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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"Os Inconfidentes" - Cecília Meireles

Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar

Foi trabalhar para todos
E vede o que lhe acontece
Daqueles a quem servia
Já nenhum mais o conhece
Quando a desgraça é profunda
Que amigo se compadece?

Foi trabalhar para todos
Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Que reformava este mundo
De cima da montaria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Ele na frente falava
E atrás a sorte corria

Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia

Sobre o(a) autor(a):
A obra da poetisa carioca é considerada atemporal por abranger diversas escolas dentre as quais destacam-se o modernismo, o simbolismo e técnicas do realismo.
Texto recolhido por Chico Buarque de "Romancerio da Inconfidência", publicado por Cecília em 53

FONTE : http://www2.tvcultura.com.br/provocacoes/poesia.asp?poesiaid=619

Um comentário:

  1. pergunta de estrangeira eternamente (e externamente) espantada: entao o Chico botou musica nessa poesia guerreira da eterna Cecilia? pois entao passe para o Marcelo - era isso que eu achava que ele devia fazer com o poema dele.
    abraço,
    Valentina

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