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quarta-feira, 24 de junho de 2009
RESQUÍCIOS - Joana d'Arc Medeiros de Azevedo da Mata (clique aqui e leia mais)
Busco no verso a inspiração
Sou poeta mas não sei recitar
Perdida em noites de solidão
Escrevo o passado e fico a recordar
Lembro o pé de caqui chocolate
Sinto o cheiro de jasmim
Do cão brincalhão que só late
As crianças brincando no jardim
Da missa todo domingo
Catecismo, primeira comunhão
Na Santa Marina o cheiro de pão
Bacalhau, sexta feira da paixão
As carroças da Prefeitura
Fazendo a coleta do lixo
O bonde que não sai do trilho
E o vendedor de pirulito
A casa mal assombrada
Que nos causava arrepio
O morro da Rua Arapuá
E a velha Fabrica de vidro
O lago que não mais existe
Pássaros voando ao cair da tarde
Avenida Diederichsen
Balões por toda parte
Os velhos conversando pelos cantos
Reclamando incomodados
Do Barulho das novas construções
E do vai e vem dos aviões
Quanta alegria ir ao cine Maringá
Passear no Jardim Zoológico
E aos domingos caminhar
Até o Jardim Botânico
Lembro da Igreja de São João Batista
Da Farmácia do seu Odilon
Do empório do seu Tomás
E do campinho de futebol
Da carrocinha que apavorava
Quando passava recolhendo animal
Das ruas pouco iluminadas
E dos bailes de carnaval
No meu peito há uma sombra de emoção
E os meus sonhos viram verdade
Quando restauro a tela da minha recordação
Pintada com as cores da minha saudade
FONTE : http://joanadarcpoeta.blogspot.com/
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