Verificou-se que as biomassas foram maiores no plantio de setembro, exceto para biomassa fresca de tubérculos, que foi maior em maio. Com relação ao efeito de época de amostragem, foram observados aumentos lineares em função do tempo para todas as variáveis analisadas.

    Palavras-chave: tiririca, rizoma, raiz.

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