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domingo, 21 de junho de 2009

ROGER BACON E A ÓTICA GEOMÉTRICA (fragmento)



https://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Bacon

(...)No próprio Opus maius, ele afirma que existem dois tipos de experiência: a externa e a interna. O que chama de “experiência externa” é algo bastante próximo do moderno experimento científico. A “experiência interna”, no entanto, é um processo muito mais profundo, de natureza psicológica e espiritual. Bacon descreve sete etapas desse processo, a mais alta das quais se confunde com o êxtase místico. Essa visão espiritualizada fez com que a busca do conhecimento estivesse associada, para ele, aos mais elevados critérios éticos. A moderna figura do cientista despreocupado com os aspectos morais de suas pesquisas é algo impensável no quadro mental baconiano. Citando o sábio sufi Al-Ghazali, ele escreveu que “a alma desfigurada por pecados é como um espelho enferrujado, no qual as imagens das coisas não podem aparecer bem”.

A LUZ FORNECE-LHE UMA CHAVE PARA ENTENDER A NATUREZA
A figura do espelho é, aqui, mais do que uma simples metáfora. Pois toda a filosofia da natureza de Bacon apóia-se na idéia de que as causas produzem os efeitos por um processo de irradiação, cujo exemplo mais visível é a propagação da luz. A investigação dos fenômenos luminosos forneceria então uma chave para a compreensão de todos os processos naturais. Daí a importância fundamental que ele atribuiu ao estudo da ótica geométrica. Essa idéia, que o próprio Bacon chamou de “ciência da luz”, parece derivar de uma sabedoria antiqüíssima e foi intensamente trabalhada pelos filósofos neoplatônicos, que concebiam a realidade inteira como uma emanação ou irradiação de Deus. Bacon referiu-se aos aspectos místicos de sua ciência da luz, dizendo que, através dela, era possível alcançar um estado espiritual que as pessoas nem imaginavam existir. Mas não se limitou a essa “experiência interior”. Realizou também experimentos científicos, baseados em grande parte no célebre tratado de ótica do físico islâmico Ibn al Haytham. Fez observações com lentes e espelhos e procurou formular os princípios da refração e da reflexão luminosas. Utilizou a câmara escura para observar eclipses do Sol e empreendeu um estudo sistemático do arco-íris. Distinguiu a impressão psicológica da visão do processo físico que a provoca e explicou o funcionamento do olho a partir dos conhecimentos disponíveis acerca das lentes. Estava consciente, porém, de que o processo não se encerrava aí, mas exigia a participação do nervo ótico, cuja anatomia investigou.

PARA REFORMAR O MUNDO, ENTRA NA ORDEM FRANCISCANA
Todas essas questões foram postas por escrito em meados da década de 1260. Antes disso, no entanto, a vida de Bacon passou por outra reviravolta. Foi no ano de 1257, quando, já em idade madura, decidiu ordenar-se frade, ingressando na Ordem Franciscana.(...)

FONTE: http://www.docstoc.com/docs/4284503/Roger-Bacon




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